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Pedro Wagner: Você vai ouvir falar muito desse ator genial

 
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Um dos talentos revelados pelas séries que estão mudando o audiovisual brasileiro, o pernambucano fala de representatividade, arte e grana "Eu sinto que comecei a ter mais trabalhos depois dos 35 anos. No audiovisual a juventude precisa ser bela e gostosa. Eu não estou no padrão, mas, para os homens, ao contrário das mulheres, a maturidade dá permissão de não ser belo e ter um papel como marido da Vanessa Giácomo. Isso é uma estupidez, essas não são as caras da vida", diz o ator Pedro Wagner. Aos 41 anos, o pernambucano que cresceu entre Recife e Garanhuns é um dos talentos revelados pelas séries que estão mudando o audiovisual brasileiro. Conhecido na cena artística de Pernambuco desde que ajudou a fundar o grupo teatral Magiluth, em 2009, Pedro fez sua primeira aparição na TV no papel do psicopata Osvaldo, na série “Justiça”. Ele também participou de “Cangaço Novo”, "Irmandade" e, agora, brilha na pele do líder comunitário Amarildo em “O Jogo Que Mudou a História”, do Globoplay. Para dar vida a personagens que representam uma masculinidade com a qual nunca se identificou, ele mergulhou numa investigação que passa até pelas vivências dentro de sua própria família. “A relação com meu pai, meus tios, meus primos e os homens da família melhorou depois desses papéis porque tive que compreender essa masculinidade que neguei na vida por ter sido uma criança viada, um adolescente viado, um adulto viado. Isso não significa aceitar algumas práticas, mas estar num lugar menos acusatório, e ajustar dialeticamente possíveis acordos pra que a gente mantenha essas relações afetivas”, diz. Você pode ouvir essa conversa no play nesta página e no Spotify ou ler um trecho a seguir. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/07/669ab8ba04872/pedro-interna2.jpg; CREDITS=divulgação; LEGEND=; ALT_TEXT=] Trip. Como você tem recebido esses papéis de sofrimento, violência e pobreza? Se preocupa em ser relegado a um tipo de personagem apenas? Pedro Wagner. É muito diferente a maneira como as pessoas do audiovisual me enxergam. Eu sempre começo um personagem deste lugar, do “eu não sei fazer isso, não sei que sentimento é esse”. A masculinidade tem problemas muito específicos, é uma porcelaninha que pode quebrar fácil. Eu sou uma pessoa que gosta de Bette Davis e Madonna. Para mim, os grandes trabalhos vem da produção feminina. Mas ao tentar fazer esses personagens que chegam até mim, eu percebo que tenho que emprestar das vivências dos meus avós e meu pai. E toda a relação com os homens da minha família melhorou, o audiovisual me fez compreendê-los melhor. Outra coisa que eu acho interessante é que homens gays atores estão criando, no cinema, um imaginário da masculinidade. E, por outro lado, existe um certo fetiche dos atores heterossexuais cisgênero de que fazer um personagem gay é uma meta para mostrar versatilidade. Eles estão contando as minhas histórias e eu sinto uma certa vingança em contar as histórias deles. Você sofreu muito com a sua família quando era criança? Afeto é dado, não tem regra, não se racionaliza, igual respiração. Minha família, sim, se reorganizou, com o tempo, para ter uma troca de afeto comigo. É bonito, mas é deles. É mais sobre eles melhorarem como seres humanos, mas não é um presente, é apenas a premissa básica entre nós. Não vou te dar uma medalha para que eu possa ter um espaço na sua vida. Quando eu era criança, com o boom da Aids, minha geração cresceu com o estigma da morte. É a minha prática da vivência do amor que me levaria a morte. Mas isso não é mais uma sina. O movimento hoje ainda é lento, mas é ascendente. E como anda a sua vida financeira hoje em dia? Mesmo tendo chegado ao coprotagonismo, eu ganho muito mal. O trabalho artístico hoje vale 40% do total, o resto é número de seguidores e influência. Eu sinto que quando alguém vem me procurar, é porque precisam de um ator que podem pagar mal. Mas eu ainda trabalho num lugar de sobrevivência. Minha mãe precisa de mim. O streaming trouxe trabalho, mas nós também perdemos muitos direitos. Parece que uma plataforma quer superar a outra, uma quer pagar pior que a outra. Eu sinto que depois que eu fiz 35 anos comecei a trabalhar mais. Porque no audiovisual a juventude precisa ser bela e gostosa. Eu não estou no padrão, mas na maturidade – isso para os homens, não para as mulheres – a gente pode não ser belo e ainda assim eu consigo fazer o marido da Vanessa Giácomo. A maturidade me dá essa permissão. A juventude não. A mulher, independente da idade, precisa estar no padrão. Isso é uma estupidez, essas não são as caras da vida. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/07/669ab8ba048c8/pedro-interna.jpg; CREDITS=divulgação; LEGEND=; ALT_TEXT=]
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Um dos talentos revelados pelas séries que estão mudando o audiovisual brasileiro, o pernambucano fala de representatividade, arte e grana "Eu sinto que comecei a ter mais trabalhos depois dos 35 anos. No audiovisual a juventude precisa ser bela e gostosa. Eu não estou no padrão, mas, para os homens, ao contrário das mulheres, a maturidade dá permissão de não ser belo e ter um papel como marido da Vanessa Giácomo. Isso é uma estupidez, essas não são as caras da vida", diz o ator Pedro Wagner. Aos 41 anos, o pernambucano que cresceu entre Recife e Garanhuns é um dos talentos revelados pelas séries que estão mudando o audiovisual brasileiro. Conhecido na cena artística de Pernambuco desde que ajudou a fundar o grupo teatral Magiluth, em 2009, Pedro fez sua primeira aparição na TV no papel do psicopata Osvaldo, na série “Justiça”. Ele também participou de “Cangaço Novo”, "Irmandade" e, agora, brilha na pele do líder comunitário Amarildo em “O Jogo Que Mudou a História”, do Globoplay. Para dar vida a personagens que representam uma masculinidade com a qual nunca se identificou, ele mergulhou numa investigação que passa até pelas vivências dentro de sua própria família. “A relação com meu pai, meus tios, meus primos e os homens da família melhorou depois desses papéis porque tive que compreender essa masculinidade que neguei na vida por ter sido uma criança viada, um adolescente viado, um adulto viado. Isso não significa aceitar algumas práticas, mas estar num lugar menos acusatório, e ajustar dialeticamente possíveis acordos pra que a gente mantenha essas relações afetivas”, diz. Você pode ouvir essa conversa no play nesta página e no Spotify ou ler um trecho a seguir. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/07/669ab8ba04872/pedro-interna2.jpg; CREDITS=divulgação; LEGEND=; ALT_TEXT=] Trip. Como você tem recebido esses papéis de sofrimento, violência e pobreza? Se preocupa em ser relegado a um tipo de personagem apenas? Pedro Wagner. É muito diferente a maneira como as pessoas do audiovisual me enxergam. Eu sempre começo um personagem deste lugar, do “eu não sei fazer isso, não sei que sentimento é esse”. A masculinidade tem problemas muito específicos, é uma porcelaninha que pode quebrar fácil. Eu sou uma pessoa que gosta de Bette Davis e Madonna. Para mim, os grandes trabalhos vem da produção feminina. Mas ao tentar fazer esses personagens que chegam até mim, eu percebo que tenho que emprestar das vivências dos meus avós e meu pai. E toda a relação com os homens da minha família melhorou, o audiovisual me fez compreendê-los melhor. Outra coisa que eu acho interessante é que homens gays atores estão criando, no cinema, um imaginário da masculinidade. E, por outro lado, existe um certo fetiche dos atores heterossexuais cisgênero de que fazer um personagem gay é uma meta para mostrar versatilidade. Eles estão contando as minhas histórias e eu sinto uma certa vingança em contar as histórias deles. Você sofreu muito com a sua família quando era criança? Afeto é dado, não tem regra, não se racionaliza, igual respiração. Minha família, sim, se reorganizou, com o tempo, para ter uma troca de afeto comigo. É bonito, mas é deles. É mais sobre eles melhorarem como seres humanos, mas não é um presente, é apenas a premissa básica entre nós. Não vou te dar uma medalha para que eu possa ter um espaço na sua vida. Quando eu era criança, com o boom da Aids, minha geração cresceu com o estigma da morte. É a minha prática da vivência do amor que me levaria a morte. Mas isso não é mais uma sina. O movimento hoje ainda é lento, mas é ascendente. E como anda a sua vida financeira hoje em dia? Mesmo tendo chegado ao coprotagonismo, eu ganho muito mal. O trabalho artístico hoje vale 40% do total, o resto é número de seguidores e influência. Eu sinto que quando alguém vem me procurar, é porque precisam de um ator que podem pagar mal. Mas eu ainda trabalho num lugar de sobrevivência. Minha mãe precisa de mim. O streaming trouxe trabalho, mas nós também perdemos muitos direitos. Parece que uma plataforma quer superar a outra, uma quer pagar pior que a outra. Eu sinto que depois que eu fiz 35 anos comecei a trabalhar mais. Porque no audiovisual a juventude precisa ser bela e gostosa. Eu não estou no padrão, mas na maturidade – isso para os homens, não para as mulheres – a gente pode não ser belo e ainda assim eu consigo fazer o marido da Vanessa Giácomo. A maturidade me dá essa permissão. A juventude não. A mulher, independente da idade, precisa estar no padrão. Isso é uma estupidez, essas não são as caras da vida. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/07/669ab8ba048c8/pedro-interna.jpg; CREDITS=divulgação; LEGEND=; ALT_TEXT=]
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