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Condições de vida na Maiote "chocam qualquer um"

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O arquipélago da Maiote, ao norte do canal de Moçambique, no oceano Índico, é o departamento mais pobre de França e recentemente as autoridades francesas enviaram uma força de cerca de 2.000 polícias para demantelar os bairros de lata e expulsar imigrantes ilegais. No entanto, parece haver "falta de vontade políticas" dos franceses para naturalizar muitas crianças filhas de estrangeiros nascidas na Maiote.

Desde 2011, o arquipélago da Maiote, que inclui uma grande ilha conhecida como Maiote ou Mahoré ou Grande Terre, e duas ilhas mais pequenas e se situa ao norte do canal de Moçambique, no oceano Índico, é o centésimo primeiro departamento de França, após um referendo onde a população disse querer integrar o território francês, após quase duzentos anos de alinhamento ao lado dos gauleses.

No entanto, mesmo com esta escolha bem cimentada no seio da sociedade da Maiote, o arquipélago enfrenta graves problemas de pobreza e imigração ilegal, com uma grande parte dos migrantes a virem das vizinhas ilhas Comores, sem, até agora, respostas à altura por parte da Paris. A Maiote é mesmo o departamento mais pobre de França.

Aurélio Magalhães, moçambicano instalado na Maiote há cinco anos, é formador de português na Câmara de Comércio da Maiote e já viveu em França continental, na cidade de Nantes. Para este professor de português, as condições de vida nos bairros de lata da Maiote são “chocantes”.

"É um dos departamentos mais pobres de França, a vida é bastante cara em relação a outros departamentos e há uma forte população que vem das Comores, uma grande imigração. O primeiro choque é esse, uma população que está ilegal. Os bairros de lata não têm saneamento, não apresentam nenhuma condição para se viver dignamente. São condições de vida que chocam qualquer um", afirmou o formador de português.

Desmantelamento em curso

Após uma grande pressão por parte das autoridades locais, o Governo francês enviou um reforço de 2.000 polícias temporariamente para a ilha que já começou a levar a cabo o desmantelamento de vários bairros de lata onde vivem mais de 1.000 famílias em condições muito precárias. Esta é uma iniciativa bem-vinda pela população da Maiote, segundo Aurélio Magalhães onde a pobreza gerou um "clima de insegurança" e o aumento da criminalidade.

"É uma criminalidade praticada por crianças e jovens, a maioria até nasceu aqui, e até foram escolarizados, mas quando chegam aos 18 anos não têm alternativa. Se a lei do direito ao solo estivesse a ser aplicada, eles como nasceram em França deviam ser franceses. Não há infraestruturas e não há abertura da França para aplicar esta lei, falta vontade política para regularizar estas pessoas e as pessoas ficam aqui como se fosse uma prisão a céu aberto", explicou Aurélio Magalhães.

Em França, as crianças nascidas de pais estrangeiros em solo nacional têm direito à nacionalidade aos 18 anos caso tenham vivido em território francês de forma contínua durante cinco anos desde a idade de 11 anos.

Faltam agora alternativas de alojamento para todas as pessoas que estão a sair do primeiro bairro destruído, o Talus 2, com apenas uma parte a receber uma proposta de realojamento, nalguns casos, noutras regiões da ilha.

Acabar com a imigração ilegal

Outro dos objectivos da presença reforçada dos polícias franceses na Maiote é o repatriamento de muitos dos imigrantes que permanecem de forma ilegal nestas ilhas francesas. Com muitos a virem das ilhas Comores, os dois países têm tido sérios problemas diplomáticos, com as Comores a não aceitarem de volta os migrantes ilegais em território francês. Esta disputa, já ultrapassada entretanto, deixou a população da Maiote preocupada.

"É extremamente preocupante. Muitos destes imigrantes partilham a mesma religião e a mesma cultura e até laços familiares. A maioria dos locais tem um primo, um irmão ou uma cunhada que vêm das ilhas Comores", detalhou o professor de português.

Para estes imigrantes, a Maiote apresenta-se como um oásis, já que as condições de vida nas Comores para muitos deles são ainda mais difíceis e uma legalização na Maiote pode significar a partida legal para a França continental

Maiote e Moçambique, dois territórios próximos, mas afastados

A trabalhar como formador de português na Câmara de Comércio da Maiote, Aurélio Magalhães tem sobretudo como alunos "empresários franceses" que querem procurar oportunidades de negócio em Moçambique, com o número de interessados na língua portuguesa a subir após a descoberta de vastas jazidas de gás na região de Cabo Delgado.

"Após a descoberta de importantes reservas de gás em Moçambique, há um aproximar destes dois territórios. A Maiote vê uma grande oportunidade em tornar-se a base de retaguarda dos projectos que se vão desenvolvendo em Moçambique, particularmente a Total em Cabo Delgado", declarou Aurélio Magalhães.

Apesar da proximidade geográfica, não existem ligações aéreas directas - um voo directo levaria entre 40 a 50 minutos -, entre Maiote e Moçambique, com Paris e Maputo a tentarem agora aproximar estes dois territórios.

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Desde 2011, o arquipélago da Maiote, que inclui uma grande ilha conhecida como Maiote ou Mahoré ou Grande Terre, e duas ilhas mais pequenas e se situa ao norte do canal de Moçambique, no oceano Índico, é o centésimo primeiro departamento de França, após um referendo onde a população disse querer integrar o território francês, após quase duzentos anos de alinhamento ao lado dos gauleses.

No entanto, mesmo com esta escolha bem cimentada no seio da sociedade da Maiote, o arquipélago enfrenta graves problemas de pobreza e imigração ilegal, com uma grande parte dos migrantes a virem das vizinhas ilhas Comores, sem, até agora, respostas à altura por parte da Paris. A Maiote é mesmo o departamento mais pobre de França.

Aurélio Magalhães, moçambicano instalado na Maiote há cinco anos, é formador de português na Câmara de Comércio da Maiote e já viveu em França continental, na cidade de Nantes. Para este professor de português, as condições de vida nos bairros de lata da Maiote são “chocantes”.

"É um dos departamentos mais pobres de França, a vida é bastante cara em relação a outros departamentos e há uma forte população que vem das Comores, uma grande imigração. O primeiro choque é esse, uma população que está ilegal. Os bairros de lata não têm saneamento, não apresentam nenhuma condição para se viver dignamente. São condições de vida que chocam qualquer um", afirmou o formador de português.

Desmantelamento em curso

Após uma grande pressão por parte das autoridades locais, o Governo francês enviou um reforço de 2.000 polícias temporariamente para a ilha que já começou a levar a cabo o desmantelamento de vários bairros de lata onde vivem mais de 1.000 famílias em condições muito precárias. Esta é uma iniciativa bem-vinda pela população da Maiote, segundo Aurélio Magalhães onde a pobreza gerou um "clima de insegurança" e o aumento da criminalidade.

"É uma criminalidade praticada por crianças e jovens, a maioria até nasceu aqui, e até foram escolarizados, mas quando chegam aos 18 anos não têm alternativa. Se a lei do direito ao solo estivesse a ser aplicada, eles como nasceram em França deviam ser franceses. Não há infraestruturas e não há abertura da França para aplicar esta lei, falta vontade política para regularizar estas pessoas e as pessoas ficam aqui como se fosse uma prisão a céu aberto", explicou Aurélio Magalhães.

Em França, as crianças nascidas de pais estrangeiros em solo nacional têm direito à nacionalidade aos 18 anos caso tenham vivido em território francês de forma contínua durante cinco anos desde a idade de 11 anos.

Faltam agora alternativas de alojamento para todas as pessoas que estão a sair do primeiro bairro destruído, o Talus 2, com apenas uma parte a receber uma proposta de realojamento, nalguns casos, noutras regiões da ilha.

Acabar com a imigração ilegal

Outro dos objectivos da presença reforçada dos polícias franceses na Maiote é o repatriamento de muitos dos imigrantes que permanecem de forma ilegal nestas ilhas francesas. Com muitos a virem das ilhas Comores, os dois países têm tido sérios problemas diplomáticos, com as Comores a não aceitarem de volta os migrantes ilegais em território francês. Esta disputa, já ultrapassada entretanto, deixou a população da Maiote preocupada.

"É extremamente preocupante. Muitos destes imigrantes partilham a mesma religião e a mesma cultura e até laços familiares. A maioria dos locais tem um primo, um irmão ou uma cunhada que vêm das ilhas Comores", detalhou o professor de português.

Para estes imigrantes, a Maiote apresenta-se como um oásis, já que as condições de vida nas Comores para muitos deles são ainda mais difíceis e uma legalização na Maiote pode significar a partida legal para a França continental

Maiote e Moçambique, dois territórios próximos, mas afastados

A trabalhar como formador de português na Câmara de Comércio da Maiote, Aurélio Magalhães tem sobretudo como alunos "empresários franceses" que querem procurar oportunidades de negócio em Moçambique, com o número de interessados na língua portuguesa a subir após a descoberta de vastas jazidas de gás na região de Cabo Delgado.

"Após a descoberta de importantes reservas de gás em Moçambique, há um aproximar destes dois territórios. A Maiote vê uma grande oportunidade em tornar-se a base de retaguarda dos projectos que se vão desenvolvendo em Moçambique, particularmente a Total em Cabo Delgado", declarou Aurélio Magalhães.

Apesar da proximidade geográfica, não existem ligações aéreas directas - um voo directo levaria entre 40 a 50 minutos -, entre Maiote e Moçambique, com Paris e Maputo a tentarem agora aproximar estes dois territórios.

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