Cidade de Deus #22 | Navio dos Loucos
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"Dadinho é o caralho, meu nome agora é Zé Pequeno, porra!" Uma das falas mais famosas do cinema nacional e que faz parte do nosso imaginário social, assim como tantas outras falas presente no filme de Fernando Meirelles, Cidade de Deus. Malandro não para, malandro dá um tempo, outra clássica num dos diálogos mais descontraídos do filme.
Entretanto, para além das falas marcantes, Cidade de Deus é um clássico do nosso cinema. Ao descortinar a realidade social de uma das principais favelas do rio de janeiro, o filme desnuda o descaso do estado, a violência policial, a pobreza e a falsa meritocracia da democracia brasileira. Desnuda também os possíveis estereótipos e a possível romantização da realidade. É um filme duro, sobre uma realidade dura. A recuperação de uma estética cinematográfica que denuncia a realidade social, que coloca o dedo na ferida. Cenoura, Mané Galinha, Buscapé, Bené, Berenice, Cabeleira, Marreco, Alicate, Angélica, Filé personagens de um drama cotidiano, insistente, repetitivo e que parece não ter fim no Rio de Janeiro.
Quase vinte anos depois e o filme continua atual. Se choca o início do filme com um menino assassinando pessoas dentro de um quarto de motel, choca também o final quando esse mesmo menino é assassinado por crianças. A gramática da violência que Buscapé narra de maneira brilhante do início ao fim. Um filmaço! Estamos no ar com mais uma análise de filme. Solta o play!
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