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Delegações indígenas brasileiras na Europa denunciam continuidade de desmatamento e massacres

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Duas delegações do Cimi – Conselho Indigenista Missionário - estão na Europa, uma participando da terceira caravana pela ecologia integral, uma iniciativa da rede Igrejas e Minorias, e outra acompanhando o Conselho de direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra. Em Paris, participantes dos dois grupos se reuniram nesta segunda-feira (30) com associações locais para falar de seus objetivos e compartilhar experiências.

Quando Lula subiu a rampa do Planalto em janeiro de 2023, acompanhado por uma amostra da diversidade brasileira, incluindo o cacique Raoni Metuktire, de 90 anos, líder do povo Kayapó, pensou-se que a questão indígena seria tratada com a merecida atenção depois de quatro anos de destruição promovido pelo governo Bolsonaro. Mas um grupo de indígenas brasileiros está na Europa para denunciar que o descaso, os assassinatos e o desmatamento da floresta continuam.

Gláuber Sezerino, do Crid, uma rede de organização de solidariedade internacional, e co-presidente da associação Autres Brésils foi o mediador do encontro entre representantes de povos indígenas, especialistas e associações locais e internacionais.

A caravana tem como tema o questionamento da tradição e da transição energética e as suas consequências para os territórios indígenas, com vários exemplos na América Latina. Já a delegação do CIMI nas Nações Unidas veio com o propósito principal de denunciar toda a violência recente sofrida pelos povos indígenas na luta por seus territórios.

Leis à base de canetadas e balas

“No nosso país eles estão valorizando mais agro do que o povo indígena”, denuncia Simão Kaiowá, que falou sobre a violência sofrida pelos povos originários no Mato Grosso do Sul, onde um projeto de ferrovia deve passar por 24 territórios indígenas. “E a gente pede o apoio e espera que a denúncia chegue mais uma vez à ONU sobre essa violência que acontece com o nosso povo”. As leis hoje são feitas à base de canetadas e balas, diz Simão, que carrega uma bala alojada perto do coração, resultado de um atentado.

“Eu venho do Vale do Jequitinhonha e atualmente meus dois povos vivem nessa região, depois de terem sido desterritorializados por empresas que dizem ser desenvolvimentistas”, diz Ytxaha Pankararu/Pataxó. “Primeiramente, meu povo Pankararu foi impactado pela hidrelétrica da Chesf, inundou um território e houve muitos conflitos no nosso território. Então, minha família teve que sair e meu povo Pataxó também. Também há os conflitos territoriais causados pela monocultura e grandes fazendas ao redor.”

De olho no lítio

“Então meu povo foi expulso e tem mais de 30 anos que a gente está no estado de Minas Gerais, que é um estado também muito afetado pela mineração”, diz Ytxaha, citando Brumadinho. “E todo esse discurso que vem causando violência aos nossos corpos e nosso território também”, lamenta, lembrando que o Vale do Jequitinhonha guarda uma cobiçada reserva de lítio.

Já Railson Guajajara falou sobre o avanço do desmatamento na Amazoônia, destacando o Maranhão, um dos estados onde a floresta desaparece com mais velocidade. Uma das primeiras consequências é a escassez de água, que afeta o povo Guajajara e outros núcleos de contato recente que vivem isolados. “Os grandes países gastam milhares e milhares de dólares e de euros para fazer uma reunião trazendo vários líderes mundiais para tratar das mudanças climáticas. Mas o que estão fazendo para fazer a mudança climática?”, pergunta Railson, lembrando que a problemática não é apenas indígena, mas global.

As delegações do CIMI contam ainda com as presenças do antropólogo indigenista Christian Crevels, Matias Benno Rempel, coordenador do Cimi no Mato Grosso do Sul, e do jornalista Renato Santana.

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Quando Lula subiu a rampa do Planalto em janeiro de 2023, acompanhado por uma amostra da diversidade brasileira, incluindo o cacique Raoni Metuktire, de 90 anos, líder do povo Kayapó, pensou-se que a questão indígena seria tratada com a merecida atenção depois de quatro anos de destruição promovido pelo governo Bolsonaro. Mas um grupo de indígenas brasileiros está na Europa para denunciar que o descaso, os assassinatos e o desmatamento da floresta continuam.

Gláuber Sezerino, do Crid, uma rede de organização de solidariedade internacional, e co-presidente da associação Autres Brésils foi o mediador do encontro entre representantes de povos indígenas, especialistas e associações locais e internacionais.

A caravana tem como tema o questionamento da tradição e da transição energética e as suas consequências para os territórios indígenas, com vários exemplos na América Latina. Já a delegação do CIMI nas Nações Unidas veio com o propósito principal de denunciar toda a violência recente sofrida pelos povos indígenas na luta por seus territórios.

Leis à base de canetadas e balas

“No nosso país eles estão valorizando mais agro do que o povo indígena”, denuncia Simão Kaiowá, que falou sobre a violência sofrida pelos povos originários no Mato Grosso do Sul, onde um projeto de ferrovia deve passar por 24 territórios indígenas. “E a gente pede o apoio e espera que a denúncia chegue mais uma vez à ONU sobre essa violência que acontece com o nosso povo”. As leis hoje são feitas à base de canetadas e balas, diz Simão, que carrega uma bala alojada perto do coração, resultado de um atentado.

“Eu venho do Vale do Jequitinhonha e atualmente meus dois povos vivem nessa região, depois de terem sido desterritorializados por empresas que dizem ser desenvolvimentistas”, diz Ytxaha Pankararu/Pataxó. “Primeiramente, meu povo Pankararu foi impactado pela hidrelétrica da Chesf, inundou um território e houve muitos conflitos no nosso território. Então, minha família teve que sair e meu povo Pataxó também. Também há os conflitos territoriais causados pela monocultura e grandes fazendas ao redor.”

De olho no lítio

“Então meu povo foi expulso e tem mais de 30 anos que a gente está no estado de Minas Gerais, que é um estado também muito afetado pela mineração”, diz Ytxaha, citando Brumadinho. “E todo esse discurso que vem causando violência aos nossos corpos e nosso território também”, lamenta, lembrando que o Vale do Jequitinhonha guarda uma cobiçada reserva de lítio.

Já Railson Guajajara falou sobre o avanço do desmatamento na Amazoônia, destacando o Maranhão, um dos estados onde a floresta desaparece com mais velocidade. Uma das primeiras consequências é a escassez de água, que afeta o povo Guajajara e outros núcleos de contato recente que vivem isolados. “Os grandes países gastam milhares e milhares de dólares e de euros para fazer uma reunião trazendo vários líderes mundiais para tratar das mudanças climáticas. Mas o que estão fazendo para fazer a mudança climática?”, pergunta Railson, lembrando que a problemática não é apenas indígena, mas global.

As delegações do CIMI contam ainda com as presenças do antropólogo indigenista Christian Crevels, Matias Benno Rempel, coordenador do Cimi no Mato Grosso do Sul, e do jornalista Renato Santana.

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