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Como aprendemos? Paula Marques

54:50
 
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Manage episode 417059505 series 3444813
内容由Jorge Correia提供。所有播客内容(包括剧集、图形和播客描述)均由 Jorge Correia 或其播客平台合作伙伴直接上传和提供。如果您认为有人在未经您许可的情况下使用您的受版权保护的作品,您可以按照此处概述的流程进行操作https://zh.player.fm/legal

As perguntas e as respostas fazem parte da nossa vida.

E são o motor fundamental para aprendermos coisas novas.

Esta edição é sobre os talentos que precisamos de ter para enfrentar o mundo onde nenhuma resposta explica tudo e todas as perguntas valem muito mais que essas respostas.

Afinal como aprendemos coisas novas?

A nossa maneira de aprender é um dos tópicos que mais investigação tem merecido nos últimos anos.

E com o advento do mundo volátil e sem certezas absolutas a única coisa certa é que precisamos de aprender sempre. Todos os dias. De forma contínua.

Mas não foi sempre assim?

Provavelmente sim. Mas agora o tema parece ter-se tornado um mantra das organizações e grupos mais inovadores.


TÓPICOS & TEMPOS

(00:00:00) – (00:03:42) – Introdução e Importância da Aprendizagem Contínua

Jorge Correia apresenta o ‘podcast’, focando na relevância do aprendizado contínuo num mundo incerto. Paula Marques é introduzida como especialista em novas formas de trabalho.

(00:03:42) – (00:07:24) – O Futuro do Trabalho e a Liderança

Discussão sobre o futuro do trabalho, enfatizando a necessidade de líderes que valorizam perguntas em vez de respostas rápidas.

(00:07:24) – (00:11:06) – Transformações no Trabalho

Análise das mudanças no ambiente de trabalho e como as organizações estão se adaptando para enfrentar novos desafios num contexto global volátil.

(00:11:06) – (00:14:48) – Identidade e Trabalho

Reflexão sobre a ligação entre trabalho e identidade pessoal, e o impacto da reforma nessa relação.

(00:14:48) – (00:18:30) – Tecnologia e Desemprego

Exploração do impacto da automação e tecnologia nos empregos e a necessidade de requalificação dos trabalhadores.

(00:18:30) – (00:22:12) – Educação e Preparação para o Futuro

Discussão sobre como o sistema educativo pode preparar melhor os jovens para um mercado de trabalho em transformação.

(00:22:12) – (00:25:54) – Desafios para a Juventude

Análise dos desafios que os jovens enfrentam ao escolher carreiras e como alinhar as suas paixões com as oportunidades de mercado.

(00:25:54) – (00:29:36) – O Papel das Perguntas no Desenvolvimento Profissional

Debate sobre a importância de fazer perguntas certas para o desenvolvimento profissional e pessoal num contexto de rápidas mudanças.

(00:29:36) – (00:33:18) – Impacto da Cultura Organizacional na Inovação

Análise de como a cultura organizacional afeta a inovação das empresas e a importância de cultivar uma cultura que valorize a curiosidade e aprendizagem contínua.

(00:33:18) – (00:37:00) – Conclusão e Reflexões Finais


Quis aprofundar o tema com Paula Marques uma investigadora da Nova SBE com a missão de investigar as formas de trabalho do futuro.

E de treinar os melhores líderes a fazer mais perguntas do que a dar respostas na ponta da língua.

Mas acima de tudo este episódio é uma navegação sem bússola nem mapa ao futuro do mundo.

Talvez a única fórmula com uma promessa de resposta é o uso intensivo das perguntas.

E eu a pensar aqui para os meu botões: “tu queres ver que eu afinal ainda tenho futuro com o perguntador?”

Venham daí. Oiçam, subscrevam, comentem.

Façam perguntas. Todas as perguntas do mundo.

Se houvesse uma partícula de deus da curiosidade infinita teríamos todo um mudo melhor.

Nessa partícula das perguntas, do que querer saber, estaria a nossa forma eterna de aprender.

No meu imaginário a partícula dos perguntadores criaria aquela centelha de brilho no olhar das crianças quando descobrem uma coisa nova.

E tu, ai desse lado, no conforto da escuta, já perguntaste algo, hoje, que exija uma nova e criativa resposta?

Então vai. Vai perguntar. É mágico e funciona.

Até para quem tem todas as respostas.

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TRANSCRIÇÃO AUTOMÁTICA

00:00:13:14 – 00:00:37:18

Jorge Correia

Bem vindos ao Perguntas Simples a vosso podcasts sobre comunicação. As perguntas e as respostas fazem parte da nossa vida e são o motor fundamental para aprendermos coisas novas. Esta edição é sobre os talentos que precisamos para ter de enfrentar todo um mundo onde nenhuma resposta explica tudo e todas as perguntas valem muito mais do que essas respostas. Vamos ao episódio.

00:00:37:20 – 00:00:48:21

Jorge Correia

Vamos a isso.

00:00:48:23 – 00:01:16:07

Jorge Correia

Afinal, como aprendemos coisas novas? A nossa maneira de aprender é um dos tópicos que mais investigação tem merecido nos últimos anos. E com o advento do mundo volátil e sem certezas absolutas, a única coisa certa é que precisamos de aprender sempre, todos os dias e de forma contínua. Mas não foi sempre assim? Provavelmente sim. Mas agora o mantra parece ter se tornado moda das organizações e dos grupos mais inovadores.

00:01:16:09 – 00:01:39:12

Jorge Correia

Quis aprofundar o tema com Paula Marques. Ela é uma investigadora da nova SB com a missão de investigar novas formas de trabalho lá no futuro, no futuro que pode ser amanhã de manhã e de treinar os melhores líderes a fazer mais perguntas do que dar respostas na ponta da língua. Difícil, não é? Mas, acima de tudo, este episódio é uma navegação sem bússola nem mapa no futuro do mundo.

00:01:39:16 – 00:02:05:17

Jorge Correia

Talvez a única fórmula com uma promessa de resposta e o uso intensivo das perguntas. E eu a pensar aqui para os meus botões tu queres ver que eu afinal ainda tenho futuro como perguntador? Ora, é fácil e barato. Basta apenas ter curiosidade e perguntar sobre as coisas sem fazer perguntas incómodas, fazer perguntas difíceis, fazer perguntas encantadoras, mas fazer sempre perguntas.

00:02:05:19 – 00:02:21:16

Jorge Correia

Venham daí. Oiçam, subscrevam, comentem, partilhem este episódio com alguém que precisa de saber que é importante perguntar e façam perguntas todas as perguntas do mundo. Depois de ouvir este episódio.

00:02:21:18 – 00:02:23:18

Jorge Correia

Paula Marques, Como é que eu te apresento?

00:02:23:22 – 00:02:24:18

Paula Marques

Como tu quiseres.

00:02:24:20 – 00:02:26:03

Jorge Correia

E porque.

00:02:26:05 – 00:02:26:16

Paula Marques

Marques.

00:02:26:16 – 00:02:40:00

Jorge Correia

É o. Quando vou à procura nos, nos nos LinkedIn, nos desta vida e nos currículos, aparecem lá coisas bonitas da directora, diz esta information. E eu pensei sim, mas eu sou algo assim. Mas não gostei, não continua a ser a mesma coisa.

00:02:40:01 – 00:02:49:01

Paula Marques

Que já nem se quer, que já nem sequer está atualizada. Eu agora dirijo aqui a área do futuro, porque o futuro do trabalho, se quiseres podes me apresentar de forma mais simples. E o que.

00:02:49:01 – 00:02:52:09

Jorge Correia

É que faz alguém que discute o futuro do.

00:02:52:09 – 00:03:19:21

Paula Marques

Trabalho? O que fazemos aqui é tentar encontrar os sinais que da forma como estamos a organizar o trabalho e nas organizações. E é isso que fazemos todos os dias. Falamos com pessoas também organizações, fazemos focus group, tentamos observar a forma como o trabalho, que é só mais uma forma de social, nos organizarmos. O que está a acontecer que nos está a levar a entregar valor de forma diferente, claramente ao modelo que está a chegar ao fim.

00:03:19:23 – 00:03:38:22

Paula Marques

E nós queremos perceber de uma forma um bocadinho baseada em evidências sem serem bolas de cristal e sem ser novidade ou só remoto. E vamos trabalhar fora, dentro. Queremos ser um bocadinho mais de rigor porque somos uma universidade, somos uma escola e queremos perceber afinal, quais são as coisas estão a emergir para esse futuro trabalho.

00:03:38:22 – 00:03:48:17

Jorge Correia

E eu quero falar sobre isso. Mas então aquela coisa que o filósofo Agostinho da Silva nos prometeu que nós tínhamos nascido para o lazer e não para o trabalho, Afinal, estar.

00:03:48:17 – 00:04:12:07

Paula Marques

Longe é super difícil. Adoro. Agostinho da Silva, é um dos meus filósofos preferidos nos meus pensadores preferidos. Aliás, tem uma filosofia de vida que eu sigo, que é quando algo tu descubras, algo que funciona para ti. Jorge, guarda para ti. Não tentes convencer igual, porque o pregador é impossível. Eu também considero o pregador impossível e odeio dar conselhos ou até e não gosto que me dêem sermões e conselhos.

00:04:12:09 – 00:04:35:00

Paula Marques

Mas obviamente o filósofo eu penso que estava um pouco enganado, porque nós estudamos a história do trabalho, percebemos que os seres humanos trabalharam sempre por dois motivos. O primeiro é porque precisamos para pagar as contas, para ter dinheiro, para ter recursos. E o segundo é porque adoramos trabalhar e o trabalho faz parte também da própria identidade dos seres humanos.

00:04:35:00 – 00:04:43:15

Paula Marques

Aliás, há colegas aqui na Nova. Estão a fazer um estudo super interessante como a idade da reforma impacta a minha identidade e a forma como eu me vejo e os outros me veem.

00:04:43:17 – 00:04:49:02

Jorge Correia

Então, quando nós deixamos o trabalho, algumas pessoas que ficam com um vazio E agora, como é que eu faço? O que é que eu faço? O que é que eu sou?

00:04:49:02 – 00:05:10:18

Paula Marques

Até a minha identidade é que eu era aquele nome que estava no LinkedIn. Ou era aquele? Era professor, era engenheiro ou era médico? E agora, o que é que eu sou? O trabalho faz parte da nossa identidade, Não tanto. E, obviamente, precisamos trabalhar até morrer como o caraças como japoneses. Mas obviamente, o trabalho faz nos sentir úteis, faz nos sentir se estou a trabalhar ou dar algo a alguém.

00:05:10:19 – 00:05:31:09

Paula Marques

Tu servir alguém. E é muito filosófico também não é? Não tem a ver quem o diz, são os historiadores do trabalho. Não sou eu que o digo. São gente que estuda ou trabalha, desde os caçadores recolectores até à atualidade, que dizem cuidado. Dizer que os robôs vêm e vai nos tirar tudo e precisamos perceber se é isso que nos torna felizes e se é isso que nós queremos enquanto civilização.

00:05:31:11 – 00:05:50:19

Paula Marques

Porque há também pensadores que dizem que pior do que ser explorados como éramos quando éramos escravos ou quando são explorados, ainda hoje a escravidão não desapareceu, só se mascarou de outras formas. Pior do que ser explorado é ser inútil e a sociedade dizer ao Paulo aquilo que tu fazes, aquilo que tu eras. Eu já não preciso mais, podes ir embora e tu não podes ir à praia.

00:05:50:21 – 00:05:58:20

Jorge Correia

De uma forma mais ou menos implícita para muitas pessoas e para muitas funções. E está a ser dito isso?

00:05:58:20 – 00:05:59:15

Paula Marques

Sim, sem.

00:05:59:15 – 00:06:14:17

Jorge Correia

Dúvida. Tu és redundante no fundo e vamos lá que palavras muito inglesas. Não é que vamos aqui encolher a organização, Vamos aqui, tornamo nos mais ágeis, mais eficientes e, portanto, há -10 que fazem que fazem falta.

00:06:14:19 – 00:06:36:23

Paula Marques

Eu não diria que temos dez que fazem falta. É uma forma diferente ver esses dez, porque os problemas não desapareceram, os desequilíbrios continuam, os negócios continuam. Enquanto houver desequilíbrios económicos, enquanto houver necessidades por suprir. Nós temos trabalho, nós temos organizações, temos empresas, temos gente que quer resolver problemas, que é isso que eu trabalho. Eu aplico aos meus 15, a resolver temas, a resolver problemas.

00:06:36:23 – 00:06:55:16

Paula Marques

Se fossemos todos hiper felizes, não haveria trabalho para ninguém, íamos todos para o lazer, mas mesmo assim ainda haveria trabalhos. Alguém que tinha que servir. Quando estou ali na praia de Carcavelos, não, eu não fico em lazer sozinha. O que é obviamente uma forma diferente olhar para esses humanos. E eu vejo, associo aquele ser humano a uma função e tem que olhar para o ser humano de forma diferente.

00:06:55:16 – 00:07:12:24

Paula Marques

Tem que ver o que é que aquele ser humano, como por exemplo o filtro Photoshop Report World Economic Forum, tem por detrás um erro conceptual brutal e que vê os jobs, vê as funções, não as pessoas, não as pessoas. Não interessa se vamos ter menos juristas ou menos se é ou não é. Este ano eram os que vão entrar em extinção.

00:07:12:24 – 00:07:32:01

Paula Marques

São os juristas, ou seja, os. Mas basicamente o que interessa é o que é que um jurista hoje consegue fazer com as suas competências de um jurista. E não interessa se ele está a fazer coisas que agora vão ser feitas por máquinas, coisas que ele consegue fazer hoje ou se for preparado para, se quiser aprender e tiver uma atitude aprendizagem que possa fazer vir as fortalezas do ser humano e não só o que lhe falta.

00:07:32:01 – 00:07:37:08

Paula Marques

Faça aquilo que a máquina tem, que é muito mais rápida a fazer cálculos e a fazer contas.

00:07:37:09 – 00:07:52:24

Jorge Correia

Então é muito complicado para alguém. Olha que chega aqui esta escola que chega aqui à nova e a quem tu perguntas então o que é que tu queres ser quando for grande? E as pessoas perguntam o que é que está a dar? É ser astronauta E é ser esse bioquímico? É ser o que.

00:07:53:01 – 00:07:54:18

Paula Marques

É o tema. Como é que.

00:07:54:18 – 00:08:00:22

Jorge Correia

Nós? Eu não acho que eu não acho que eu acho que eu acho que é um mundo profundamente deprimente.

00:08:00:24 – 00:08:01:23

Paula Marques

Não acha?

00:08:02:00 – 00:08:22:05

Jorge Correia

Nós estamos a formar, aparentemente, a geração mais qualificada de sempre e todavia, se calhar estou velho, não é? Olhe para eles e dizer Vocês estão perdidos porque não tenho uma ideia. A maioria deles, uma ideia muito clara daquilo o que querem ser para ser felizes? Se já não, já não é, já não é para ter uma boa vida?

00:08:22:07 – 00:08:24:00

Jorge Correia

Como é que a gente está junto desta tribo?

00:08:24:00 – 00:08:29:18

Paula Marques

Bem, grande pergunta ao Jorge estou. Teríamos aqui uma conversa sem fim. Sou capaz de.

00:08:29:19 – 00:08:35:03

Jorge Correia

Matar um relatório que dizia que centenas de juristas 1001 das minhas forças ou nas minhas.

00:08:35:03 – 00:08:36:06

Paula Marques

Fortalezas.

00:08:36:08 – 00:08:45:18

Jorge Correia

Junto à pergunta onde e como e em que plasticidade? No fundo, que ferramentas tenho eu que ter para encontrar o meu caminho?

00:08:45:24 – 00:09:06:11

Paula Marques

Super difícil responder. Primeiro por dois motivos o primeiro quando quando nos perguntam o que é que vai ser o futuro ou o que é que o meu filho deve estudar. Às vezes tínhamos uma brincadeira até no grupo de trabalho que fizemos a vocês. Se calhar já ouviram. Já ouvi isto várias vezes. Este conceito que é não só na perspetiva de um programador developer, mas na perspetiva.

00:09:06:12 – 00:09:09:13

Paula Marques

Todos temos a ciência, a tecnologia, a matemática, engenharia.

00:09:09:16 – 00:09:11:00

Jorge Correia

Os super especialistas.

00:09:11:00 – 00:09:51:10

Paula Marques

Numa determinada área e principalmente criança e tecnologia. E depois nós também, não só enfermeiras e enfermeiros, mas toda a cultura do catering, toda a área de cuidar de nós. E agora, com o apogeu da inteligência artificial e da tecnologia das web de módulos, um dos nerds que nós entrevistámos e tivemos a ter connosco no projeto, que é uma parte dos nerds, ficou super assustada com algumas destas tecnologias, porque o seu mundo de desabar e muitas das pessoas com quem nós falávamos diziam o meu mundo está a ruir, porque aquilo que me alimenta hoje, aquilo que foi a minha vida nos últimos 20 anos, as minhas competências que me deram, isso ativou esse benefício económico futuro,

00:09:51:10 – 00:10:09:06

Paula Marques

que é o que é um ativo que é o meu nome, deixou de viver, ou seja, minhas competências valem zero. Hoje ou 90% de minhas competências vale zero. E nós e muitas vezes brincamos de deslocação de energias, ou seja, o negócio futuro do negócio vai estar ou o futuro do trabalho vai estar mesmo assim? Obviamente que não. Não é só na economia do cuidado.

00:10:09:06 – 00:10:28:05

Paula Marques

Obviamente que é complicado visionar o que os nossos filhos, que são ainda pequeninos, almejem, algo que nós não sabemos o que vai ser. O futuro é imprevisível e estamos a sofrer do mal que na década de 70, o grande futurista e filósofo Alvin Toffler dizia As gerações do futuro vão viver de um excesso paralisante de escolhas. Eu vou ter tanta coisa.

00:10:28:05 – 00:10:52:07

Paula Marques

O campo combinatório para trabalhar, para dizer o que é que eu trabalho é tão grande que eu posso combinar tanta coisa que aconteça que o paradoxo não escolha. Quando eu tenho muita coisa para escolher, eu fico congelada. Não escolho, logo, uso um critério muito pobre. Normalmente não os multi critérios de um ou dois critérios. Povos paupérrimos. E fico triste porque as escolhas que eu fiz não deveriam ser as melhores, São os milhões de outras possibilidades que eu tinha.

00:10:52:09 – 00:11:12:24

Paula Marques

Então uma ajuda a que nós podemos ajudar os jovens a escolher ou a pensar e muito pensar. Olha, pensa em ti, o que problemas é que tu gostas de resolver? Pensa nas tuas forças, nas suas fortalezas também. Mas não é só seguir estas as tuas fortalezas, ou muitas vezes, como se dizia Segue, segue a tua paixão, encontra uma coisa que é a tua paixão e faz dela o teu trabalho.

00:11:13:01 – 00:11:34:21

Paula Marques

O David diria que era idiota. Isso não é que era só idiota. É estúpido porque é limitador. Tu só amas o que conheces. E tu, como é que tu? Tu vais apaixonar por uma coisa que tu não conheces? Então cabe nos a nós, pais, educadores, professores, independente, a etapa em que os miúdos estão, em que os jovens estão a alargar lhes os horizontes, que experimentem como experimentava, que vejam outros mundos e que encontrem esse campo combinatório.

00:11:34:21 – 00:11:57:21

Paula Marques

Porque o bom de hoje é que nós podemos trabalhar com mais forças e não ser só uma coisa. Essa coisa de nos chamarmos eu sou isto ou aquilo outro. Provavelmente algumas funções vão continuar, mas na maior parte de nós vamos ter cinco chapéus, seis e as próprias. O conceito de função e o conceito de jogo é obsoleto. Faça a agilidade e a rapidez que nós precisamos deles.

00:11:57:21 – 00:12:11:22

Paula Marques

Precisamos de gente que resolvam problemas. É uma das formas de começarmos. É por nós conhecer nos um pouco melhor. Que problemas é que eu gosto de resolver? Onde é que normalmente sou bom? Onde é que os meus amigos dizem que eu tenho umas qualidades, que às vezes eu não tenho noção que tenho.

00:12:11:22 – 00:12:14:09

Jorge Correia

E são coisas inatas que algumas são.

00:12:14:11 – 00:12:33:19

Paula Marques

Algumas são. Nós chegamos muitas vezes ao área executiva e as pessoas não têm conhecimento. Elas não sabem quem são melhor, conhecem mais as suas fraquezas, porque todo o mundo está feito para nos apontar o que nos falta para este mundo de escalar Eficiência. Tudo nos normaliza e nos põe numa curva normal e dizem Olha, tu tens isto, mas falta aquilo.

00:12:33:21 – 00:12:46:05

Paula Marques

Então facilmente, se eu pedir a um executivo que liste os seus problemas, a luz que lhe falta e as suas fortalezas, rapidamente as fraquezas. Nós somos mais ou menos rápidos, paramos muito nas fortalezas.

00:12:46:05 – 00:13:07:16

Jorge Correia

Então deixa me perguntar te e está muito em voga esta ideia do desenvolvimento pessoal entre as coisas sérias e a grande charlatanice. Mas eu quero olhar para as coisas mais sérias e dizer assim Se tu olhar para um alguém que tem um grande potencial, em princípio todos temos um potencial, mas um grande potencial, algo que consigas detetar nessa pessoa segundo potencial.

00:13:07:18 – 00:13:34:09

Jorge Correia

Tem dias que essa pessoa deveria gastar mais do seu tempo por mais fermento naquilo em que é bom ou, pelo contrário, gastar 80% do seu tempo a tentar corrigir os seus defeitos ou melhorar as suas áreas de melhoria, não é? Essa expressão me soa sempre levemente hipócrita, mas tipo ah, tu não és tão bom a fazer isso, Tens que melhorar isto que é para que então precisa o supra sumo da batata de.

00:13:34:11 – 00:13:53:05

Paula Marques

Depende de em que mundo nós estamos. Se nós tivermos no mundo anterior que nos trouxe até aqui, que é que se calhar eficiência aí funciona o fazer mais rápido e mais barato E funciona. E a especialização e normaliza nos, especializa nos num tema. E se eu não sou bom naquele tempo, eu posso não ter lugar na própria curva, Então, já em outro mundo, agora o mundo abriu.

00:13:53:07 – 00:14:08:17

Paula Marques

Agora o que eu posso considerar? Eu já não estou num mundo de escalar eficiência, todo mundo de escalar a aprendizagem, porque o mundo de escalar a ciência funciona num mundo conhecido. Nós estamos entrar num mundo completamente desconhecido. É uma floresta amazónica virgem que nunca ninguém pisou antes. Como é.

00:14:08:17 – 00:14:09:10

Jorge Correia

Que esse mundo.

00:14:09:10 – 00:14:28:12

Paula Marques

Não sabemos? É um mundo de experiência onde conta quem aprende mais rapidamente. Até ganha o jogo quem souber mais, quem é líder, quem sabe mais. E nós seguimos o líder, porque o fato é que dá as ordens e nós obedecemos. Hoje, no mundo desconhecido, não há líderes do amanhã, não há especialistas do futuro. E vamos ter que experimentar.

00:14:28:12 – 00:14:46:13

Paula Marques

Vamos ter que ser mais cientistas, seja no mundo. Estão no mundo da economia, no mundo das empresas. Vai ter que haver menos certezas. E vamos pensar mais como cientistas. E os cientistas muitas vezes não sabem o que estão a procura, fazem mais perguntas. Os líderes são aqueles que aprendem mais rapidamente. Queremos atitude de aprender e não tanto o que sabe mais.

00:14:46:15 – 00:15:06:04

Paula Marques

Muitas vezes o que sabemos é prejudicial para aquilo que estamos a enfrentar, porque fazemos aquilo que se chama um atolar de pensamento. Eu fico atolada naquilo que eu sei e não me despojo daquilo que eu sai para me lançar no contrário daquilo que eu acho. Então é uma mentalidade um pouco diferente. E vindo um pouco a pergunta das forças e das fortalezas depende desse mundo.

00:15:06:04 – 00:15:22:01

Paula Marques

Num mundo anterior, eu diria que houve um foco excessivo nas fraquezas ou naquilo que nos faltava, porque havia um conceito, normalização e um conceito. Eficiência. Não é que era máxima, era a melhoria contínua, máxima até ao limite quase em que nos comparavam com máquinas. O mundo anterior é um mundo muito em que nós estamos a competir para ver.

00:15:22:01 – 00:15:40:10

Paula Marques

Ganha quem for mais parecido com a máquina, o que trabalha mais, o que não precisa de descansar tantas horas, o que produz mais. Muito nesta comparação para ver quem ganha. O mundo atual é um pouco diferente. É um mundo desconhecido que às vezes tem muito conhecimento. Como disse há pouco, prejudica nos e é um mundo que tem que alavancar naquilo que são também as minhas fortalezas.

00:15:40:11 – 00:16:07:15

Paula Marques

Obviamente que eu não posso deixar de lado as minhas fraquezas, porque as fraquezas atrasam. Fraquezas são aquelas pedras que me vão impedir de avançar. Mas o que me dá balanço, o que me empurra são as fortalezas. Aquilo que a ciência diz é que é mais ou menos inato, parte a metade, em média. Podemos pensar que é uma parte, infelizmente, para quem sabe quem são os educadores, dependendo das competências, nos podemos ver que metade já está no nosso dia a dia, já vem dos nossos pais, já vem do nosso, dos nosso subconsciente, inteligência.

00:16:07:17 – 00:16:31:03

Paula Marques

Alguns dos traços que nós tínhamos, mas grande parte dela, outros 50% é trabalhável e é nesses 50% que nós temos que nos focar, porque o que está lá inato é inato e às vezes podemos ter algo inato e não avançar tanto como alguém que, independente do seu consciente, inteligência ou da sua idade, que é outra. Outro mito não é que nós achamos que temos que aprender tudo ali quando somos jovens, para depois o nosso.

00:16:31:05 – 00:16:50:19

Paula Marques

A nossa capacidade de aprender diminui uma parte desses mitos de aprendizagem. Quando nós tiramos estes mitos da nossa cabeça e percebemos se eu fizer um esforço, se eu entrar numa área para explorar uma área nova, que não é minha área atual, mas se eu for explorar e elevar o meu cérebro para zonas onde eu não devo se esforçar, os meus neurónios trocam informação entre si.

00:16:50:19 – 00:16:52:14

Paula Marques

Cargas elétricas e eu fico mais feliz.

00:16:52:15 – 00:16:58:13

Jorge Correia

Nós trazemos o conhecimento. Deixe me perguntar te como aprendem? Os seres humanos.

00:16:58:15 – 00:17:07:01

Paula Marques

Aprendem muitas formas, aprendem de imensas maneiras. Os seres humanos estão programados para aprender. Aliás, estamos programados para duas coisas antagónicas, que é interessante.

00:17:07:04 – 00:17:09:02

Jorge Correia

Eu penso que eu estou programado para preguiça.

00:17:09:04 – 00:17:22:12

Paula Marques

Temos para as duas coisas, para não fazer nada, para poupar energia, porque somos um ser altamente eficiente. Então não ser o diariamente com este paradoxo é papel minha. Não te metas por aí. Estamos muito bem, Já sabemos tudo o que há para saber.

00:17:22:13 – 00:17:23:01

Jorge Correia

Já temos tudo.

00:17:23:01 – 00:17:38:24

Paula Marques

Já temos tudo e a seguir e ai aquilo é interessante, é uma coisa nova, vou ali e esta parte a dizer não, não vás, não te metas por aí que vamos, que estaremos a energia, lá estás tu outra vez. E estamos sempre neste dilema, porque o nosso ser não foi programado para aprender o que tu explica que nos programou?

00:17:39:01 – 00:17:59:04

Paula Marques

Quem quer que nos tenha programado programou estas criaturas para aprender. É impossível não aprender, é impossível bloquear essa parte, a aprendizagem. Então estamos constantemente a aprender a ter as grades. E como aprendemos Quando somos pequeninos, aprendemos a observar os grandes por imitação. Quando vamos crescendo. Os adultos gostam de aprender a experimentar. Não, não gostam que nos dêem lectures.

00:17:59:04 – 00:18:17:23

Paula Marques

Como Agostinho da Silva dizia don’t like dormir e não Deus. Não me dês ideias e não me dês conselhos e não me venhas eu cá com palestras eu quero experimentar por mim, quero ver por mim. Aprendemos com histórias, sobretudo dos adultos. A melhor forma de eu passar uma informação, qualquer que seja, é através de uma história, por vários motivos.

00:18:17:23 – 00:18:28:08

Paula Marques

Um deles é que histórias viajam. Se eu contar uma história, se te contar uma história agora noite, vais contá la mais rapidamente. O conhecimento fica numa forma consolidado, A tua mória fica completamente diferente.

00:18:28:08 – 00:18:29:13

Jorge Correia

Portanto é mais partilhável.

00:18:29:13 – 00:18:30:17

Paula Marques

No fim, é mais partilhável.

00:18:30:17 – 00:18:38:11

Jorge Correia

É o método que nós inventamos para para que a informação passe.

00:18:38:13 – 00:19:07:07

Jorge Correia

Estão a gostar da pergunta simples Estou a gostar deste episódio. Sabia que um gesto seu me pode ajudar a encontrar e convencer novos e bons comunicadores para gravar um programa que gesta isso? Subscrever na página pergunta sempre Pronto, Como tem lá toda a informação de como pode subscrever? Pode ser por e-mail, mas pode ser ainda mais fácil, subscrevendo no seu telemóvel através de aplicações gratuitas como o Spotify, o Apolo ou o Google Podcasts.

00:19:07:09 – 00:19:18:10

Jorge Correia

Assim, cada vez que houver um novo episódio, ele aparece de forma mágica no seu telefone. E a melhor forma de escutar o Pergunta simples.

00:19:18:12 – 00:19:39:04

Jorge Correia

Todavia, se eu bem me lembro dos tempos da escola, a maneira como nos tentam ensinar coisas e oferecendo nos uns livros muito complicados, com coisas muito estranhas e que muito pouco estimulantes em termos de curiosidade. E dizem tu para ter sucesso vais ter que aprender isto, vais ter que empinar este conteúdo e bola para frente.

00:19:39:10 – 00:19:40:06

Paula Marques

A verdade é que.

00:19:40:11 – 00:19:42:07

Jorge Correia

Isto é o contrário do que.

00:19:42:09 – 00:20:05:20

Paula Marques

Tu precisávamos hoje. Não é de que vemos isto? A aprendizagem pelo pilar, pela memorização de conteúdo por si só. Atenção! A memória é o órgão da aprendizagem. Não podemos é embarcar nestas ideias de agora. Não vamos poder memorizar, não vamos ter que memorizar algumas coisas. A tabuada temos que memorizar porque, porque e porque uma pessoa. Temos de ter acesso rapidamente a um certo conjunto.

00:20:05:20 – 00:20:08:02

Jorge Correia

Conhecimento nunca resolveu isso?

00:20:08:04 – 00:20:27:09

Paula Marques

Não, de todo, porque eu tenho que ter acesso rapidamente a um conjunto, conhecimentos. Porque? Porque se eu for, posso não ser matemático, mas se eu souber a matemática perante um problema matemático e a matemática faz parte do mundo, a ciência, Estamos rodeados de matemática, a natureza, a matemática, a arte, a matemática e o 20 e não separou uma e outra porque a pintura era matemática.

00:20:27:09 – 00:20:39:15

Paula Marques

E precisamente por isso, e quando eu estou perante um problema, se eu souber a tabuada eu resolvo o mais rapidamente, ou seja, me encontro mais rapidamente uma solução e eu penso de forma diferente. Se tiver acesso rapidamente um conjunto de informação.

00:20:39:16 – 00:21:13:16

Jorge Correia

Tu falas nos da matemática e eu olho com os cabelos em pé, literalmente. Não posso dizer de outra maneira. Olho para o índice de reprovações no ensino secundário e pergunto se estas crianças são inteligentes em biologia, em português, em francês e inglês, o que as torna tão aparentemente burras a aprender matemática? O que é que nós estamos a fazer de errado para as atrair para esse problema fundamental português que é o problema da matemática?

00:21:13:16 – 00:21:23:16

Jorge Correia

E o que eu vejo é 70% dos alunos muito frustrados, 20% que sobrevive e dez que são de facto muito, muito bons. O que é que.

00:21:23:18 – 00:21:28:20

Paula Marques

A matemática é minha? Não sou especialista no tema em círculo.

00:21:28:21 – 00:21:29:14

Jorge Correia

Então a sensação.

00:21:29:14 – 00:21:51:00

Paula Marques

A minha sensação, é que a matemática, a filosofia, a matemática implica um grande pensamento conceptual. Aliás, o que nós sabemos hoje é que o ensino da matemática está muito ligada a coisas como a minha capacidade de ouvir de forma abstrata na minha cabeça os objectos, ou seja, ter reconhecimento espacial. Obviamente que tem que ter sentido de corpo. Às vezes as pessoas não têm noção O meu sentido de corpo, o meu sentido espacial, é importante para o ensino da matemática o.

00:21:51:00 – 00:21:52:05

Jorge Correia

Braço, a perna, a perna.

00:21:52:05 – 00:22:09:09

Paula Marques

O braço. Onde eu estou. Vou dar um exemplo. Por exemplo, a forma de ensinarmos matemática, os números primos. Nós achamos que os números primos é um conceito abstrato super difícil e durante algum tempo demorávamos algum tempo a ensiná la às crianças ou ensinávamos numa etapa. Se eu disser o seguinte como é que jogos, Como é que são os ovos, as caixas de ovos?

00:22:09:09 – 00:22:11:11

Paula Marques

Tens caixas de ovos de quantas? Quantas?

00:22:11:12 – 00:22:12:06

Jorge Correia

Normalmente seis.

00:22:12:06 – 00:22:13:10

Paula Marques

Sete vezes.

00:22:13:10 – 00:22:13:22

Jorge Correia

E por aí.

00:22:13:22 – 00:22:34:02

Paula Marques

Fora? Pronto. Então o número primo é o ovo que não cai, não cabe na pequena caixa. O número primo é o sete. Está ali um ovo. Ali não ficava bem ter se uma caixa ali com aquele apêndice. E quando nós explicamos de forma real em que as pessoas fazem uma conexão para a sua realidade, que é o que falta no ensino da matemática, porque o ser humano é péssimo a pensar conceitualmente de forma abstrata.

00:22:34:02 – 00:22:57:24

Paula Marques

Somos muito confusos se nós não concretizarmos, não virmos para que é que isto serve, Porque é que é importante o ensino da matemática? Porque é copia importante? O que é importante? O das nossas passwords. Hoje tudo aquilo que estava desgraçado se não fosse o pi ai mas o 3,14 lá tem algum interesse? Se eu não explicar o interesse, se eu não vir que a matemática está nas folhas das árvores, que as leis matemáticas estão na natureza, em tudo aquilo que eu preciso, eu preciso pensar.

00:22:57:24 – 00:23:17:00

Paula Marques

A matemática não é só finanças, é a própria natureza. Tudo tem uma expressão matemática. Se eu não trouxer essa concretização do pensamento abstrato, fica muito lá em cima. E é difícil as crianças entenderem porque a matemática, a filosofia, no limite, o pensamento matemático é um pensamento filosófico dos grandes matemáticos. Não é à toa. Pega numa biografia de matemáticos.

00:23:17:02 – 00:23:18:17

Paula Marques

São brilhantes filósofos.

00:23:18:17 – 00:23:49:18

Jorge Correia

Então deixa me tentar perceber contigo se as crianças são dotadas de doses de curiosidade infinita, o que é que está a acontecer na nossa maneira de lhes ensinar Matemática Não é só para isto não estar a funcionar bem de uma forma muito clara e concreta. Mas o que nós adultos, estamos a fazer para não termos a inteligência de começar a alterar vários métodos para tentar fazer experiências, para ver o que é que está a funcionar, o que é que não está a funcionar assim.

00:23:49:20 – 00:24:11:07

Paula Marques

É uma pena e eu colocaria também um ponto muito no adulto que está a ensinar. É muito importante. O professor é a pessoa extraordinários, a pessoa, extraordinários. Eu lembro uma vez eu ainda não estava aqui na Nova. Eu estava no mestrado porque tive a oportunidade de conhecer professores do ensino básico e perguntei qual é a vossa missão? E houve uma professora de matemática que me deu uma lição de vida incrível.

00:24:11:07 – 00:24:32:08

Paula Marques

Ela disse Olha, a minha missão é usando a matemática como desculpa, porque eu podia ter outra disciplina melhor, como os meus colegas aqui. Coitada de mim, És uma desgraçada como a matemática, que ninguém gosta. Eu sou a professora, sou a bruxa. Ninguém gosta das pessoas. Matemática, mas usando a matemática como desculpa levar os meus alunos ao seu máximo potencial e isto encerra tudo aquilo que é a missão de um professor.

00:24:32:10 – 00:24:54:18

Paula Marques

É maravilhoso que esta senhora disse porque é uma lição de vida. A matemática é uma desculpa. O tema que o professor tem ali é uma desculpa. É aquela pessoa tinha um nível de consciência tão grande que percebi que a matemática sou um meio. Se eu não encontro um meio de comunicar com os miúdos, de perceber qual é a realidade deles, de perceber como é que a matemática é importante, O miúdo não vai desligar ou não vai perceber como é que é importante a matemática fácil para o seu futuro.

00:24:54:20 – 00:25:09:01

Paula Marques

E depois, obviamente que eu não aprendo só com a excitação pelo tema e é outro tema. Nós aprendemos a experimentar e a errar. A forma mais rápida de aprender é errando. E nós temos toda uma sociedade feita para aplaudir quando nós acertamos e quando.

00:25:09:01 – 00:25:12:18

Jorge Correia

A criança é errar, ela está e tira. Tirou negativa no teste.

00:25:12:20 – 00:25:34:13

Paula Marques

Há uma comparação brilhante entre a forma americana de ensinar matemática e os japoneses. São dois sistemas de ensino completamente diferentes e os americanos ignoram os erros. Batem palmas quando o aluno acerta, quando o aluno erra, ignoram, mas dão. Fazem uma festa imensa quando os miúdos acertam. E comparativamente aos japoneses que não batem palmas a nada, nem quando acertam nem nada, lançam os miúdos por desafios.

00:25:34:13 – 00:25:53:22

Paula Marques

Eles erram e quando erram, sentam só lado a fazer a deceção do erro. Dissecar completamente o que aconteceu para o miúdo entender onde é que errou. Não é preciso eu dizer quem são os campeões de matemática e de aprendizagem de matemática. São, obviamente os japoneses, porque o próprio sistema de ensino está feito para não tem mal e raros é normal.

00:25:53:24 – 00:26:11:06

Paula Marques

Estamos a experimentar, mas vão ter que errar porque se não vir o erro estou constantemente a errar e tudo aprendemos com prática, que é outra coisa que nós odiamos fazer. Queremos ser todos inteligentes à primeira ou pelo denial, queremos encontrar outros cantos e a aprendizagem humana leva algum tempo. Nós não somos aquilo que nós chamamos rápidos a aprender.

00:26:11:08 – 00:26:23:23

Jorge Correia

E quando alguém se perde nesse caminho, sempre me parece que quando alguém se perde no meio desse turbilhão, quase que o sistema de ensino o deixa encher. E não vai por causa de dizer anda cá.

00:26:24:00 – 00:26:45:02

Paula Marques

Mas devíamos, porque ninguém fica fora. A nossa evolução foi uma evolução marcada pela nossa tribo humana e nós nunca deixamos ninguém de fora e podemos pegar na pessoa em qualquer altura da vida. Não tem que ser naquele momento em que saiu da escola é que existe uma desistência de uma criança. É uma falha da própria sociedade, é uma falha geral.

00:26:45:03 – 00:27:02:19

Paula Marques

Todos nós não conseguimos encontrar uma forma de por aquela criança que, como disseste e bem citada em aprender, as crianças têm naturalmente curiosidade e tem mais do que curiosidade, tem assombro, que é uma coisa que só as crianças têm curiosidade. Todos nós temos uma coisa nova agora inteligência artificial, e ficamos altamente irritados com. Temos um upgrade de uma coisa nova.

00:27:02:19 – 00:27:13:23

Paula Marques

Vamos ver. As crianças têm assombro que é mais do que curiosidade. É eu abrir uma torneira lá em casa e virar para a esquerda e virar para a direita, ser água fria e dizer o que é isto?

00:27:13:23 – 00:27:14:21

Jorge Correia

Uau! Uau!

00:27:14:21 – 00:27:21:03

Paula Marques

O fascínio é o pensamento filosófico. As crianças são os últimos filósofos da nossa, da nossa sociedade, e.

00:27:21:03 – 00:27:22:17

Jorge Correia

Nós dedicamos a matá los. No fundo.

00:27:22:17 – 00:27:48:10

Paula Marques

Muitas vezes fazemos. Infelizmente, há muitos motivos que fazem com que, aos quatro anos, uma Mehdi, uma menina inglesa. Os estudos que eu tenho são de Inglaterra, São interessantes. Uma menina inglesa faz, em média, quase 400 perguntas por dia. 400 perguntas e muita pergunta. E a partir desses quatro anos a criança vai diminuindo até aos oito anos, com 25% das pessoas com 18 anos continuam avidamente a usar a skill, fazer perguntas, questionar.

00:27:48:12 – 00:28:05:22

Paula Marques

A verdade é que eu não acho que a curiosidade tenha diminuído, pelo contrário, acho é que muitas vezes a própria sociedade nos limita a fazer perguntas porque a pergunta é subversiva. A pergunta põe em causa o estatuto do professor, do pai, do líder, do líder, não é? Quando eu entro numa empresa, vou questionar. Aliás, até nos dizem agora podes perguntar tudo.

00:28:05:22 – 00:28:10:17

Paula Marques

Tens aqui seis meses que é o estado da graça. Podes fazer todas as perguntas ou.

00:28:10:17 – 00:28:11:13

Jorge Correia

Então vamos passar.

00:28:11:13 – 00:28:12:16

Paula Marques

Os passes.

00:28:12:18 – 00:28:17:02

Jorge Correia

De transportes 15 minutos. Pergunta tudo isso, mas depois mais três.

00:28:17:04 – 00:28:22:18

Paula Marques

Anos para as respostas nós estamos. O mundo é muito obcecado com a resposta. Crimes imediatamente. A solução é tu.

00:28:22:20 – 00:28:24:10

Jorge Correia

Perguntas dos têm má fama.

00:28:24:12 – 00:28:47:10

Paula Marques

Os perguntadores têm um pouco má fama. São uns subversivos. São uns tipos que umas miúdas inconformados, inconformados, estão sempre a questionar. Nunca, nunca, nunca parece. Nunca entendem as coisas, não deixam evoluir as coisas e nós não vemos muitas vezes bem o perguntador e afins. Vemos o como subversivo. Alguém que não está a questionar alguém está atenta tentar a nossa própria autoridade.

00:28:47:10 – 00:28:53:14

Paula Marques

Natal um mundo de comando e controlo. Pensamos que estamos onde estamos a migrar e que conhecemos e.

00:28:53:14 – 00:28:56:03

Jorge Correia

Tem alguma utilidade. O perguntador.

00:28:56:03 – 00:29:13:11

Paula Marques

Vou perguntar o que eu diria que nós estamos do ponto de vista de cotação. Eu sou economista e gosto de ver as coisas assim bem em velos Armani. As respostas estão numa senda decrescente, estão a perder valor. Para quem tem resposta vai muito pouco porque as respostas são todas iguais. A máquina dar resposta, as perguntas estão a aumentar de cotação.

00:29:13:12 – 00:29:25:15

Paula Marques

Se eu tivesse por uma cotação nas perguntas e respostas eu vejo as respostas a diminuir valor e vejo perguntar aumentar. Não. Pelo pronto Engineering está toda a gente agora super excitada com a forma de comunicação. Não fazer.

00:29:25:15 – 00:29:26:04

Jorge Correia

Perguntas, não.

00:29:26:04 – 00:29:41:19

Paula Marques

Fazer perguntas à máquina. Isso é uma coisa e forma de nós perguntarmos à máquina diferente a forma de nos perguntarmos um humano é completamente diferente? A forma de perguntar a uma máquina temos saber as duas sim, Mas o que eu tou a dizer é que a cotação está aumentar as duas até a máquina saber fazer pronto engineering melhor do que eu.

00:29:41:21 – 00:29:55:17

Paula Marques

Mas é para já. Ainda sou eu que estou a fazer os pontos, mas daqui a uns dias já a própria máquina faz o pronto. O que? O que aumenta de cotação é Que problema Estamos aqui a resolver? O que é que queremos enquanto sociedade? Fazer as perguntas que não são tão diferentes como as do século quarto antes de Cristo.

00:29:55:19 – 00:30:07:22

Paula Marques

Estamos a fazer as mesmas perguntas que valem imenso hoje ter gente que pergunta, que questiona o status quo, que faz As perguntas difíceis provavelmente vão ser aqueles que são mais preciosos nos tempos que hoje vivemos.

00:30:07:22 – 00:30:33:22

Jorge Correia

Nesta e nesta arte da pergunta e da resposta. Lá está, é um relacionamento humano que estamos na comunicação. Por um lado, com essa tremenda necessidade de que tem que quer do cuidar do mundo, outro, por outro lado, de fazer perguntas onde é que entra a comunicação nessa sociedade que nos até agora nos esmifrar para para a produtividade, para o fazer bem, para ter sempre a resposta certa?

00:30:33:24 – 00:30:37:11

Paula Marques

A La Embedded está dentro de nós.

00:30:37:11 – 00:30:38:18

Jorge Correia

Onde está a empatia No mundo?

00:30:38:18 – 00:30:57:12

Paula Marques

Vislumbramos nós evoluímos, aprender de forma social e a partilhar. Aliás, uma das formas que nós aprendemos, uma das formas que uma das coisas que nós estudamos é como é que nós podemos acelerar as curvas de aprendizagem. E uma das formas é partilhando. Nós estamos programados para partilhar o que sabemos e quando nós partilhamos, nós estamos a fazer um duplo, uma dupla aprendizagem.

00:30:57:12 – 00:31:06:00

Paula Marques

Primeiro tamos a dar sentido ao que já sabemos. Aliás, os gregos diziam que aprenderam mt mais coisas dentro da cabeça e dar sentido ao que nós já cá temos de.

00:31:06:00 – 00:31:06:12

Jorge Correia

Relacionar.

00:31:06:13 – 00:31:27:22

Paula Marques

Relacionar que nós já temos tanta coisa informação aqui que muitas vezes não funcionamos quando partilhamos como estamos a fazer. Agora aqui estou. Ouvir e tu ouvir coisas que estão claras para mim, coisas que não estão. Estou a organizar as minhas ideias. Mais uma vez a fala é uma forma, é como escrever, é como desenhar. É uma forma de dar alguma estrutura ao pensamento que muitas vezes é conceptual e abstrato, que ajuda a partilhar.

00:31:27:24 – 00:31:55:13

Paula Marques

Por outro lado, é a forma que nós temos de nos relacionarmos. Quer trabalhar, quer aprender, é a partilha. E não podemos perder essa forma de contar histórias. Aliás, começámos com o tema como é que nós aprendemos e com histórias quando o fogo foi inventado. Ainda hoje os antropólogos que estudam os caçadores recolectores actuais percebem que o fogo tornou os nossos dias maiores, mas não nos só protegeu dos animais, fez com que nós não fossemos dormir tão cedo e começássemos a contar histórias à noite.

00:31:55:13 – 00:32:31:21

Paula Marques

Fazíamos duas coisas maravilhosas uma é coscuvilhice ouvir e contar Ai, eu sou uma boa! E hoje eu matei um mamute. Tudo invenções, mas também histórias imagéticas que vinham da nossa cabeça. E isso conta histórias. Esta comunicação à volta de uma fogueira é algo que começou a desenvolver imenso a nossa criatividade. A nossa cabeça, então, está na base e na raiz dessa comunicação que não podemos deixar passar a twittar ou passar a comunicar com x caracteres em que só tu posso dizer Neste momento tenho que escrever, tenho que falar, tem que de alguma forma passar as minhas mensagens aos outros seres humanos.

00:32:31:21 – 00:32:33:10

Paula Marques

E faz parte de quem nós somos.

00:32:33:10 – 00:32:47:09

Jorge Correia

Onde e como é que tu vês esta tensão entre, por um lado, um mundo profundamente individualista, em que o melhor ganha e, por outro lado, esse mundo da cooperação que fez a humanidade arrancar grandes passos em frente. Como é que é partir uma tensão ou.

00:32:47:10 – 00:33:09:08

Paula Marques

Não é uma tensão, é uma tensão, porque a tecnologia está a criar esta polarização enorme, está a criar aquilo que nós chamamos as ilhas de hiper conectadas e às vezes esquecemo nos é de das grandes, dos grandes poemas, que não é dizer não é nenhum nós, é um Hemingway Por quem os sinos dobram Quando? Quando tocar a finados, Não perguntes quem morreu.

00:33:09:08 – 00:33:29:05

Paula Marques

Morreu um de nós. Cada vez que morre um de nós, morre uma parte de nós e nós nos esquecemos disso. Esquecemo nos que nós, que não é a mesma coisa. Um chinês não é o problema dos chineses ou problemas asiático. O problema da África ou o mar que está num sitio noutro não é este pequeno planeta azul. A humanidade sobreviveu porque somos campeões a cooperar.

00:33:29:05 – 00:33:51:23

Paula Marques

Não nos vamos esquecer disso. Somos as únicas pessoas na natureza que coopera sem ser com pessoas do seu sangue quando nos comparamos. Gostei. Gostei. Eremitas com as formigas, com as abelhas são campeãs em cooperação. Só cooperam com o seu sangue, com o seu DNA. Nós não, nós não. Nós trabalhamos com pessoas nas organizações. Não estamos a perguntar qual é o DNA, nem fazemos testes de DNA e as pessoas não é para saber genética se eu vou cooperar ou não.

00:33:52:00 – 00:34:09:06

Paula Marques

E não deixamos nunca ninguém para trás. É interessante. Ou seja, temos esta capacidade, temos ideias de futuro para fazermos em conjunto. Sozinhos também não fazemos nada, porque a inovação é muito, muito coletiva. Andamos pelo mundo muito nesta perspetiva de ver como é que o podemos melhorar e aquilo que está a acontecer é muito esta individualização em todo o lado.

00:34:09:08 – 00:34:26:10

Paula Marques

A minha sugestão, por exemplo, muito na educação, que é a área onde onde eu estou, porque eu vejo esta ideia de esta massiva costumização em que eu estudo, o que eu quero quando eu quero, os tipos que me apetece estudar, independentemente do que tu estás a estudar já não me interessa e eu quero fazer a minha hora a meu tempo, com os meus professores quando eu quiser.

00:34:26:10 – 00:34:52:17

Paula Marques

Isto é altamente perigoso. Porquê? Porque primeiro, o seu florescer é muito complicado. É muito difícil por causa desta, esta panóplia e deste enorme possibilidade. E lembra muito Umberto Eco. Ele dizia Eu tenho, eu tenho pena do sofrer, o sofrer na equitação eu não tenho mapas. A prioridade do conhecimento começa por onde vai Para onde? É muito, muito comum aquele Bibliotecário de náusea de Sartre que queria ler os livros todos.

00:34:52:19 – 00:35:10:21

Paula Marques

Não sabia por onde começar, então ordenou os por ordem alfabética e começou a lê la porque achava que era por lá que morreu no ar. Mas ainda se calhar ter lido as obras que lhe faziam sentido. Então eu vejo muito a nossa missão também de educadores, quer pais, quer escolas, quer empresas, porque a educação está por todo o lado, informação por todo o lado.

00:35:10:23 – 00:35:14:18

Paula Marques

Como tentar encontrar este mapa em conjunto e não conseguimos fazer isolados.

00:35:14:19 – 00:35:18:08

Jorge Correia

Assaltam uma dúvida que é como é que tu escolhes estudantes para ler?

00:35:18:10 – 00:35:19:20

Paula Marques

Ai é muito difícil também.

00:35:19:20 – 00:35:20:14

Jorge Correia

Tens essa indústria.

00:35:20:18 – 00:35:26:17

Paula Marques

Eu tenho uma angústia. Eu sofro como David Bowie. David Bowie é um polímata, é quase um David do século.

00:35:26:19 – 00:35:28:03

Jorge Correia

E lês do inicio ao fim.

00:35:28:04 – 00:35:29:03

Paula Marques

Não tanto.

00:35:29:06 – 00:35:29:22

Jorge Correia

Mas ao meio.

00:35:29:22 – 00:35:43:11

Paula Marques

Vês o que há para estar ali. Cinco livros ao mesmo tempo, consoante o mundo dia. Agora eu, por exemplo, hoje trago um ali que é hoje a geografia do génio. Estou a ler um tipo que defende todos os velhos da história para tentar perceber o que é que faz os locais.

00:35:43:13 – 00:35:44:02

Jorge Correia

É tipo ver qualquer.

00:35:44:02 – 00:35:51:20

Paula Marques

Coisa e descobriu ou descobriu coisas interessantes sobre o que é que nos faz querer ir desde a Grécia Antiga, ou Viena, ou Hangzhou, ou Florença, que faz.

00:35:51:20 – 00:36:03:16

Jorge Correia

Um génio do gênio? Estamos a falar do David que fala sempre. Já fui comunicado algumas vezes sobre o 25. O que é que aprendeu do óbvio? O que é que dá 20 trás? Porque é que ele é genial? Os génios são gênios.

00:36:03:18 – 00:36:30:23

Paula Marques

Talvez seja melhor porque absolutamente humano é das criatura, Tem tudo aquilo que nós só seríamos uma pessoa com dificuldades de aprendizagem porque tinha dislexia, défice de atenção. Provavelmente alguns cientistas apontam até distúrbio bipolar. Era um filho ilegítimo de um notário, ou seja, não foi à escola quando os outros miúdos foram. Não aprendeu latim, grego, matemática. Tinha muita dificuldade com os números imaginários, com os números complexos e.

00:36:30:23 – 00:36:32:02

Jorge Correia

Diria.

00:36:32:04 – 00:36:51:13

Paula Marques

E dominou 14 ciências. É um polímata aquilo que nós chamamos hoje, uma pessoa que domina mais do que uma ciência, um polímata, Duas ou mais. Eu domino 14 anos sem saber falar latim, grego. Então, para mim é um exemplo humano, não aquela parte mais exótica de como é que ele fez. Pintou a visão ainda larocas dos evangelhos apócrifos anos antes de serem descobertos.

00:36:51:13 – 00:37:19:05

Paula Marques

Nada disso. A parte mais surreal dele. Eu gosto da parte humana porque com todas estas dificuldades, mas com um quociente curiosidade acima da média e com uma capacidade de observação, de registar, de paciência, de fazer perguntas com sentido de humor. Uma pessoa que não sou eu não sou vale muito a sério. Nunca ligou muito a política, estava se marimbando para o que os media achavam dele ou não, se os iam recomendar ao Papa ou não para a Capela Sistina.

00:37:19:07 – 00:37:46:13

Paula Marques

E aos 64 anos decidi emigrar quando já já tinha provado imenso e já era uma pessoa respeitada, um polímata respeitado. Quando o rei de França, ou chamem lhe isso, pegou numa mula, pegou nas obras, tinha o ainda inacabadas a Mona Lisa, o São João Batista e as três gerações. Pegou, enrolou e durante dois meses foi pelos Alpes. Emigrou com aquela noção, principiando a aprender Vou para França porque vou começar tudo de novo.

00:37:46:15 – 00:38:03:18

Paula Marques

E isto é uma quase aversão a 500 anos da neuroplasticidade. Alguém que nos ensina que mesmo com todas as dificuldades que eu possa ter, tendo nascido, claro que eu estava no céu, que a nível de altura estava em Florença, onde tudo estava a acontecer, mas tinha muitas dificuldades. Não tinha Google, não tinha, não sabia ler sem ser na sua língua materna.

00:38:03:18 – 00:38:26:21

Paula Marques

Não conseguia ler noutras línguas. Odiava línguas porque sim, Hoje conseguia entender, mas mesmo assim tinha um conjunto de características que nos diz muito sobre esta capacidade interceptar conhecimento e ler. Criativo porque como dominava várias ciências, conseguia fazer junções, como escrevia tudo, a sua escrita, os seus livros são confusos que assim como nós criamos julgando coisas e ligando coisas aparentemente que são confusas porque são.

00:38:26:21 – 00:38:29:15

Jorge Correia

Confusas, não são fáceis de entender, não primeiras.

00:38:29:15 – 00:38:42:01

Paula Marques

Não são como os locais criativos, os velhos da vida. Estes estão à altura. Agora estamos a falar de livros. Conclui que a maior parte dos locais criativos não são locais limpinhos, São lugares confusos, de muita diversidade.

00:38:42:01 – 00:38:45:02

Jorge Correia

Como o ateliê do pintor, por exemplo. Mas a verdade é.

00:38:45:02 – 00:38:47:02

Paula Marques

Exatamente.

00:38:47:04 – 00:39:05:12

Jorge Correia

Uma houve um estudo teu, o que é que achei muita graça Logo ao título. Vou citá lo com e com rigor. E se Frida Kahlo e Picasso não tivessem ficado entediados, não ficassem. Fica. Ele não diversifica com tédio. Então como é que Frida Kahlo e Picasso beneficiaram de se terem aborrecido comigo?

00:39:05:13 – 00:39:28:19

Paula Marques

Sim, claro que sim. Como muitos outros. O aborrecimento. Hoje está provado que bordamos de ficarmos completamente aborrecidos. É um motor brutal para a criatividade, porque o nosso cérebro odeia estar aborrecido. Aquele estado em que nós não estamos a ver nada e não estamos a perceber para sair daquele estado, nós criamos. É quase uma, é um antídoto. É como o corpo a reagir, um antídoto anticorpo ao aborrecimento.

00:39:28:21 – 00:39:47:05

Paula Marques

E esse foi um pensamento que o que? O que eu me perguntei se eu tivesse um iPhone eu já não me recordo muito bem, mas se tivesse que fazer o scroll infinito e não se aborrecer. O Picasso vinha de um período em que ia para o Museu do Prado copiar as obras dos grandes artistas. Estava a passar uma crise brutal de criatividade e tive escarlatina e tive que ir lá para as montanhas, para casa de um amigo.

00:39:47:07 – 00:40:09:04

Paula Marques

E essa escarlatina e esse não ter nada que fazer, esse aborrecimento total, o período de maior criatividade e Frida Kahlo. Obviamente, a história dela é uma história incrível de uma miúda que teve um azar quando era miúda e foi atravessada por aquele ferro no acidente que teve e ficou imobilizada numa cama. Nós podemos ser curar E começou a pintar o que ela conhecia, que era ela própria.

00:40:09:04 – 00:40:28:19

Paula Marques

Não sabia mais nada. No budismo ela começou se a pintar a si. E se isso, esse ímpeto criativo, essa necessidade que o cérebro humano tem de sair desse estado penoso que nos limita imenso. E hoje sabemos nós o aborrecimento, o estarmos a levar nos àquele momento, é o início da criatividade.

00:40:28:21 – 00:40:52:17

Jorge Correia

Então porque na escola sentam nos numa sala? De resto, nós estamos numa numa sala de anfiteatro, entramos numa sala e dizem Cria aí qualquer coisa, Vamos, estamos aqui. Aula de desenho cria qualquer coisa nas organizações, põe nos numa sala e põe nos a fazer uns post-its na política, põe nos numa sala, no parlamento e criam qualquer coisa. E eu a pensar para mim próprio.

00:40:52:17 – 00:40:59:09

Jorge Correia

Mas eu crio em na na praia, no banho, nestes pequenos momentos do tédio.

00:40:59:11 – 00:41:04:11

Paula Marques

Então como é que me tédio no quando eu tenho um pensamento divergente, quando eu não estou focada.

00:41:04:11 – 00:41:09:22

Jorge Correia

Não me desligo da vida e quando me florescem as ideias.

00:41:09:24 – 00:41:15:09

Paula Marques

Precisa de um tempo para maturar. As ideias que são geradas assim em curto espaço de tempo nunca são maravilhosas.

00:41:15:09 – 00:41:16:08

Jorge Correia

Precisamos. Fizemos uma total.

00:41:16:13 – 00:41:17:05

Paula Marques

Precisamos.

00:41:17:05 – 00:41:19:15

Jorge Correia

Precisamos estar sozinhos ou precisamos de uma?

00:41:19:15 – 00:41:36:14

Paula Marques

Tudo tem uma componente sozinha. A criatividade tem uma parte individual em que nós temos a nossa memória. Por isso não há diferença entre imaginação, criatividade, memória, amor. Está lá. Eu não posso ligar um cavalo com tomates. Eu não tive um cavalo é tomado na minha memória. Por isso esta coisa de Ah, eu já te pedi desculpa, não vou memorizar nada.

00:41:36:16 – 00:41:56:09

Paula Marques

Então o JPT vai ser ele o criativo, porque eu não vou ter nada para ligar também. E é uma decisão que nós temos. É claro que há uma espécie do eu gosto, afirmou. Imagino um mundo invertido e aqui no eixo do X tens o tempo e no eixo dos Y nos tens a criatividade, tens a riqueza das ideias.

00:41:56:11 – 00:42:20:11

Paula Marques

Então logo no início não, não há grandes ideias de aquecimento. Precisas de deixar passar algum tempo, precisas de fazer conexões a um nível subliminar, a um nível inconsciente, o teu cérebro está constantemente a fazer conexões diárias que tu não tens consciência. Nós só temos consciência 8% da informação que absorvemos. O resto nós estamos a absorver, porque somos máquinas de absorção de insights, de informação.

00:42:20:13 – 00:42:43:15

Paula Marques

Vimos onde é que erramos e ajustamos. Estamos constantemente a ajustar tudo e só temos consciência de doido. Ou seja, tu tens que deixar os outros 100% todos, conectar e fazer conexões a um nível que nem tu imaginas. Por isso o povo diz vamos dormir sobre o assunto faz sentido porque o sono hoje sabes que o sono tem uma importância brutal na aprendizagem e na criatividade, porque me permite fazer estas conexões, Permite me limpar o lixo.

00:42:43:17 – 00:43:12:20

Paula Marques

Aliás, os os cientistas que trouxeram a razão do sono usam muito esta metáfora de que o sono está para o ser humano como o jardineiro para um jardim. O sono limpa o nosso cérebro. No final de um dia em que o jardim foi exposto a uma tempestade, houve chuva, vento e no final estão folhas no chão e o jardineiro tira as folhas, rega as plantas, poda isto e o sono é super importante para a criatividade, para imaginar e depois no final, imagina o invertido Estás no Berlin tonto a pedir as ideias.

00:43:13:00 – 00:43:28:08

Paula Marques

Tu não fizeste nada naquele tempo. As ideias também que saem tão cheias de medo do medo. Tu estás comprimido, não estás com a tua mente expandida, então também não são grandes ideias. Por isso fala que os mais criativos somos. Quando somos procrastinadores médios. Não podemos ser procrastinadores crónicos.

00:43:28:10 – 00:43:28:23

Jorge Correia

Não fazemos nada.

00:43:28:23 – 00:43:47:01

Paula Marques

Não fazemos nada. Também não podemos cria logo ter a ideia. Nós somos muito focados na resposta. Mais uma vez somos obcecados em ter respostas rápidas e às vezes estes deep dives nem muito curto espaço tempo. As grandes ideias não vão acontecer agora, vão acontecer. Se calhar daqui a uns dias eu tenho que ter alguma calma e serenidade para poder integrar.

00:43:47:01 – 00:44:04:24

Jorge Correia

Olha, entretanto chegou o chato GPT e outras inteligências ditas artificiais. Observo com curiosidade que tu dizes que tanto o livro escrito sobre as máquinas e tão pouco sobre a inteligência humana. E estamos nós a dizer que as máquinas inteligentes, as máquinas para tomar conta disto?

00:44:05:01 – 00:44:32:03

Paula Marques

Não, eu penso que não. Penso que as máquinas são uma mais um braço, mais um cérebro que nós temos ao nosso lado agora está a nos assustar um pouquinho, porque a máquina está a entrar numa componente em que nós associamos que era só nossa, que o pensamento não está agora não nos estamos, não tinham medo. Aliás, meteram um pouco medos luditas na altura das revoluções, não contra as máquinas, mas contra as condições em que os humanos eram votados depois da adoção de certas máquinas.

00:44:32:03 – 00:44:51:16

Paula Marques

E isto levar nos ia aqui uma série de questões. Mas. Mas o grande tema é que eu vejo muito isto como o como o Kasparov vê, por exemplo, uma metáfora para usar uma metáfora da forma como eu vejo a máquina. Eu vejo muito isto como o xadrez hoje em dia não é o xadrez que é o centauro X.

00:44:51:18 – 00:45:15:01

Paula Marques

Não sendo o centauro ciência ou a forma de jogar hoje de um homem que foi batido pela máquina, inventou o estado de xadrez, que é basicamente hoje os melhores jogadores de xadrez do mundo jogam com a ajuda da inteligência artificial. Porque? Porque o Kasparov perdeu com o Deep Blue? Porque ele era o melhor do mundo e via quatro combinações no segundo, quando combinações de jogadas tu podes fazer a máquina via 4 milhões, ou seja, impossível.

00:45:15:01 – 00:45:30:10

Paula Marques

Se nós estamos a comparar aqui um erro logo de achar que inteligência são inteligência cognitiva, se for dizer que a inteligência é só a capacidade de fazer contas, claro que a calculadora é mais rápida que eu. É preciso ir para o JP ter uma calculadora. É mais inteligente que eu se for isso. Mas a inteligência humana não é só a capacidade cognitiva.

00:45:30:12 – 00:45:50:08

Paula Marques

Estamos a falar de um conjunto de outras coisas. Estamos a falar do sentido de beleza, estamos a falar do sentido em si, do pensamento conceptual, da razão pela qual fazemos um conjunto de coisas que está dentro da própria inteligência. Então eu vejo como isso que é que é o Estado X, a máquina dá ao jogador as combinações possíveis porque ele não vê, é o tecido, por isso é que é feio.

00:45:50:09 – 00:46:07:06

Paula Marques

Está lá. Eu sou o último a decidir se uso uma combinação que é uma grande ou uma que eu invento na minha cabeça que a máquina pode não ter, porque a máquina, da forma como ainda nós temos, nós ainda estamos na era do Paleolítico Neolítico, da inteligência artificial e de uma inteligência artificial imagética que copia o que nós vivemos dando.

00:46:07:08 – 00:46:19:11

Paula Marques

Não inventa, não vai inventar, por exemplo, o projeto O jeito que eu digo a máquina, dou o mundo de Rembrandt e faço machine learning com imagens do Rui Braille. Isto é, o Rui agora pinta uma obra. Ela pintou Rembrandt.

00:46:19:11 – 00:46:20:01

Jorge Correia

Faz uma cópia.

00:46:20:02 – 00:46:20:10

Paula Marques

E faz uma.

00:46:20:10 – 00:46:21:13

Jorge Correia

Cópia, uma reinvenção.

00:46:21:13 – 00:46:42:18

Paula Marques

Exatamente. Mas não vai quebrar regras, não. Vai fazer o seguinte como o Picasso fez, quebrou as regras do ponto fundador Nascimento e dizer agora porque um ponto de fuga com o cubismo? Agora vamos acabar com o ponto de fuga. Agora vamos ter 20 pontos de fuga, isto é, quebrar regras, isto é se subversivo. O que é criatividade? A meu ver, está nas nossas mãos perceber se eu quero que o subversivo seja eu humano ou a máquina.

00:46:42:19 – 00:46:59:01

Paula Marques

Eu gostaria que não fosse a máquina. Gostaria de ser eu a dizer mamã, papá. E eu estou a ver aqui uma coisa diferente. Queria mudar as regras e por isso eu desejo as coisas desta forma. Um optimista. Mas vejo de forma otimista, não irrealista. E acho que há muito medo em relação a uma coisa também um pouco de conhecimento.

00:46:59:07 – 00:47:22:12

Paula Marques

Se virmos isto como Freestyle X, como o jogo do Centauro ou como por exemplo na medicina hoje, que tem um apoio brutal, por exemplo, vamos a imagiologia, em que o olho humano não consegue ver certas coisas na imagem porque tem limitações fisiológicas e com a ajuda da máquina, o médico aumenta o seu poder, aumenta a sua taxa de falso negativo e falso positivo, ou seja, reduz a taxa de erro.

00:47:22:14 – 00:47:26:21

Paula Marques

Eu quero um médico que também tenha esse conhecimento de inteligência oficial. Quero os dois.

00:47:26:21 – 00:47:30:15

Jorge Correia

Não é o dia em que a máquina começar a aprender sozinha.

00:47:30:17 – 00:47:43:16

Paula Marques

Ela já hoje aprendeu. Algumas delas já ensinaram a si próprias, ou seja, nós já temos fizemos essa coisa maravilhosa, conseguimos criar máquinas que ensinam outras máquinas a aprender e deixamo nos a nós um pouco assim um canto. Eu lembro me.

00:47:43:18 – 00:47:46:12

Jorge Correia

E espero que com o botão perto para poder telepatia.

00:47:46:14 – 00:48:04:21

Paula Marques

Aquilo curioso, Curioso que quem trabalha com os robots, a nossa noção nos robôs sociais e a nossa ligação com as máquinas, ainda sabemos muito pouco. Antropologia, o humano, o robô, a paixão pelos robôs vem do tempo. Leonardo, aliás, foi Leonardo criou um dos primeiros robôs que era um leãozinho que abria o peito e tirava se um ramo de flores.

00:48:04:23 – 00:48:34:18

Paula Marques

Ou seja, a nossa paixão pelos robôs já vem aquela coisa de ter alguém articulado ao nosso lado. Agora estão um pouco diferentes do leãozinho com as flores no peito. Leonardo Mas é sobre isto. Eu gostava de lançar alguns de alguns desafios. O primeiro, que é a forma como nós imaginamos a máquina. Achamos que nós não simpatizamos com a marca, sabemos que é uma máquina e depende muito a forma cultural da vermos, principalmente a forma ocidental que vimos que é uma máquina e que é um pedaço de ferro com os circuitos.

00:48:34:20 – 00:48:51:10

Paula Marques

A forma asiática diferente de ver a forma oriental que com o animismo xintoísmo em que acha que se acha que tudo tem alma. Eu interajo com as máquinas de forma completamente diferente. Por isso é que a taxa de penetração no mercado dos robôs sociais no Japão, por exemplo, é imensa e os estudos estão feitos lá precisamente com isso.

00:48:51:12 – 00:49:12:12

Paula Marques

Mas quando as máquinas. Curiosamente, os estudos que nos dizem quando a máquina faz uma asneira e eu digo a máquina vou desligar precisa. Estão asneira, mas a máquina não desliga, por favor, eu fiz uma asneira. Não desligue por favorito. Muito. Nós não desligamos o rabo, Estamos certos. Não simpatizamos com a máquina, mesmo achando nós que temos ali um ser a pedir.

00:49:12:12 – 00:49:37:09

Paula Marques

Nós ainda sabemos muito pouco desta empatia que nós criamos com um pseudo ser. E por exemplo, o caso dos robôs sociais no Japão, que é um caso interessante de analisar o que é que está a acontecer, foram testados que é uma sociedade extremamente envelhecida e testaram no apoio social aos velhinhos nos lares porque tinham pouca gente ou não têm o tempo que os cuidadores têm poucos meses para cuidar.

00:49:37:11 – 00:49:58:03

Paula Marques

Então, mesmo com a emigração, disseram vamos por aqui, robôs, vamos substituir humanos por robôs. E a conclusão a que chegaram é que para ir para tudo, porque no início há uma grande adoção, Toda a gente quer o robô e passado alguns meses encostam os robôs testaram dois ou três tipos de robôs um robô que faz conversa, um robô só com um robô que levanta os velhinhos para evitar que outro seja o enfermeiro.

00:49:58:04 – 00:50:27:15

Paula Marques

O cuidador levantar é um robô que é uma espécie, um animal, um estafermo, um animal com pêlo. Parece um peluche. Este pêlos puseram logo de lado porque os velhinhos com demência e com outros problemas parece que arrancavam pêlos. Ficava ainda mais irritados. Arrumam o cãozinho no pêlo e os outros? Interessante os estudos e um dos últimos estudos é precisamos de juntar mais gente à mesa, não só tecnólogos e não só programadores de robôs, porque temos sido antropólogos, sociólogos, psicólogos, gente que entende de gente.

00:50:27:17 – 00:50:48:17

Paula Marques

Porque o que aconteceu aos cuidadores é que eles dizem agora, então diziam que me iam libertar para fazer um trabalho mais, mais criativo. E eu agora só estou a tratar do robô. Em vez de ir falar com o velhinho, atualizar o robô, tirar a bateria, estou a limpá lo, ou seja, diminui o meu tempo de qualidade Com o idoso é tudo tratado um robô e eu estou a fazer um trabalho dos mais robôs.

00:50:48:19 – 00:51:17:01

Paula Marques

Estou a fazer um trabalho mais rotineiro e sem qualidade e sem interesse. Então há muita coisa a saber mais sobre isto. Não acredito que há uma grande necessidade humana neste momento. Há uma tendência e um autor que escreveu o Revenge of Analog A Vingança do Analógico Nós estamos com vontade. Nós notamos isso na escola, estamos com vontade estar juntos, valorizamos muitos momentos, estamos em frente a um ser humano e as duas coisas não vão desaparecer.

00:51:17:01 – 00:51:46:02

Paula Marques

A nossa humanidade que nos faz não vá, não vamos trocar por interações com máquinas e com robôs. Há sempre esse medo. Eles vêm aí, vão nos tirar os trabalhos, Mas quando nós podemos fazer tudo, aí sim é uma responsabilidade nossa. Temos que pensar o que queremos fazer, basicamente com os robôs e com tudo o resto. Quando nós conseguimos fazer um de nós, quando nós temos a sequência do genoma humano e podemos fazer uma pausa, podemos fazer um Jorge, temos que nos questionar É isto que nós queremos para nós?

00:51:46:02 – 00:51:47:21

Paula Marques

Podemos fazê lo. Não é uma questão de poder.

00:51:48:02 – 00:51:48:11

Jorge Correia

É uma questão de.

00:51:48:11 – 00:51:54:13

Paula Marques

Ética também. É uma questão ética? Claro que sim. É uma questão ética de saber. E essas são as tais perguntas que a máquina não vai fazer.

00:51:54:14 – 00:52:01:10

Jorge Correia

Olha o que estamos a fechar aqui na nossa conversa. Tens alguma pergunta preferida da tua, da tua existência?

00:52:01:12 – 00:52:09:24

Paula Marques

Eu gosto das perguntas dos meus filhos. Meus filhos são maravilhosas. São duas crianças que são upgrades meus são. E eu, em vez de 1000.

00:52:10:01 – 00:52:10:20

Jorge Correia

Vistas, as paisagens.

00:52:10:20 – 00:52:27:09

Paula Marques

De uma imensa maravilha. Irrito, não vejo, não me irrito. Aumenta a minha consciência sobre mim. Como é que o sou? Porque eu ainda sou assim, perguntador. Ai sou chata. Os pais espelham e eles ainda são mais perguntadores. E eu penso como é que eu não quebro esta, este fascínio?

00:52:27:15 – 00:52:28:09

Jorge Correia

Como é que eu escalo?

00:52:28:12 – 00:52:45:23

Paula Marques

Não é como eu escalo, não é a vida que está a vontade. Não é porque temos tanta coisa para fazer. E eles vêm com estas perguntas. Mas os meus filhos sempre foram. Pergunta 12 Fazem perguntas do arco da velha como gosto? Perguntas existenciais, Gosto, Perguntas filosóficas. As grandes perguntas que são as mesmas Se nós aquilo que uma criança o meu filho pergunta ou perguntava me lembro me.

00:52:46:00 – 00:53:18:21

Paula Marques

Pergunta me mamã, quer que aquilo que é que houve antes do Big Bang? E eu a despachar, dizia nada, Se não olha, não havia nada, estava escuro como esta sala é e vou me embora. Pergunta difícil. E depois ele chama me. Diz mamã, Mentiste me. Havia algo no havia que explodiu e eu pesei. Que é verdade. Eu estava a falar da partícula de Deus, mas ele chega à partícula de Deus, ao conceito partícula de Deus, e nós damos a ver uma resposta para Mas desde isso a mãe é Porque é que a janela do avião para sobreviver, para nós conseguirmos ter vida nas outras dimensões?

00:53:18:21 – 00:53:46:01

Paula Marques

E porque é que as janelas do avião são redondas e normais? Ou seja, fazem perguntas de maravilhosas e fazem me pensar verdadeiramente? Acho que as crianças são assim os grandes filósofos. E compara os muito depois aos livros profundos de filosofia que gosto de ler da mãe. São eles que vejo me imenso neles e tento. Penso que enquanto mãe não deva estragar como eu sou um upgrade nosso, a minha missão é tipo não estraga acertar de fazer o mínimo para não estragar aquela matéria prima.

00:53:46:03 – 00:54:15:03

Jorge Correia

Se eu houvesse uma partícula de Deus da curiosidade infinita, teríamos tudo, um mundo melhor. Nessa partícula das perguntas do querer saber, estaria a nossa forma interna de aprender? No meu imaginário, a partícula dos perguntadores criaria aquela centelha de brilho no olhar das crianças quando elas descobrem uma coisa nova e tu aí desse lado, no conforto da escuta, já perguntaste algo cuja luz mesmo, que exige uma nova e criativa resposta?

00:54:15:05 – 00:54:24:14

Jorge Correia

Então vai, vai perguntar. Imagem e funciona. E até funciona para as pessoas que têm todas as respostas na ponta da língua. Até para a semana.

A palavra ódio mata? Carlos Alberto Poiares
A palavra ódio mata? Carlos Alberto Poiares

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A palavra ódio mata? Carlos Alberto Poiares
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Como aprendemos? Paula Marques
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O que perguntar ao médico? António Vaz Carneiro
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O cliente tem sempre razão? Gisele Paula
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Como fotografar o momento certo? João Porfírio
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Como sonhar uma marca? Carlos Coelho
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Como se relata o melhor golo do mundo? Nuno Matos
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O que diz o médico? Fernando Leal da Costa
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Como fotografar a Liberdade? Eduardo Gageiro
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As perguntas e as respostas fazem parte da nossa vida.

E são o motor fundamental para aprendermos coisas novas.

Esta edição é sobre os talentos que precisamos de ter para enfrentar o mundo onde nenhuma resposta explica tudo e todas as perguntas valem muito mais que essas respostas.

Afinal como aprendemos coisas novas?

A nossa maneira de aprender é um dos tópicos que mais investigação tem merecido nos últimos anos.

E com o advento do mundo volátil e sem certezas absolutas a única coisa certa é que precisamos de aprender sempre. Todos os dias. De forma contínua.

Mas não foi sempre assim?

Provavelmente sim. Mas agora o tema parece ter-se tornado um mantra das organizações e grupos mais inovadores.


TÓPICOS & TEMPOS

(00:00:00) – (00:03:42) – Introdução e Importância da Aprendizagem Contínua

Jorge Correia apresenta o ‘podcast’, focando na relevância do aprendizado contínuo num mundo incerto. Paula Marques é introduzida como especialista em novas formas de trabalho.

(00:03:42) – (00:07:24) – O Futuro do Trabalho e a Liderança

Discussão sobre o futuro do trabalho, enfatizando a necessidade de líderes que valorizam perguntas em vez de respostas rápidas.

(00:07:24) – (00:11:06) – Transformações no Trabalho

Análise das mudanças no ambiente de trabalho e como as organizações estão se adaptando para enfrentar novos desafios num contexto global volátil.

(00:11:06) – (00:14:48) – Identidade e Trabalho

Reflexão sobre a ligação entre trabalho e identidade pessoal, e o impacto da reforma nessa relação.

(00:14:48) – (00:18:30) – Tecnologia e Desemprego

Exploração do impacto da automação e tecnologia nos empregos e a necessidade de requalificação dos trabalhadores.

(00:18:30) – (00:22:12) – Educação e Preparação para o Futuro

Discussão sobre como o sistema educativo pode preparar melhor os jovens para um mercado de trabalho em transformação.

(00:22:12) – (00:25:54) – Desafios para a Juventude

Análise dos desafios que os jovens enfrentam ao escolher carreiras e como alinhar as suas paixões com as oportunidades de mercado.

(00:25:54) – (00:29:36) – O Papel das Perguntas no Desenvolvimento Profissional

Debate sobre a importância de fazer perguntas certas para o desenvolvimento profissional e pessoal num contexto de rápidas mudanças.

(00:29:36) – (00:33:18) – Impacto da Cultura Organizacional na Inovação

Análise de como a cultura organizacional afeta a inovação das empresas e a importância de cultivar uma cultura que valorize a curiosidade e aprendizagem contínua.

(00:33:18) – (00:37:00) – Conclusão e Reflexões Finais


Quis aprofundar o tema com Paula Marques uma investigadora da Nova SBE com a missão de investigar as formas de trabalho do futuro.

E de treinar os melhores líderes a fazer mais perguntas do que a dar respostas na ponta da língua.

Mas acima de tudo este episódio é uma navegação sem bússola nem mapa ao futuro do mundo.

Talvez a única fórmula com uma promessa de resposta é o uso intensivo das perguntas.

E eu a pensar aqui para os meu botões: “tu queres ver que eu afinal ainda tenho futuro com o perguntador?”

Venham daí. Oiçam, subscrevam, comentem.

Façam perguntas. Todas as perguntas do mundo.

Se houvesse uma partícula de deus da curiosidade infinita teríamos todo um mudo melhor.

Nessa partícula das perguntas, do que querer saber, estaria a nossa forma eterna de aprender.

No meu imaginário a partícula dos perguntadores criaria aquela centelha de brilho no olhar das crianças quando descobrem uma coisa nova.

E tu, ai desse lado, no conforto da escuta, já perguntaste algo, hoje, que exija uma nova e criativa resposta?

Então vai. Vai perguntar. É mágico e funciona.

Até para quem tem todas as respostas.

LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO

TRANSCRIÇÃO AUTOMÁTICA

00:00:13:14 – 00:00:37:18

Jorge Correia

Bem vindos ao Perguntas Simples a vosso podcasts sobre comunicação. As perguntas e as respostas fazem parte da nossa vida e são o motor fundamental para aprendermos coisas novas. Esta edição é sobre os talentos que precisamos para ter de enfrentar todo um mundo onde nenhuma resposta explica tudo e todas as perguntas valem muito mais do que essas respostas. Vamos ao episódio.

00:00:37:20 – 00:00:48:21

Jorge Correia

Vamos a isso.

00:00:48:23 – 00:01:16:07

Jorge Correia

Afinal, como aprendemos coisas novas? A nossa maneira de aprender é um dos tópicos que mais investigação tem merecido nos últimos anos. E com o advento do mundo volátil e sem certezas absolutas, a única coisa certa é que precisamos de aprender sempre, todos os dias e de forma contínua. Mas não foi sempre assim? Provavelmente sim. Mas agora o mantra parece ter se tornado moda das organizações e dos grupos mais inovadores.

00:01:16:09 – 00:01:39:12

Jorge Correia

Quis aprofundar o tema com Paula Marques. Ela é uma investigadora da nova SB com a missão de investigar novas formas de trabalho lá no futuro, no futuro que pode ser amanhã de manhã e de treinar os melhores líderes a fazer mais perguntas do que dar respostas na ponta da língua. Difícil, não é? Mas, acima de tudo, este episódio é uma navegação sem bússola nem mapa no futuro do mundo.

00:01:39:16 – 00:02:05:17

Jorge Correia

Talvez a única fórmula com uma promessa de resposta e o uso intensivo das perguntas. E eu a pensar aqui para os meus botões tu queres ver que eu afinal ainda tenho futuro como perguntador? Ora, é fácil e barato. Basta apenas ter curiosidade e perguntar sobre as coisas sem fazer perguntas incómodas, fazer perguntas difíceis, fazer perguntas encantadoras, mas fazer sempre perguntas.

00:02:05:19 – 00:02:21:16

Jorge Correia

Venham daí. Oiçam, subscrevam, comentem, partilhem este episódio com alguém que precisa de saber que é importante perguntar e façam perguntas todas as perguntas do mundo. Depois de ouvir este episódio.

00:02:21:18 – 00:02:23:18

Jorge Correia

Paula Marques, Como é que eu te apresento?

00:02:23:22 – 00:02:24:18

Paula Marques

Como tu quiseres.

00:02:24:20 – 00:02:26:03

Jorge Correia

E porque.

00:02:26:05 – 00:02:26:16

Paula Marques

Marques.

00:02:26:16 – 00:02:40:00

Jorge Correia

É o. Quando vou à procura nos, nos nos LinkedIn, nos desta vida e nos currículos, aparecem lá coisas bonitas da directora, diz esta information. E eu pensei sim, mas eu sou algo assim. Mas não gostei, não continua a ser a mesma coisa.

00:02:40:01 – 00:02:49:01

Paula Marques

Que já nem se quer, que já nem sequer está atualizada. Eu agora dirijo aqui a área do futuro, porque o futuro do trabalho, se quiseres podes me apresentar de forma mais simples. E o que.

00:02:49:01 – 00:02:52:09

Jorge Correia

É que faz alguém que discute o futuro do.

00:02:52:09 – 00:03:19:21

Paula Marques

Trabalho? O que fazemos aqui é tentar encontrar os sinais que da forma como estamos a organizar o trabalho e nas organizações. E é isso que fazemos todos os dias. Falamos com pessoas também organizações, fazemos focus group, tentamos observar a forma como o trabalho, que é só mais uma forma de social, nos organizarmos. O que está a acontecer que nos está a levar a entregar valor de forma diferente, claramente ao modelo que está a chegar ao fim.

00:03:19:23 – 00:03:38:22

Paula Marques

E nós queremos perceber de uma forma um bocadinho baseada em evidências sem serem bolas de cristal e sem ser novidade ou só remoto. E vamos trabalhar fora, dentro. Queremos ser um bocadinho mais de rigor porque somos uma universidade, somos uma escola e queremos perceber afinal, quais são as coisas estão a emergir para esse futuro trabalho.

00:03:38:22 – 00:03:48:17

Jorge Correia

E eu quero falar sobre isso. Mas então aquela coisa que o filósofo Agostinho da Silva nos prometeu que nós tínhamos nascido para o lazer e não para o trabalho, Afinal, estar.

00:03:48:17 – 00:04:12:07

Paula Marques

Longe é super difícil. Adoro. Agostinho da Silva, é um dos meus filósofos preferidos nos meus pensadores preferidos. Aliás, tem uma filosofia de vida que eu sigo, que é quando algo tu descubras, algo que funciona para ti. Jorge, guarda para ti. Não tentes convencer igual, porque o pregador é impossível. Eu também considero o pregador impossível e odeio dar conselhos ou até e não gosto que me dêem sermões e conselhos.

00:04:12:09 – 00:04:35:00

Paula Marques

Mas obviamente o filósofo eu penso que estava um pouco enganado, porque nós estudamos a história do trabalho, percebemos que os seres humanos trabalharam sempre por dois motivos. O primeiro é porque precisamos para pagar as contas, para ter dinheiro, para ter recursos. E o segundo é porque adoramos trabalhar e o trabalho faz parte também da própria identidade dos seres humanos.

00:04:35:00 – 00:04:43:15

Paula Marques

Aliás, há colegas aqui na Nova. Estão a fazer um estudo super interessante como a idade da reforma impacta a minha identidade e a forma como eu me vejo e os outros me veem.

00:04:43:17 – 00:04:49:02

Jorge Correia

Então, quando nós deixamos o trabalho, algumas pessoas que ficam com um vazio E agora, como é que eu faço? O que é que eu faço? O que é que eu sou?

00:04:49:02 – 00:05:10:18

Paula Marques

Até a minha identidade é que eu era aquele nome que estava no LinkedIn. Ou era aquele? Era professor, era engenheiro ou era médico? E agora, o que é que eu sou? O trabalho faz parte da nossa identidade, Não tanto. E, obviamente, precisamos trabalhar até morrer como o caraças como japoneses. Mas obviamente, o trabalho faz nos sentir úteis, faz nos sentir se estou a trabalhar ou dar algo a alguém.

00:05:10:19 – 00:05:31:09

Paula Marques

Tu servir alguém. E é muito filosófico também não é? Não tem a ver quem o diz, são os historiadores do trabalho. Não sou eu que o digo. São gente que estuda ou trabalha, desde os caçadores recolectores até à atualidade, que dizem cuidado. Dizer que os robôs vêm e vai nos tirar tudo e precisamos perceber se é isso que nos torna felizes e se é isso que nós queremos enquanto civilização.

00:05:31:11 – 00:05:50:19

Paula Marques

Porque há também pensadores que dizem que pior do que ser explorados como éramos quando éramos escravos ou quando são explorados, ainda hoje a escravidão não desapareceu, só se mascarou de outras formas. Pior do que ser explorado é ser inútil e a sociedade dizer ao Paulo aquilo que tu fazes, aquilo que tu eras. Eu já não preciso mais, podes ir embora e tu não podes ir à praia.

00:05:50:21 – 00:05:58:20

Jorge Correia

De uma forma mais ou menos implícita para muitas pessoas e para muitas funções. E está a ser dito isso?

00:05:58:20 – 00:05:59:15

Paula Marques

Sim, sem.

00:05:59:15 – 00:06:14:17

Jorge Correia

Dúvida. Tu és redundante no fundo e vamos lá que palavras muito inglesas. Não é que vamos aqui encolher a organização, Vamos aqui, tornamo nos mais ágeis, mais eficientes e, portanto, há -10 que fazem que fazem falta.

00:06:14:19 – 00:06:36:23

Paula Marques

Eu não diria que temos dez que fazem falta. É uma forma diferente ver esses dez, porque os problemas não desapareceram, os desequilíbrios continuam, os negócios continuam. Enquanto houver desequilíbrios económicos, enquanto houver necessidades por suprir. Nós temos trabalho, nós temos organizações, temos empresas, temos gente que quer resolver problemas, que é isso que eu trabalho. Eu aplico aos meus 15, a resolver temas, a resolver problemas.

00:06:36:23 – 00:06:55:16

Paula Marques

Se fossemos todos hiper felizes, não haveria trabalho para ninguém, íamos todos para o lazer, mas mesmo assim ainda haveria trabalhos. Alguém que tinha que servir. Quando estou ali na praia de Carcavelos, não, eu não fico em lazer sozinha. O que é obviamente uma forma diferente olhar para esses humanos. E eu vejo, associo aquele ser humano a uma função e tem que olhar para o ser humano de forma diferente.

00:06:55:16 – 00:07:12:24

Paula Marques

Tem que ver o que é que aquele ser humano, como por exemplo o filtro Photoshop Report World Economic Forum, tem por detrás um erro conceptual brutal e que vê os jobs, vê as funções, não as pessoas, não as pessoas. Não interessa se vamos ter menos juristas ou menos se é ou não é. Este ano eram os que vão entrar em extinção.

00:07:12:24 – 00:07:32:01

Paula Marques

São os juristas, ou seja, os. Mas basicamente o que interessa é o que é que um jurista hoje consegue fazer com as suas competências de um jurista. E não interessa se ele está a fazer coisas que agora vão ser feitas por máquinas, coisas que ele consegue fazer hoje ou se for preparado para, se quiser aprender e tiver uma atitude aprendizagem que possa fazer vir as fortalezas do ser humano e não só o que lhe falta.

00:07:32:01 – 00:07:37:08

Paula Marques

Faça aquilo que a máquina tem, que é muito mais rápida a fazer cálculos e a fazer contas.

00:07:37:09 – 00:07:52:24

Jorge Correia

Então é muito complicado para alguém. Olha que chega aqui esta escola que chega aqui à nova e a quem tu perguntas então o que é que tu queres ser quando for grande? E as pessoas perguntam o que é que está a dar? É ser astronauta E é ser esse bioquímico? É ser o que.

00:07:53:01 – 00:07:54:18

Paula Marques

É o tema. Como é que.

00:07:54:18 – 00:08:00:22

Jorge Correia

Nós? Eu não acho que eu não acho que eu acho que eu acho que é um mundo profundamente deprimente.

00:08:00:24 – 00:08:01:23

Paula Marques

Não acha?

00:08:02:00 – 00:08:22:05

Jorge Correia

Nós estamos a formar, aparentemente, a geração mais qualificada de sempre e todavia, se calhar estou velho, não é? Olhe para eles e dizer Vocês estão perdidos porque não tenho uma ideia. A maioria deles, uma ideia muito clara daquilo o que querem ser para ser felizes? Se já não, já não é, já não é para ter uma boa vida?

00:08:22:07 – 00:08:24:00

Jorge Correia

Como é que a gente está junto desta tribo?

00:08:24:00 – 00:08:29:18

Paula Marques

Bem, grande pergunta ao Jorge estou. Teríamos aqui uma conversa sem fim. Sou capaz de.

00:08:29:19 – 00:08:35:03

Jorge Correia

Matar um relatório que dizia que centenas de juristas 1001 das minhas forças ou nas minhas.

00:08:35:03 – 00:08:36:06

Paula Marques

Fortalezas.

00:08:36:08 – 00:08:45:18

Jorge Correia

Junto à pergunta onde e como e em que plasticidade? No fundo, que ferramentas tenho eu que ter para encontrar o meu caminho?

00:08:45:24 – 00:09:06:11

Paula Marques

Super difícil responder. Primeiro por dois motivos o primeiro quando quando nos perguntam o que é que vai ser o futuro ou o que é que o meu filho deve estudar. Às vezes tínhamos uma brincadeira até no grupo de trabalho que fizemos a vocês. Se calhar já ouviram. Já ouvi isto várias vezes. Este conceito que é não só na perspetiva de um programador developer, mas na perspetiva.

00:09:06:12 – 00:09:09:13

Paula Marques

Todos temos a ciência, a tecnologia, a matemática, engenharia.

00:09:09:16 – 00:09:11:00

Jorge Correia

Os super especialistas.

00:09:11:00 – 00:09:51:10

Paula Marques

Numa determinada área e principalmente criança e tecnologia. E depois nós também, não só enfermeiras e enfermeiros, mas toda a cultura do catering, toda a área de cuidar de nós. E agora, com o apogeu da inteligência artificial e da tecnologia das web de módulos, um dos nerds que nós entrevistámos e tivemos a ter connosco no projeto, que é uma parte dos nerds, ficou super assustada com algumas destas tecnologias, porque o seu mundo de desabar e muitas das pessoas com quem nós falávamos diziam o meu mundo está a ruir, porque aquilo que me alimenta hoje, aquilo que foi a minha vida nos últimos 20 anos, as minhas competências que me deram, isso ativou esse benefício económico futuro,

00:09:51:10 – 00:10:09:06

Paula Marques

que é o que é um ativo que é o meu nome, deixou de viver, ou seja, minhas competências valem zero. Hoje ou 90% de minhas competências vale zero. E nós e muitas vezes brincamos de deslocação de energias, ou seja, o negócio futuro do negócio vai estar ou o futuro do trabalho vai estar mesmo assim? Obviamente que não. Não é só na economia do cuidado.

00:10:09:06 – 00:10:28:05

Paula Marques

Obviamente que é complicado visionar o que os nossos filhos, que são ainda pequeninos, almejem, algo que nós não sabemos o que vai ser. O futuro é imprevisível e estamos a sofrer do mal que na década de 70, o grande futurista e filósofo Alvin Toffler dizia As gerações do futuro vão viver de um excesso paralisante de escolhas. Eu vou ter tanta coisa.

00:10:28:05 – 00:10:52:07

Paula Marques

O campo combinatório para trabalhar, para dizer o que é que eu trabalho é tão grande que eu posso combinar tanta coisa que aconteça que o paradoxo não escolha. Quando eu tenho muita coisa para escolher, eu fico congelada. Não escolho, logo, uso um critério muito pobre. Normalmente não os multi critérios de um ou dois critérios. Povos paupérrimos. E fico triste porque as escolhas que eu fiz não deveriam ser as melhores, São os milhões de outras possibilidades que eu tinha.

00:10:52:09 – 00:11:12:24

Paula Marques

Então uma ajuda a que nós podemos ajudar os jovens a escolher ou a pensar e muito pensar. Olha, pensa em ti, o que problemas é que tu gostas de resolver? Pensa nas tuas forças, nas suas fortalezas também. Mas não é só seguir estas as tuas fortalezas, ou muitas vezes, como se dizia Segue, segue a tua paixão, encontra uma coisa que é a tua paixão e faz dela o teu trabalho.

00:11:13:01 – 00:11:34:21

Paula Marques

O David diria que era idiota. Isso não é que era só idiota. É estúpido porque é limitador. Tu só amas o que conheces. E tu, como é que tu? Tu vais apaixonar por uma coisa que tu não conheces? Então cabe nos a nós, pais, educadores, professores, independente, a etapa em que os miúdos estão, em que os jovens estão a alargar lhes os horizontes, que experimentem como experimentava, que vejam outros mundos e que encontrem esse campo combinatório.

00:11:34:21 – 00:11:57:21

Paula Marques

Porque o bom de hoje é que nós podemos trabalhar com mais forças e não ser só uma coisa. Essa coisa de nos chamarmos eu sou isto ou aquilo outro. Provavelmente algumas funções vão continuar, mas na maior parte de nós vamos ter cinco chapéus, seis e as próprias. O conceito de função e o conceito de jogo é obsoleto. Faça a agilidade e a rapidez que nós precisamos deles.

00:11:57:21 – 00:12:11:22

Paula Marques

Precisamos de gente que resolvam problemas. É uma das formas de começarmos. É por nós conhecer nos um pouco melhor. Que problemas é que eu gosto de resolver? Onde é que normalmente sou bom? Onde é que os meus amigos dizem que eu tenho umas qualidades, que às vezes eu não tenho noção que tenho.

00:12:11:22 – 00:12:14:09

Jorge Correia

E são coisas inatas que algumas são.

00:12:14:11 – 00:12:33:19

Paula Marques

Algumas são. Nós chegamos muitas vezes ao área executiva e as pessoas não têm conhecimento. Elas não sabem quem são melhor, conhecem mais as suas fraquezas, porque todo o mundo está feito para nos apontar o que nos falta para este mundo de escalar Eficiência. Tudo nos normaliza e nos põe numa curva normal e dizem Olha, tu tens isto, mas falta aquilo.

00:12:33:21 – 00:12:46:05

Paula Marques

Então facilmente, se eu pedir a um executivo que liste os seus problemas, a luz que lhe falta e as suas fortalezas, rapidamente as fraquezas. Nós somos mais ou menos rápidos, paramos muito nas fortalezas.

00:12:46:05 – 00:13:07:16

Jorge Correia

Então deixa me perguntar te e está muito em voga esta ideia do desenvolvimento pessoal entre as coisas sérias e a grande charlatanice. Mas eu quero olhar para as coisas mais sérias e dizer assim Se tu olhar para um alguém que tem um grande potencial, em princípio todos temos um potencial, mas um grande potencial, algo que consigas detetar nessa pessoa segundo potencial.

00:13:07:18 – 00:13:34:09

Jorge Correia

Tem dias que essa pessoa deveria gastar mais do seu tempo por mais fermento naquilo em que é bom ou, pelo contrário, gastar 80% do seu tempo a tentar corrigir os seus defeitos ou melhorar as suas áreas de melhoria, não é? Essa expressão me soa sempre levemente hipócrita, mas tipo ah, tu não és tão bom a fazer isso, Tens que melhorar isto que é para que então precisa o supra sumo da batata de.

00:13:34:11 – 00:13:53:05

Paula Marques

Depende de em que mundo nós estamos. Se nós tivermos no mundo anterior que nos trouxe até aqui, que é que se calhar eficiência aí funciona o fazer mais rápido e mais barato E funciona. E a especialização e normaliza nos, especializa nos num tema. E se eu não sou bom naquele tempo, eu posso não ter lugar na própria curva, Então, já em outro mundo, agora o mundo abriu.

00:13:53:07 – 00:14:08:17

Paula Marques

Agora o que eu posso considerar? Eu já não estou num mundo de escalar eficiência, todo mundo de escalar a aprendizagem, porque o mundo de escalar a ciência funciona num mundo conhecido. Nós estamos entrar num mundo completamente desconhecido. É uma floresta amazónica virgem que nunca ninguém pisou antes. Como é.

00:14:08:17 – 00:14:09:10

Jorge Correia

Que esse mundo.

00:14:09:10 – 00:14:28:12

Paula Marques

Não sabemos? É um mundo de experiência onde conta quem aprende mais rapidamente. Até ganha o jogo quem souber mais, quem é líder, quem sabe mais. E nós seguimos o líder, porque o fato é que dá as ordens e nós obedecemos. Hoje, no mundo desconhecido, não há líderes do amanhã, não há especialistas do futuro. E vamos ter que experimentar.

00:14:28:12 – 00:14:46:13

Paula Marques

Vamos ter que ser mais cientistas, seja no mundo. Estão no mundo da economia, no mundo das empresas. Vai ter que haver menos certezas. E vamos pensar mais como cientistas. E os cientistas muitas vezes não sabem o que estão a procura, fazem mais perguntas. Os líderes são aqueles que aprendem mais rapidamente. Queremos atitude de aprender e não tanto o que sabe mais.

00:14:46:15 – 00:15:06:04

Paula Marques

Muitas vezes o que sabemos é prejudicial para aquilo que estamos a enfrentar, porque fazemos aquilo que se chama um atolar de pensamento. Eu fico atolada naquilo que eu sei e não me despojo daquilo que eu sai para me lançar no contrário daquilo que eu acho. Então é uma mentalidade um pouco diferente. E vindo um pouco a pergunta das forças e das fortalezas depende desse mundo.

00:15:06:04 – 00:15:22:01

Paula Marques

Num mundo anterior, eu diria que houve um foco excessivo nas fraquezas ou naquilo que nos faltava, porque havia um conceito, normalização e um conceito. Eficiência. Não é que era máxima, era a melhoria contínua, máxima até ao limite quase em que nos comparavam com máquinas. O mundo anterior é um mundo muito em que nós estamos a competir para ver.

00:15:22:01 – 00:15:40:10

Paula Marques

Ganha quem for mais parecido com a máquina, o que trabalha mais, o que não precisa de descansar tantas horas, o que produz mais. Muito nesta comparação para ver quem ganha. O mundo atual é um pouco diferente. É um mundo desconhecido que às vezes tem muito conhecimento. Como disse há pouco, prejudica nos e é um mundo que tem que alavancar naquilo que são também as minhas fortalezas.

00:15:40:11 – 00:16:07:15

Paula Marques

Obviamente que eu não posso deixar de lado as minhas fraquezas, porque as fraquezas atrasam. Fraquezas são aquelas pedras que me vão impedir de avançar. Mas o que me dá balanço, o que me empurra são as fortalezas. Aquilo que a ciência diz é que é mais ou menos inato, parte a metade, em média. Podemos pensar que é uma parte, infelizmente, para quem sabe quem são os educadores, dependendo das competências, nos podemos ver que metade já está no nosso dia a dia, já vem dos nossos pais, já vem do nosso, dos nosso subconsciente, inteligência.

00:16:07:17 – 00:16:31:03

Paula Marques

Alguns dos traços que nós tínhamos, mas grande parte dela, outros 50% é trabalhável e é nesses 50% que nós temos que nos focar, porque o que está lá inato é inato e às vezes podemos ter algo inato e não avançar tanto como alguém que, independente do seu consciente, inteligência ou da sua idade, que é outra. Outro mito não é que nós achamos que temos que aprender tudo ali quando somos jovens, para depois o nosso.

00:16:31:05 – 00:16:50:19

Paula Marques

A nossa capacidade de aprender diminui uma parte desses mitos de aprendizagem. Quando nós tiramos estes mitos da nossa cabeça e percebemos se eu fizer um esforço, se eu entrar numa área para explorar uma área nova, que não é minha área atual, mas se eu for explorar e elevar o meu cérebro para zonas onde eu não devo se esforçar, os meus neurónios trocam informação entre si.

00:16:50:19 – 00:16:52:14

Paula Marques

Cargas elétricas e eu fico mais feliz.

00:16:52:15 – 00:16:58:13

Jorge Correia

Nós trazemos o conhecimento. Deixe me perguntar te como aprendem? Os seres humanos.

00:16:58:15 – 00:17:07:01

Paula Marques

Aprendem muitas formas, aprendem de imensas maneiras. Os seres humanos estão programados para aprender. Aliás, estamos programados para duas coisas antagónicas, que é interessante.

00:17:07:04 – 00:17:09:02

Jorge Correia

Eu penso que eu estou programado para preguiça.

00:17:09:04 – 00:17:22:12

Paula Marques

Temos para as duas coisas, para não fazer nada, para poupar energia, porque somos um ser altamente eficiente. Então não ser o diariamente com este paradoxo é papel minha. Não te metas por aí. Estamos muito bem, Já sabemos tudo o que há para saber.

00:17:22:13 – 00:17:23:01

Jorge Correia

Já temos tudo.

00:17:23:01 – 00:17:38:24

Paula Marques

Já temos tudo e a seguir e ai aquilo é interessante, é uma coisa nova, vou ali e esta parte a dizer não, não vás, não te metas por aí que vamos, que estaremos a energia, lá estás tu outra vez. E estamos sempre neste dilema, porque o nosso ser não foi programado para aprender o que tu explica que nos programou?

00:17:39:01 – 00:17:59:04

Paula Marques

Quem quer que nos tenha programado programou estas criaturas para aprender. É impossível não aprender, é impossível bloquear essa parte, a aprendizagem. Então estamos constantemente a aprender a ter as grades. E como aprendemos Quando somos pequeninos, aprendemos a observar os grandes por imitação. Quando vamos crescendo. Os adultos gostam de aprender a experimentar. Não, não gostam que nos dêem lectures.

00:17:59:04 – 00:18:17:23

Paula Marques

Como Agostinho da Silva dizia don’t like dormir e não Deus. Não me dês ideias e não me dês conselhos e não me venhas eu cá com palestras eu quero experimentar por mim, quero ver por mim. Aprendemos com histórias, sobretudo dos adultos. A melhor forma de eu passar uma informação, qualquer que seja, é através de uma história, por vários motivos.

00:18:17:23 – 00:18:28:08

Paula Marques

Um deles é que histórias viajam. Se eu contar uma história, se te contar uma história agora noite, vais contá la mais rapidamente. O conhecimento fica numa forma consolidado, A tua mória fica completamente diferente.

00:18:28:08 – 00:18:29:13

Jorge Correia

Portanto é mais partilhável.

00:18:29:13 – 00:18:30:17

Paula Marques

No fim, é mais partilhável.

00:18:30:17 – 00:18:38:11

Jorge Correia

É o método que nós inventamos para para que a informação passe.

00:18:38:13 – 00:19:07:07

Jorge Correia

Estão a gostar da pergunta simples Estou a gostar deste episódio. Sabia que um gesto seu me pode ajudar a encontrar e convencer novos e bons comunicadores para gravar um programa que gesta isso? Subscrever na página pergunta sempre Pronto, Como tem lá toda a informação de como pode subscrever? Pode ser por e-mail, mas pode ser ainda mais fácil, subscrevendo no seu telemóvel através de aplicações gratuitas como o Spotify, o Apolo ou o Google Podcasts.

00:19:07:09 – 00:19:18:10

Jorge Correia

Assim, cada vez que houver um novo episódio, ele aparece de forma mágica no seu telefone. E a melhor forma de escutar o Pergunta simples.

00:19:18:12 – 00:19:39:04

Jorge Correia

Todavia, se eu bem me lembro dos tempos da escola, a maneira como nos tentam ensinar coisas e oferecendo nos uns livros muito complicados, com coisas muito estranhas e que muito pouco estimulantes em termos de curiosidade. E dizem tu para ter sucesso vais ter que aprender isto, vais ter que empinar este conteúdo e bola para frente.

00:19:39:10 – 00:19:40:06

Paula Marques

A verdade é que.

00:19:40:11 – 00:19:42:07

Jorge Correia

Isto é o contrário do que.

00:19:42:09 – 00:20:05:20

Paula Marques

Tu precisávamos hoje. Não é de que vemos isto? A aprendizagem pelo pilar, pela memorização de conteúdo por si só. Atenção! A memória é o órgão da aprendizagem. Não podemos é embarcar nestas ideias de agora. Não vamos poder memorizar, não vamos ter que memorizar algumas coisas. A tabuada temos que memorizar porque, porque e porque uma pessoa. Temos de ter acesso rapidamente a um certo conjunto.

00:20:05:20 – 00:20:08:02

Jorge Correia

Conhecimento nunca resolveu isso?

00:20:08:04 – 00:20:27:09

Paula Marques

Não, de todo, porque eu tenho que ter acesso rapidamente a um conjunto, conhecimentos. Porque? Porque se eu for, posso não ser matemático, mas se eu souber a matemática perante um problema matemático e a matemática faz parte do mundo, a ciência, Estamos rodeados de matemática, a natureza, a matemática, a arte, a matemática e o 20 e não separou uma e outra porque a pintura era matemática.

00:20:27:09 – 00:20:39:15

Paula Marques

E precisamente por isso, e quando eu estou perante um problema, se eu souber a tabuada eu resolvo o mais rapidamente, ou seja, me encontro mais rapidamente uma solução e eu penso de forma diferente. Se tiver acesso rapidamente um conjunto de informação.

00:20:39:16 – 00:21:13:16

Jorge Correia

Tu falas nos da matemática e eu olho com os cabelos em pé, literalmente. Não posso dizer de outra maneira. Olho para o índice de reprovações no ensino secundário e pergunto se estas crianças são inteligentes em biologia, em português, em francês e inglês, o que as torna tão aparentemente burras a aprender matemática? O que é que nós estamos a fazer de errado para as atrair para esse problema fundamental português que é o problema da matemática?

00:21:13:16 – 00:21:23:16

Jorge Correia

E o que eu vejo é 70% dos alunos muito frustrados, 20% que sobrevive e dez que são de facto muito, muito bons. O que é que.

00:21:23:18 – 00:21:28:20

Paula Marques

A matemática é minha? Não sou especialista no tema em círculo.

00:21:28:21 – 00:21:29:14

Jorge Correia

Então a sensação.

00:21:29:14 – 00:21:51:00

Paula Marques

A minha sensação, é que a matemática, a filosofia, a matemática implica um grande pensamento conceptual. Aliás, o que nós sabemos hoje é que o ensino da matemática está muito ligada a coisas como a minha capacidade de ouvir de forma abstrata na minha cabeça os objectos, ou seja, ter reconhecimento espacial. Obviamente que tem que ter sentido de corpo. Às vezes as pessoas não têm noção O meu sentido de corpo, o meu sentido espacial, é importante para o ensino da matemática o.

00:21:51:00 – 00:21:52:05

Jorge Correia

Braço, a perna, a perna.

00:21:52:05 – 00:22:09:09

Paula Marques

O braço. Onde eu estou. Vou dar um exemplo. Por exemplo, a forma de ensinarmos matemática, os números primos. Nós achamos que os números primos é um conceito abstrato super difícil e durante algum tempo demorávamos algum tempo a ensiná la às crianças ou ensinávamos numa etapa. Se eu disser o seguinte como é que jogos, Como é que são os ovos, as caixas de ovos?

00:22:09:09 – 00:22:11:11

Paula Marques

Tens caixas de ovos de quantas? Quantas?

00:22:11:12 – 00:22:12:06

Jorge Correia

Normalmente seis.

00:22:12:06 – 00:22:13:10

Paula Marques

Sete vezes.

00:22:13:10 – 00:22:13:22

Jorge Correia

E por aí.

00:22:13:22 – 00:22:34:02

Paula Marques

Fora? Pronto. Então o número primo é o ovo que não cai, não cabe na pequena caixa. O número primo é o sete. Está ali um ovo. Ali não ficava bem ter se uma caixa ali com aquele apêndice. E quando nós explicamos de forma real em que as pessoas fazem uma conexão para a sua realidade, que é o que falta no ensino da matemática, porque o ser humano é péssimo a pensar conceitualmente de forma abstrata.

00:22:34:02 – 00:22:57:24

Paula Marques

Somos muito confusos se nós não concretizarmos, não virmos para que é que isto serve, Porque é que é importante o ensino da matemática? Porque é copia importante? O que é importante? O das nossas passwords. Hoje tudo aquilo que estava desgraçado se não fosse o pi ai mas o 3,14 lá tem algum interesse? Se eu não explicar o interesse, se eu não vir que a matemática está nas folhas das árvores, que as leis matemáticas estão na natureza, em tudo aquilo que eu preciso, eu preciso pensar.

00:22:57:24 – 00:23:17:00

Paula Marques

A matemática não é só finanças, é a própria natureza. Tudo tem uma expressão matemática. Se eu não trouxer essa concretização do pensamento abstrato, fica muito lá em cima. E é difícil as crianças entenderem porque a matemática, a filosofia, no limite, o pensamento matemático é um pensamento filosófico dos grandes matemáticos. Não é à toa. Pega numa biografia de matemáticos.

00:23:17:02 – 00:23:18:17

Paula Marques

São brilhantes filósofos.

00:23:18:17 – 00:23:49:18

Jorge Correia

Então deixa me tentar perceber contigo se as crianças são dotadas de doses de curiosidade infinita, o que é que está a acontecer na nossa maneira de lhes ensinar Matemática Não é só para isto não estar a funcionar bem de uma forma muito clara e concreta. Mas o que nós adultos, estamos a fazer para não termos a inteligência de começar a alterar vários métodos para tentar fazer experiências, para ver o que é que está a funcionar, o que é que não está a funcionar assim.

00:23:49:20 – 00:24:11:07

Paula Marques

É uma pena e eu colocaria também um ponto muito no adulto que está a ensinar. É muito importante. O professor é a pessoa extraordinários, a pessoa, extraordinários. Eu lembro uma vez eu ainda não estava aqui na Nova. Eu estava no mestrado porque tive a oportunidade de conhecer professores do ensino básico e perguntei qual é a vossa missão? E houve uma professora de matemática que me deu uma lição de vida incrível.

00:24:11:07 – 00:24:32:08

Paula Marques

Ela disse Olha, a minha missão é usando a matemática como desculpa, porque eu podia ter outra disciplina melhor, como os meus colegas aqui. Coitada de mim, És uma desgraçada como a matemática, que ninguém gosta. Eu sou a professora, sou a bruxa. Ninguém gosta das pessoas. Matemática, mas usando a matemática como desculpa levar os meus alunos ao seu máximo potencial e isto encerra tudo aquilo que é a missão de um professor.

00:24:32:10 – 00:24:54:18

Paula Marques

É maravilhoso que esta senhora disse porque é uma lição de vida. A matemática é uma desculpa. O tema que o professor tem ali é uma desculpa. É aquela pessoa tinha um nível de consciência tão grande que percebi que a matemática sou um meio. Se eu não encontro um meio de comunicar com os miúdos, de perceber qual é a realidade deles, de perceber como é que a matemática é importante, O miúdo não vai desligar ou não vai perceber como é que é importante a matemática fácil para o seu futuro.

00:24:54:20 – 00:25:09:01

Paula Marques

E depois, obviamente que eu não aprendo só com a excitação pelo tema e é outro tema. Nós aprendemos a experimentar e a errar. A forma mais rápida de aprender é errando. E nós temos toda uma sociedade feita para aplaudir quando nós acertamos e quando.

00:25:09:01 – 00:25:12:18

Jorge Correia

A criança é errar, ela está e tira. Tirou negativa no teste.

00:25:12:20 – 00:25:34:13

Paula Marques

Há uma comparação brilhante entre a forma americana de ensinar matemática e os japoneses. São dois sistemas de ensino completamente diferentes e os americanos ignoram os erros. Batem palmas quando o aluno acerta, quando o aluno erra, ignoram, mas dão. Fazem uma festa imensa quando os miúdos acertam. E comparativamente aos japoneses que não batem palmas a nada, nem quando acertam nem nada, lançam os miúdos por desafios.

00:25:34:13 – 00:25:53:22

Paula Marques

Eles erram e quando erram, sentam só lado a fazer a deceção do erro. Dissecar completamente o que aconteceu para o miúdo entender onde é que errou. Não é preciso eu dizer quem são os campeões de matemática e de aprendizagem de matemática. São, obviamente os japoneses, porque o próprio sistema de ensino está feito para não tem mal e raros é normal.

00:25:53:24 – 00:26:11:06

Paula Marques

Estamos a experimentar, mas vão ter que errar porque se não vir o erro estou constantemente a errar e tudo aprendemos com prática, que é outra coisa que nós odiamos fazer. Queremos ser todos inteligentes à primeira ou pelo denial, queremos encontrar outros cantos e a aprendizagem humana leva algum tempo. Nós não somos aquilo que nós chamamos rápidos a aprender.

00:26:11:08 – 00:26:23:23

Jorge Correia

E quando alguém se perde nesse caminho, sempre me parece que quando alguém se perde no meio desse turbilhão, quase que o sistema de ensino o deixa encher. E não vai por causa de dizer anda cá.

00:26:24:00 – 00:26:45:02

Paula Marques

Mas devíamos, porque ninguém fica fora. A nossa evolução foi uma evolução marcada pela nossa tribo humana e nós nunca deixamos ninguém de fora e podemos pegar na pessoa em qualquer altura da vida. Não tem que ser naquele momento em que saiu da escola é que existe uma desistência de uma criança. É uma falha da própria sociedade, é uma falha geral.

00:26:45:03 – 00:27:02:19

Paula Marques

Todos nós não conseguimos encontrar uma forma de por aquela criança que, como disseste e bem citada em aprender, as crianças têm naturalmente curiosidade e tem mais do que curiosidade, tem assombro, que é uma coisa que só as crianças têm curiosidade. Todos nós temos uma coisa nova agora inteligência artificial, e ficamos altamente irritados com. Temos um upgrade de uma coisa nova.

00:27:02:19 – 00:27:13:23

Paula Marques

Vamos ver. As crianças têm assombro que é mais do que curiosidade. É eu abrir uma torneira lá em casa e virar para a esquerda e virar para a direita, ser água fria e dizer o que é isto?

00:27:13:23 – 00:27:14:21

Jorge Correia

Uau! Uau!

00:27:14:21 – 00:27:21:03

Paula Marques

O fascínio é o pensamento filosófico. As crianças são os últimos filósofos da nossa, da nossa sociedade, e.

00:27:21:03 – 00:27:22:17

Jorge Correia

Nós dedicamos a matá los. No fundo.

00:27:22:17 – 00:27:48:10

Paula Marques

Muitas vezes fazemos. Infelizmente, há muitos motivos que fazem com que, aos quatro anos, uma Mehdi, uma menina inglesa. Os estudos que eu tenho são de Inglaterra, São interessantes. Uma menina inglesa faz, em média, quase 400 perguntas por dia. 400 perguntas e muita pergunta. E a partir desses quatro anos a criança vai diminuindo até aos oito anos, com 25% das pessoas com 18 anos continuam avidamente a usar a skill, fazer perguntas, questionar.

00:27:48:12 – 00:28:05:22

Paula Marques

A verdade é que eu não acho que a curiosidade tenha diminuído, pelo contrário, acho é que muitas vezes a própria sociedade nos limita a fazer perguntas porque a pergunta é subversiva. A pergunta põe em causa o estatuto do professor, do pai, do líder, do líder, não é? Quando eu entro numa empresa, vou questionar. Aliás, até nos dizem agora podes perguntar tudo.

00:28:05:22 – 00:28:10:17

Paula Marques

Tens aqui seis meses que é o estado da graça. Podes fazer todas as perguntas ou.

00:28:10:17 – 00:28:11:13

Jorge Correia

Então vamos passar.

00:28:11:13 – 00:28:12:16

Paula Marques

Os passes.

00:28:12:18 – 00:28:17:02

Jorge Correia

De transportes 15 minutos. Pergunta tudo isso, mas depois mais três.

00:28:17:04 – 00:28:22:18

Paula Marques

Anos para as respostas nós estamos. O mundo é muito obcecado com a resposta. Crimes imediatamente. A solução é tu.

00:28:22:20 – 00:28:24:10

Jorge Correia

Perguntas dos têm má fama.

00:28:24:12 – 00:28:47:10

Paula Marques

Os perguntadores têm um pouco má fama. São uns subversivos. São uns tipos que umas miúdas inconformados, inconformados, estão sempre a questionar. Nunca, nunca, nunca parece. Nunca entendem as coisas, não deixam evoluir as coisas e nós não vemos muitas vezes bem o perguntador e afins. Vemos o como subversivo. Alguém que não está a questionar alguém está atenta tentar a nossa própria autoridade.

00:28:47:10 – 00:28:53:14

Paula Marques

Natal um mundo de comando e controlo. Pensamos que estamos onde estamos a migrar e que conhecemos e.

00:28:53:14 – 00:28:56:03

Jorge Correia

Tem alguma utilidade. O perguntador.

00:28:56:03 – 00:29:13:11

Paula Marques

Vou perguntar o que eu diria que nós estamos do ponto de vista de cotação. Eu sou economista e gosto de ver as coisas assim bem em velos Armani. As respostas estão numa senda decrescente, estão a perder valor. Para quem tem resposta vai muito pouco porque as respostas são todas iguais. A máquina dar resposta, as perguntas estão a aumentar de cotação.

00:29:13:12 – 00:29:25:15

Paula Marques

Se eu tivesse por uma cotação nas perguntas e respostas eu vejo as respostas a diminuir valor e vejo perguntar aumentar. Não. Pelo pronto Engineering está toda a gente agora super excitada com a forma de comunicação. Não fazer.

00:29:25:15 – 00:29:26:04

Jorge Correia

Perguntas, não.

00:29:26:04 – 00:29:41:19

Paula Marques

Fazer perguntas à máquina. Isso é uma coisa e forma de nós perguntarmos à máquina diferente a forma de nos perguntarmos um humano é completamente diferente? A forma de perguntar a uma máquina temos saber as duas sim, Mas o que eu tou a dizer é que a cotação está aumentar as duas até a máquina saber fazer pronto engineering melhor do que eu.

00:29:41:21 – 00:29:55:17

Paula Marques

Mas é para já. Ainda sou eu que estou a fazer os pontos, mas daqui a uns dias já a própria máquina faz o pronto. O que? O que aumenta de cotação é Que problema Estamos aqui a resolver? O que é que queremos enquanto sociedade? Fazer as perguntas que não são tão diferentes como as do século quarto antes de Cristo.

00:29:55:19 – 00:30:07:22

Paula Marques

Estamos a fazer as mesmas perguntas que valem imenso hoje ter gente que pergunta, que questiona o status quo, que faz As perguntas difíceis provavelmente vão ser aqueles que são mais preciosos nos tempos que hoje vivemos.

00:30:07:22 – 00:30:33:22

Jorge Correia

Nesta e nesta arte da pergunta e da resposta. Lá está, é um relacionamento humano que estamos na comunicação. Por um lado, com essa tremenda necessidade de que tem que quer do cuidar do mundo, outro, por outro lado, de fazer perguntas onde é que entra a comunicação nessa sociedade que nos até agora nos esmifrar para para a produtividade, para o fazer bem, para ter sempre a resposta certa?

00:30:33:24 – 00:30:37:11

Paula Marques

A La Embedded está dentro de nós.

00:30:37:11 – 00:30:38:18

Jorge Correia

Onde está a empatia No mundo?

00:30:38:18 – 00:30:57:12

Paula Marques

Vislumbramos nós evoluímos, aprender de forma social e a partilhar. Aliás, uma das formas que nós aprendemos, uma das formas que uma das coisas que nós estudamos é como é que nós podemos acelerar as curvas de aprendizagem. E uma das formas é partilhando. Nós estamos programados para partilhar o que sabemos e quando nós partilhamos, nós estamos a fazer um duplo, uma dupla aprendizagem.

00:30:57:12 – 00:31:06:00

Paula Marques

Primeiro tamos a dar sentido ao que já sabemos. Aliás, os gregos diziam que aprenderam mt mais coisas dentro da cabeça e dar sentido ao que nós já cá temos de.

00:31:06:00 – 00:31:06:12

Jorge Correia

Relacionar.

00:31:06:13 – 00:31:27:22

Paula Marques

Relacionar que nós já temos tanta coisa informação aqui que muitas vezes não funcionamos quando partilhamos como estamos a fazer. Agora aqui estou. Ouvir e tu ouvir coisas que estão claras para mim, coisas que não estão. Estou a organizar as minhas ideias. Mais uma vez a fala é uma forma, é como escrever, é como desenhar. É uma forma de dar alguma estrutura ao pensamento que muitas vezes é conceptual e abstrato, que ajuda a partilhar.

00:31:27:24 – 00:31:55:13

Paula Marques

Por outro lado, é a forma que nós temos de nos relacionarmos. Quer trabalhar, quer aprender, é a partilha. E não podemos perder essa forma de contar histórias. Aliás, começámos com o tema como é que nós aprendemos e com histórias quando o fogo foi inventado. Ainda hoje os antropólogos que estudam os caçadores recolectores actuais percebem que o fogo tornou os nossos dias maiores, mas não nos só protegeu dos animais, fez com que nós não fossemos dormir tão cedo e começássemos a contar histórias à noite.

00:31:55:13 – 00:32:31:21

Paula Marques

Fazíamos duas coisas maravilhosas uma é coscuvilhice ouvir e contar Ai, eu sou uma boa! E hoje eu matei um mamute. Tudo invenções, mas também histórias imagéticas que vinham da nossa cabeça. E isso conta histórias. Esta comunicação à volta de uma fogueira é algo que começou a desenvolver imenso a nossa criatividade. A nossa cabeça, então, está na base e na raiz dessa comunicação que não podemos deixar passar a twittar ou passar a comunicar com x caracteres em que só tu posso dizer Neste momento tenho que escrever, tenho que falar, tem que de alguma forma passar as minhas mensagens aos outros seres humanos.

00:32:31:21 – 00:32:33:10

Paula Marques

E faz parte de quem nós somos.

00:32:33:10 – 00:32:47:09

Jorge Correia

Onde e como é que tu vês esta tensão entre, por um lado, um mundo profundamente individualista, em que o melhor ganha e, por outro lado, esse mundo da cooperação que fez a humanidade arrancar grandes passos em frente. Como é que é partir uma tensão ou.

00:32:47:10 – 00:33:09:08

Paula Marques

Não é uma tensão, é uma tensão, porque a tecnologia está a criar esta polarização enorme, está a criar aquilo que nós chamamos as ilhas de hiper conectadas e às vezes esquecemo nos é de das grandes, dos grandes poemas, que não é dizer não é nenhum nós, é um Hemingway Por quem os sinos dobram Quando? Quando tocar a finados, Não perguntes quem morreu.

00:33:09:08 – 00:33:29:05

Paula Marques

Morreu um de nós. Cada vez que morre um de nós, morre uma parte de nós e nós nos esquecemos disso. Esquecemo nos que nós, que não é a mesma coisa. Um chinês não é o problema dos chineses ou problemas asiático. O problema da África ou o mar que está num sitio noutro não é este pequeno planeta azul. A humanidade sobreviveu porque somos campeões a cooperar.

00:33:29:05 – 00:33:51:23

Paula Marques

Não nos vamos esquecer disso. Somos as únicas pessoas na natureza que coopera sem ser com pessoas do seu sangue quando nos comparamos. Gostei. Gostei. Eremitas com as formigas, com as abelhas são campeãs em cooperação. Só cooperam com o seu sangue, com o seu DNA. Nós não, nós não. Nós trabalhamos com pessoas nas organizações. Não estamos a perguntar qual é o DNA, nem fazemos testes de DNA e as pessoas não é para saber genética se eu vou cooperar ou não.

00:33:52:00 – 00:34:09:06

Paula Marques

E não deixamos nunca ninguém para trás. É interessante. Ou seja, temos esta capacidade, temos ideias de futuro para fazermos em conjunto. Sozinhos também não fazemos nada, porque a inovação é muito, muito coletiva. Andamos pelo mundo muito nesta perspetiva de ver como é que o podemos melhorar e aquilo que está a acontecer é muito esta individualização em todo o lado.

00:34:09:08 – 00:34:26:10

Paula Marques

A minha sugestão, por exemplo, muito na educação, que é a área onde onde eu estou, porque eu vejo esta ideia de esta massiva costumização em que eu estudo, o que eu quero quando eu quero, os tipos que me apetece estudar, independentemente do que tu estás a estudar já não me interessa e eu quero fazer a minha hora a meu tempo, com os meus professores quando eu quiser.

00:34:26:10 – 00:34:52:17

Paula Marques

Isto é altamente perigoso. Porquê? Porque primeiro, o seu florescer é muito complicado. É muito difícil por causa desta, esta panóplia e deste enorme possibilidade. E lembra muito Umberto Eco. Ele dizia Eu tenho, eu tenho pena do sofrer, o sofrer na equitação eu não tenho mapas. A prioridade do conhecimento começa por onde vai Para onde? É muito, muito comum aquele Bibliotecário de náusea de Sartre que queria ler os livros todos.

00:34:52:19 – 00:35:10:21

Paula Marques

Não sabia por onde começar, então ordenou os por ordem alfabética e começou a lê la porque achava que era por lá que morreu no ar. Mas ainda se calhar ter lido as obras que lhe faziam sentido. Então eu vejo muito a nossa missão também de educadores, quer pais, quer escolas, quer empresas, porque a educação está por todo o lado, informação por todo o lado.

00:35:10:23 – 00:35:14:18

Paula Marques

Como tentar encontrar este mapa em conjunto e não conseguimos fazer isolados.

00:35:14:19 – 00:35:18:08

Jorge Correia

Assaltam uma dúvida que é como é que tu escolhes estudantes para ler?

00:35:18:10 – 00:35:19:20

Paula Marques

Ai é muito difícil também.

00:35:19:20 – 00:35:20:14

Jorge Correia

Tens essa indústria.

00:35:20:18 – 00:35:26:17

Paula Marques

Eu tenho uma angústia. Eu sofro como David Bowie. David Bowie é um polímata, é quase um David do século.

00:35:26:19 – 00:35:28:03

Jorge Correia

E lês do inicio ao fim.

00:35:28:04 – 00:35:29:03

Paula Marques

Não tanto.

00:35:29:06 – 00:35:29:22

Jorge Correia

Mas ao meio.

00:35:29:22 – 00:35:43:11

Paula Marques

Vês o que há para estar ali. Cinco livros ao mesmo tempo, consoante o mundo dia. Agora eu, por exemplo, hoje trago um ali que é hoje a geografia do génio. Estou a ler um tipo que defende todos os velhos da história para tentar perceber o que é que faz os locais.

00:35:43:13 – 00:35:44:02

Jorge Correia

É tipo ver qualquer.

00:35:44:02 – 00:35:51:20

Paula Marques

Coisa e descobriu ou descobriu coisas interessantes sobre o que é que nos faz querer ir desde a Grécia Antiga, ou Viena, ou Hangzhou, ou Florença, que faz.

00:35:51:20 – 00:36:03:16

Jorge Correia

Um génio do gênio? Estamos a falar do David que fala sempre. Já fui comunicado algumas vezes sobre o 25. O que é que aprendeu do óbvio? O que é que dá 20 trás? Porque é que ele é genial? Os génios são gênios.

00:36:03:18 – 00:36:30:23

Paula Marques

Talvez seja melhor porque absolutamente humano é das criatura, Tem tudo aquilo que nós só seríamos uma pessoa com dificuldades de aprendizagem porque tinha dislexia, défice de atenção. Provavelmente alguns cientistas apontam até distúrbio bipolar. Era um filho ilegítimo de um notário, ou seja, não foi à escola quando os outros miúdos foram. Não aprendeu latim, grego, matemática. Tinha muita dificuldade com os números imaginários, com os números complexos e.

00:36:30:23 – 00:36:32:02

Jorge Correia

Diria.

00:36:32:04 – 00:36:51:13

Paula Marques

E dominou 14 ciências. É um polímata aquilo que nós chamamos hoje, uma pessoa que domina mais do que uma ciência, um polímata, Duas ou mais. Eu domino 14 anos sem saber falar latim, grego. Então, para mim é um exemplo humano, não aquela parte mais exótica de como é que ele fez. Pintou a visão ainda larocas dos evangelhos apócrifos anos antes de serem descobertos.

00:36:51:13 – 00:37:19:05

Paula Marques

Nada disso. A parte mais surreal dele. Eu gosto da parte humana porque com todas estas dificuldades, mas com um quociente curiosidade acima da média e com uma capacidade de observação, de registar, de paciência, de fazer perguntas com sentido de humor. Uma pessoa que não sou eu não sou vale muito a sério. Nunca ligou muito a política, estava se marimbando para o que os media achavam dele ou não, se os iam recomendar ao Papa ou não para a Capela Sistina.

00:37:19:07 – 00:37:46:13

Paula Marques

E aos 64 anos decidi emigrar quando já já tinha provado imenso e já era uma pessoa respeitada, um polímata respeitado. Quando o rei de França, ou chamem lhe isso, pegou numa mula, pegou nas obras, tinha o ainda inacabadas a Mona Lisa, o São João Batista e as três gerações. Pegou, enrolou e durante dois meses foi pelos Alpes. Emigrou com aquela noção, principiando a aprender Vou para França porque vou começar tudo de novo.

00:37:46:15 – 00:38:03:18

Paula Marques

E isto é uma quase aversão a 500 anos da neuroplasticidade. Alguém que nos ensina que mesmo com todas as dificuldades que eu possa ter, tendo nascido, claro que eu estava no céu, que a nível de altura estava em Florença, onde tudo estava a acontecer, mas tinha muitas dificuldades. Não tinha Google, não tinha, não sabia ler sem ser na sua língua materna.

00:38:03:18 – 00:38:26:21

Paula Marques

Não conseguia ler noutras línguas. Odiava línguas porque sim, Hoje conseguia entender, mas mesmo assim tinha um conjunto de características que nos diz muito sobre esta capacidade interceptar conhecimento e ler. Criativo porque como dominava várias ciências, conseguia fazer junções, como escrevia tudo, a sua escrita, os seus livros são confusos que assim como nós criamos julgando coisas e ligando coisas aparentemente que são confusas porque são.

00:38:26:21 – 00:38:29:15

Jorge Correia

Confusas, não são fáceis de entender, não primeiras.

00:38:29:15 – 00:38:42:01

Paula Marques

Não são como os locais criativos, os velhos da vida. Estes estão à altura. Agora estamos a falar de livros. Conclui que a maior parte dos locais criativos não são locais limpinhos, São lugares confusos, de muita diversidade.

00:38:42:01 – 00:38:45:02

Jorge Correia

Como o ateliê do pintor, por exemplo. Mas a verdade é.

00:38:45:02 – 00:38:47:02

Paula Marques

Exatamente.

00:38:47:04 – 00:39:05:12

Jorge Correia

Uma houve um estudo teu, o que é que achei muita graça Logo ao título. Vou citá lo com e com rigor. E se Frida Kahlo e Picasso não tivessem ficado entediados, não ficassem. Fica. Ele não diversifica com tédio. Então como é que Frida Kahlo e Picasso beneficiaram de se terem aborrecido comigo?

00:39:05:13 – 00:39:28:19

Paula Marques

Sim, claro que sim. Como muitos outros. O aborrecimento. Hoje está provado que bordamos de ficarmos completamente aborrecidos. É um motor brutal para a criatividade, porque o nosso cérebro odeia estar aborrecido. Aquele estado em que nós não estamos a ver nada e não estamos a perceber para sair daquele estado, nós criamos. É quase uma, é um antídoto. É como o corpo a reagir, um antídoto anticorpo ao aborrecimento.

00:39:28:21 – 00:39:47:05

Paula Marques

E esse foi um pensamento que o que? O que eu me perguntei se eu tivesse um iPhone eu já não me recordo muito bem, mas se tivesse que fazer o scroll infinito e não se aborrecer. O Picasso vinha de um período em que ia para o Museu do Prado copiar as obras dos grandes artistas. Estava a passar uma crise brutal de criatividade e tive escarlatina e tive que ir lá para as montanhas, para casa de um amigo.

00:39:47:07 – 00:40:09:04

Paula Marques

E essa escarlatina e esse não ter nada que fazer, esse aborrecimento total, o período de maior criatividade e Frida Kahlo. Obviamente, a história dela é uma história incrível de uma miúda que teve um azar quando era miúda e foi atravessada por aquele ferro no acidente que teve e ficou imobilizada numa cama. Nós podemos ser curar E começou a pintar o que ela conhecia, que era ela própria.

00:40:09:04 – 00:40:28:19

Paula Marques

Não sabia mais nada. No budismo ela começou se a pintar a si. E se isso, esse ímpeto criativo, essa necessidade que o cérebro humano tem de sair desse estado penoso que nos limita imenso. E hoje sabemos nós o aborrecimento, o estarmos a levar nos àquele momento, é o início da criatividade.

00:40:28:21 – 00:40:52:17

Jorge Correia

Então porque na escola sentam nos numa sala? De resto, nós estamos numa numa sala de anfiteatro, entramos numa sala e dizem Cria aí qualquer coisa, Vamos, estamos aqui. Aula de desenho cria qualquer coisa nas organizações, põe nos numa sala e põe nos a fazer uns post-its na política, põe nos numa sala, no parlamento e criam qualquer coisa. E eu a pensar para mim próprio.

00:40:52:17 – 00:40:59:09

Jorge Correia

Mas eu crio em na na praia, no banho, nestes pequenos momentos do tédio.

00:40:59:11 – 00:41:04:11

Paula Marques

Então como é que me tédio no quando eu tenho um pensamento divergente, quando eu não estou focada.

00:41:04:11 – 00:41:09:22

Jorge Correia

Não me desligo da vida e quando me florescem as ideias.

00:41:09:24 – 00:41:15:09

Paula Marques

Precisa de um tempo para maturar. As ideias que são geradas assim em curto espaço de tempo nunca são maravilhosas.

00:41:15:09 – 00:41:16:08

Jorge Correia

Precisamos. Fizemos uma total.

00:41:16:13 – 00:41:17:05

Paula Marques

Precisamos.

00:41:17:05 – 00:41:19:15

Jorge Correia

Precisamos estar sozinhos ou precisamos de uma?

00:41:19:15 – 00:41:36:14

Paula Marques

Tudo tem uma componente sozinha. A criatividade tem uma parte individual em que nós temos a nossa memória. Por isso não há diferença entre imaginação, criatividade, memória, amor. Está lá. Eu não posso ligar um cavalo com tomates. Eu não tive um cavalo é tomado na minha memória. Por isso esta coisa de Ah, eu já te pedi desculpa, não vou memorizar nada.

00:41:36:16 – 00:41:56:09

Paula Marques

Então o JPT vai ser ele o criativo, porque eu não vou ter nada para ligar também. E é uma decisão que nós temos. É claro que há uma espécie do eu gosto, afirmou. Imagino um mundo invertido e aqui no eixo do X tens o tempo e no eixo dos Y nos tens a criatividade, tens a riqueza das ideias.

00:41:56:11 – 00:42:20:11

Paula Marques

Então logo no início não, não há grandes ideias de aquecimento. Precisas de deixar passar algum tempo, precisas de fazer conexões a um nível subliminar, a um nível inconsciente, o teu cérebro está constantemente a fazer conexões diárias que tu não tens consciência. Nós só temos consciência 8% da informação que absorvemos. O resto nós estamos a absorver, porque somos máquinas de absorção de insights, de informação.

00:42:20:13 – 00:42:43:15

Paula Marques

Vimos onde é que erramos e ajustamos. Estamos constantemente a ajustar tudo e só temos consciência de doido. Ou seja, tu tens que deixar os outros 100% todos, conectar e fazer conexões a um nível que nem tu imaginas. Por isso o povo diz vamos dormir sobre o assunto faz sentido porque o sono hoje sabes que o sono tem uma importância brutal na aprendizagem e na criatividade, porque me permite fazer estas conexões, Permite me limpar o lixo.

00:42:43:17 – 00:43:12:20

Paula Marques

Aliás, os os cientistas que trouxeram a razão do sono usam muito esta metáfora de que o sono está para o ser humano como o jardineiro para um jardim. O sono limpa o nosso cérebro. No final de um dia em que o jardim foi exposto a uma tempestade, houve chuva, vento e no final estão folhas no chão e o jardineiro tira as folhas, rega as plantas, poda isto e o sono é super importante para a criatividade, para imaginar e depois no final, imagina o invertido Estás no Berlin tonto a pedir as ideias.

00:43:13:00 – 00:43:28:08

Paula Marques

Tu não fizeste nada naquele tempo. As ideias também que saem tão cheias de medo do medo. Tu estás comprimido, não estás com a tua mente expandida, então também não são grandes ideias. Por isso fala que os mais criativos somos. Quando somos procrastinadores médios. Não podemos ser procrastinadores crónicos.

00:43:28:10 – 00:43:28:23

Jorge Correia

Não fazemos nada.

00:43:28:23 – 00:43:47:01

Paula Marques

Não fazemos nada. Também não podemos cria logo ter a ideia. Nós somos muito focados na resposta. Mais uma vez somos obcecados em ter respostas rápidas e às vezes estes deep dives nem muito curto espaço tempo. As grandes ideias não vão acontecer agora, vão acontecer. Se calhar daqui a uns dias eu tenho que ter alguma calma e serenidade para poder integrar.

00:43:47:01 – 00:44:04:24

Jorge Correia

Olha, entretanto chegou o chato GPT e outras inteligências ditas artificiais. Observo com curiosidade que tu dizes que tanto o livro escrito sobre as máquinas e tão pouco sobre a inteligência humana. E estamos nós a dizer que as máquinas inteligentes, as máquinas para tomar conta disto?

00:44:05:01 – 00:44:32:03

Paula Marques

Não, eu penso que não. Penso que as máquinas são uma mais um braço, mais um cérebro que nós temos ao nosso lado agora está a nos assustar um pouquinho, porque a máquina está a entrar numa componente em que nós associamos que era só nossa, que o pensamento não está agora não nos estamos, não tinham medo. Aliás, meteram um pouco medos luditas na altura das revoluções, não contra as máquinas, mas contra as condições em que os humanos eram votados depois da adoção de certas máquinas.

00:44:32:03 – 00:44:51:16

Paula Marques

E isto levar nos ia aqui uma série de questões. Mas. Mas o grande tema é que eu vejo muito isto como o como o Kasparov vê, por exemplo, uma metáfora para usar uma metáfora da forma como eu vejo a máquina. Eu vejo muito isto como o xadrez hoje em dia não é o xadrez que é o centauro X.

00:44:51:18 – 00:45:15:01

Paula Marques

Não sendo o centauro ciência ou a forma de jogar hoje de um homem que foi batido pela máquina, inventou o estado de xadrez, que é basicamente hoje os melhores jogadores de xadrez do mundo jogam com a ajuda da inteligência artificial. Porque? Porque o Kasparov perdeu com o Deep Blue? Porque ele era o melhor do mundo e via quatro combinações no segundo, quando combinações de jogadas tu podes fazer a máquina via 4 milhões, ou seja, impossível.

00:45:15:01 – 00:45:30:10

Paula Marques

Se nós estamos a comparar aqui um erro logo de achar que inteligência são inteligência cognitiva, se for dizer que a inteligência é só a capacidade de fazer contas, claro que a calculadora é mais rápida que eu. É preciso ir para o JP ter uma calculadora. É mais inteligente que eu se for isso. Mas a inteligência humana não é só a capacidade cognitiva.

00:45:30:12 – 00:45:50:08

Paula Marques

Estamos a falar de um conjunto de outras coisas. Estamos a falar do sentido de beleza, estamos a falar do sentido em si, do pensamento conceptual, da razão pela qual fazemos um conjunto de coisas que está dentro da própria inteligência. Então eu vejo como isso que é que é o Estado X, a máquina dá ao jogador as combinações possíveis porque ele não vê, é o tecido, por isso é que é feio.

00:45:50:09 – 00:46:07:06

Paula Marques

Está lá. Eu sou o último a decidir se uso uma combinação que é uma grande ou uma que eu invento na minha cabeça que a máquina pode não ter, porque a máquina, da forma como ainda nós temos, nós ainda estamos na era do Paleolítico Neolítico, da inteligência artificial e de uma inteligência artificial imagética que copia o que nós vivemos dando.

00:46:07:08 – 00:46:19:11

Paula Marques

Não inventa, não vai inventar, por exemplo, o projeto O jeito que eu digo a máquina, dou o mundo de Rembrandt e faço machine learning com imagens do Rui Braille. Isto é, o Rui agora pinta uma obra. Ela pintou Rembrandt.

00:46:19:11 – 00:46:20:01

Jorge Correia

Faz uma cópia.

00:46:20:02 – 00:46:20:10

Paula Marques

E faz uma.

00:46:20:10 – 00:46:21:13

Jorge Correia

Cópia, uma reinvenção.

00:46:21:13 – 00:46:42:18

Paula Marques

Exatamente. Mas não vai quebrar regras, não. Vai fazer o seguinte como o Picasso fez, quebrou as regras do ponto fundador Nascimento e dizer agora porque um ponto de fuga com o cubismo? Agora vamos acabar com o ponto de fuga. Agora vamos ter 20 pontos de fuga, isto é, quebrar regras, isto é se subversivo. O que é criatividade? A meu ver, está nas nossas mãos perceber se eu quero que o subversivo seja eu humano ou a máquina.

00:46:42:19 – 00:46:59:01

Paula Marques

Eu gostaria que não fosse a máquina. Gostaria de ser eu a dizer mamã, papá. E eu estou a ver aqui uma coisa diferente. Queria mudar as regras e por isso eu desejo as coisas desta forma. Um optimista. Mas vejo de forma otimista, não irrealista. E acho que há muito medo em relação a uma coisa também um pouco de conhecimento.

00:46:59:07 – 00:47:22:12

Paula Marques

Se virmos isto como Freestyle X, como o jogo do Centauro ou como por exemplo na medicina hoje, que tem um apoio brutal, por exemplo, vamos a imagiologia, em que o olho humano não consegue ver certas coisas na imagem porque tem limitações fisiológicas e com a ajuda da máquina, o médico aumenta o seu poder, aumenta a sua taxa de falso negativo e falso positivo, ou seja, reduz a taxa de erro.

00:47:22:14 – 00:47:26:21

Paula Marques

Eu quero um médico que também tenha esse conhecimento de inteligência oficial. Quero os dois.

00:47:26:21 – 00:47:30:15

Jorge Correia

Não é o dia em que a máquina começar a aprender sozinha.

00:47:30:17 – 00:47:43:16

Paula Marques

Ela já hoje aprendeu. Algumas delas já ensinaram a si próprias, ou seja, nós já temos fizemos essa coisa maravilhosa, conseguimos criar máquinas que ensinam outras máquinas a aprender e deixamo nos a nós um pouco assim um canto. Eu lembro me.

00:47:43:18 – 00:47:46:12

Jorge Correia

E espero que com o botão perto para poder telepatia.

00:47:46:14 – 00:48:04:21

Paula Marques

Aquilo curioso, Curioso que quem trabalha com os robots, a nossa noção nos robôs sociais e a nossa ligação com as máquinas, ainda sabemos muito pouco. Antropologia, o humano, o robô, a paixão pelos robôs vem do tempo. Leonardo, aliás, foi Leonardo criou um dos primeiros robôs que era um leãozinho que abria o peito e tirava se um ramo de flores.

00:48:04:23 – 00:48:34:18

Paula Marques

Ou seja, a nossa paixão pelos robôs já vem aquela coisa de ter alguém articulado ao nosso lado. Agora estão um pouco diferentes do leãozinho com as flores no peito. Leonardo Mas é sobre isto. Eu gostava de lançar alguns de alguns desafios. O primeiro, que é a forma como nós imaginamos a máquina. Achamos que nós não simpatizamos com a marca, sabemos que é uma máquina e depende muito a forma cultural da vermos, principalmente a forma ocidental que vimos que é uma máquina e que é um pedaço de ferro com os circuitos.

00:48:34:20 – 00:48:51:10

Paula Marques

A forma asiática diferente de ver a forma oriental que com o animismo xintoísmo em que acha que se acha que tudo tem alma. Eu interajo com as máquinas de forma completamente diferente. Por isso é que a taxa de penetração no mercado dos robôs sociais no Japão, por exemplo, é imensa e os estudos estão feitos lá precisamente com isso.

00:48:51:12 – 00:49:12:12

Paula Marques

Mas quando as máquinas. Curiosamente, os estudos que nos dizem quando a máquina faz uma asneira e eu digo a máquina vou desligar precisa. Estão asneira, mas a máquina não desliga, por favor, eu fiz uma asneira. Não desligue por favorito. Muito. Nós não desligamos o rabo, Estamos certos. Não simpatizamos com a máquina, mesmo achando nós que temos ali um ser a pedir.

00:49:12:12 – 00:49:37:09

Paula Marques

Nós ainda sabemos muito pouco desta empatia que nós criamos com um pseudo ser. E por exemplo, o caso dos robôs sociais no Japão, que é um caso interessante de analisar o que é que está a acontecer, foram testados que é uma sociedade extremamente envelhecida e testaram no apoio social aos velhinhos nos lares porque tinham pouca gente ou não têm o tempo que os cuidadores têm poucos meses para cuidar.

00:49:37:11 – 00:49:58:03

Paula Marques

Então, mesmo com a emigração, disseram vamos por aqui, robôs, vamos substituir humanos por robôs. E a conclusão a que chegaram é que para ir para tudo, porque no início há uma grande adoção, Toda a gente quer o robô e passado alguns meses encostam os robôs testaram dois ou três tipos de robôs um robô que faz conversa, um robô só com um robô que levanta os velhinhos para evitar que outro seja o enfermeiro.

00:49:58:04 – 00:50:27:15

Paula Marques

O cuidador levantar é um robô que é uma espécie, um animal, um estafermo, um animal com pêlo. Parece um peluche. Este pêlos puseram logo de lado porque os velhinhos com demência e com outros problemas parece que arrancavam pêlos. Ficava ainda mais irritados. Arrumam o cãozinho no pêlo e os outros? Interessante os estudos e um dos últimos estudos é precisamos de juntar mais gente à mesa, não só tecnólogos e não só programadores de robôs, porque temos sido antropólogos, sociólogos, psicólogos, gente que entende de gente.

00:50:27:17 – 00:50:48:17

Paula Marques

Porque o que aconteceu aos cuidadores é que eles dizem agora, então diziam que me iam libertar para fazer um trabalho mais, mais criativo. E eu agora só estou a tratar do robô. Em vez de ir falar com o velhinho, atualizar o robô, tirar a bateria, estou a limpá lo, ou seja, diminui o meu tempo de qualidade Com o idoso é tudo tratado um robô e eu estou a fazer um trabalho dos mais robôs.

00:50:48:19 – 00:51:17:01

Paula Marques

Estou a fazer um trabalho mais rotineiro e sem qualidade e sem interesse. Então há muita coisa a saber mais sobre isto. Não acredito que há uma grande necessidade humana neste momento. Há uma tendência e um autor que escreveu o Revenge of Analog A Vingança do Analógico Nós estamos com vontade. Nós notamos isso na escola, estamos com vontade estar juntos, valorizamos muitos momentos, estamos em frente a um ser humano e as duas coisas não vão desaparecer.

00:51:17:01 – 00:51:46:02

Paula Marques

A nossa humanidade que nos faz não vá, não vamos trocar por interações com máquinas e com robôs. Há sempre esse medo. Eles vêm aí, vão nos tirar os trabalhos, Mas quando nós podemos fazer tudo, aí sim é uma responsabilidade nossa. Temos que pensar o que queremos fazer, basicamente com os robôs e com tudo o resto. Quando nós conseguimos fazer um de nós, quando nós temos a sequência do genoma humano e podemos fazer uma pausa, podemos fazer um Jorge, temos que nos questionar É isto que nós queremos para nós?

00:51:46:02 – 00:51:47:21

Paula Marques

Podemos fazê lo. Não é uma questão de poder.

00:51:48:02 – 00:51:48:11

Jorge Correia

É uma questão de.

00:51:48:11 – 00:51:54:13

Paula Marques

Ética também. É uma questão ética? Claro que sim. É uma questão ética de saber. E essas são as tais perguntas que a máquina não vai fazer.

00:51:54:14 – 00:52:01:10

Jorge Correia

Olha o que estamos a fechar aqui na nossa conversa. Tens alguma pergunta preferida da tua, da tua existência?

00:52:01:12 – 00:52:09:24

Paula Marques

Eu gosto das perguntas dos meus filhos. Meus filhos são maravilhosas. São duas crianças que são upgrades meus são. E eu, em vez de 1000.

00:52:10:01 – 00:52:10:20

Jorge Correia

Vistas, as paisagens.

00:52:10:20 – 00:52:27:09

Paula Marques

De uma imensa maravilha. Irrito, não vejo, não me irrito. Aumenta a minha consciência sobre mim. Como é que o sou? Porque eu ainda sou assim, perguntador. Ai sou chata. Os pais espelham e eles ainda são mais perguntadores. E eu penso como é que eu não quebro esta, este fascínio?

00:52:27:15 – 00:52:28:09

Jorge Correia

Como é que eu escalo?

00:52:28:12 – 00:52:45:23

Paula Marques

Não é como eu escalo, não é a vida que está a vontade. Não é porque temos tanta coisa para fazer. E eles vêm com estas perguntas. Mas os meus filhos sempre foram. Pergunta 12 Fazem perguntas do arco da velha como gosto? Perguntas existenciais, Gosto, Perguntas filosóficas. As grandes perguntas que são as mesmas Se nós aquilo que uma criança o meu filho pergunta ou perguntava me lembro me.

00:52:46:00 – 00:53:18:21

Paula Marques

Pergunta me mamã, quer que aquilo que é que houve antes do Big Bang? E eu a despachar, dizia nada, Se não olha, não havia nada, estava escuro como esta sala é e vou me embora. Pergunta difícil. E depois ele chama me. Diz mamã, Mentiste me. Havia algo no havia que explodiu e eu pesei. Que é verdade. Eu estava a falar da partícula de Deus, mas ele chega à partícula de Deus, ao conceito partícula de Deus, e nós damos a ver uma resposta para Mas desde isso a mãe é Porque é que a janela do avião para sobreviver, para nós conseguirmos ter vida nas outras dimensões?

00:53:18:21 – 00:53:46:01

Paula Marques

E porque é que as janelas do avião são redondas e normais? Ou seja, fazem perguntas de maravilhosas e fazem me pensar verdadeiramente? Acho que as crianças são assim os grandes filósofos. E compara os muito depois aos livros profundos de filosofia que gosto de ler da mãe. São eles que vejo me imenso neles e tento. Penso que enquanto mãe não deva estragar como eu sou um upgrade nosso, a minha missão é tipo não estraga acertar de fazer o mínimo para não estragar aquela matéria prima.

00:53:46:03 – 00:54:15:03

Jorge Correia

Se eu houvesse uma partícula de Deus da curiosidade infinita, teríamos tudo, um mundo melhor. Nessa partícula das perguntas do querer saber, estaria a nossa forma interna de aprender? No meu imaginário, a partícula dos perguntadores criaria aquela centelha de brilho no olhar das crianças quando elas descobrem uma coisa nova e tu aí desse lado, no conforto da escuta, já perguntaste algo cuja luz mesmo, que exige uma nova e criativa resposta?

00:54:15:05 – 00:54:24:14

Jorge Correia

Então vai, vai perguntar. Imagem e funciona. E até funciona para as pessoas que têm todas as respostas na ponta da língua. Até para a semana.

A palavra ódio mata? Carlos Alberto Poiares
A palavra ódio mata? Carlos Alberto Poiares

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A palavra ódio mata? Carlos Alberto Poiares
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Como aprendemos? Paula Marques
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O que perguntar ao médico? António Vaz Carneiro
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O cliente tem sempre razão? Gisele Paula
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Como fotografar o momento certo? João Porfírio
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Como sonhar uma marca? Carlos Coelho
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Como se relata o melhor golo do mundo? Nuno Matos
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O que diz o médico? Fernando Leal da Costa
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Como fotografar a Liberdade? Eduardo Gageiro
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