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Dez anos depois "Charlie Hebdo é indestrutível!"

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No dia 7 de janeiro de 2015, doze pessoas morreram no ataque terrorista à redação do Charlie Hebdo, dez anos depois o jornal satírico francês continua vivo. Continua vivo e a prova são as 32 páginas que podemos folhear esta terça-feira, 7 de Janeiro de 2025, numa edição histórica.

Na primeira página, um fundo amarelo e duas datas: 2015 - 2025. Dez anos separam o dia em que dois terroristas tentaram calar a publicação satírica e mataram doze pessoas. Dez anos depois, "Charlie Hebdo é indestrutível". No editorial, Riss lembra que, decorridos dez anos: "Charlie Hebdo existe, as causas do drama também, bem como as convicções dos membros do jornal".

A situação política evoluiu, agravou-se até. "Os regimes autoritários russo e chinês deixaram de esconder as suas ambições de combater os valores democráticos, com o mesmo fanatismo que carregam organizações terroristas islamitas como o auto-proclamado Estado Islâmico ou a Al-Qaeda", afirma Riss, que é hoje director do jornal e que questiona o que fazer para combater estas forças hostis? Responde:"manter-se vivo". E se no dia que seguiu o atentado, o Charlie Hebdo tivesse desaparecido, os terroristas sairiam vencedores. Por isso, conclui o director, "publicar o jornal é provar que as ideias pelas quais lutamos há anos, por via de textos e desenhos, não foram apenas ideias soltas, mas a expressão de convicções profundas".

O Charlie Hebdo publica uma reportagem sobre a Nigéria: um dos países mais perigosos do mundo para os ateus. É também o país mais perigoso do mundo para os cristãos, sobretudo no norte do país, cercado entre jihadistas do Boko Haram e a sharia, que condena à morte a blasfémia.

Mesmo neste país hostil, as pessoas reivindicam o espírito Charlie: como fazem militantes da sociedade dos ateus da Nigéria, que lutam contra o obscurantismo, pondo a própria vida em risco. É o caso de Nigel Hope, condenado por blasfémia ao profeta. O engenheiro de 40 anos publicou em 2020 no Facebook o seguinte texto: "não existem diferenças entre o profeta Joshua de Lagos e Maomé da Arábia Saudita, não esquecendo que o nosso não é terrorista". O homem foi condenado a 24 anos de prisão. Quatro anos depois, o tribunal considerou a pena excessiva e saiu em liberdade a 19 de agosto do ano passado.

O Charlie Hebdo lançou um concurso intitulado: "rir de Deus": um concurso de caricaturas de Deus. Charlie Hebdo escolheu 28 desenhos de autores com nacionalidades diferentes. Nos desenhos, vemos o cão do inferno com três cabeças: um cardeal, um imã e um rabino... ou ainda Jesus vestido de guarda-redes com a legenda "Jesus salva". O pai de Jesus, Deus, sentado no divã de Freud, que admite: "nem eu acredito em mim próprio".

Na primeira página do jornal de esquerda Libération, a cartoonista Corinne Rey - Coco - desenha um boneco saindo do turbante de um imã ou até do profeta, o boneco segura um cartaz "libertem Charlie" – um dos pedaços do turbante partido cai no olho de Jesus – o cristianismo como estrago colateral da sobrevivência de Charlie Hebdo, que jihadistas queriam ter matado a 7 de Janeiro de 2015.

No editorial, Paul Quinio escreve sobre a importância de preservar a memória das vítimas. "É preciso escrever os seus nomes", como forma de resistência ao "ódio" semeado pelos terroristas. "Lembrar os mortos é uma forma de "não deixar o tempo que passa fazer o seu trabalho", ou seja, "esquecer".

O editorialista critica a crescente "auto-censura" e a "intolerância", e alerta que, apesar da resistência em 2015, o "sim, mas" tem "corrompido a liberdade de expressão". "Morrer por um desenho é insuportável", e preservar essa liberdade "é mais do que nunca uma luta".

"Sou Charlie, sou judeu, sou polícia", gritavam a 11 de Janeiro de 2025 milhões de franceses na Praça da República. Uma década depois, a França continua a ser ameaçada pelo terrorismo islâmico. "Desde o assassinato de Mohammed Merah, em 2012, e até hoje, houve mais de 300 mortes", lembra o conservado Le Figaro.

Dez anos depois, Charlie: "A ameaça terrorista nunca esteve tão presente", titula o popular Aujourd'hui en France – a afirmação é do ministro do Interior, e Bruno Retailleau, contando que a França travou nove atentados em 2024. Ainda neste jornal, o testemunho de Denise e Michel Charbonnier, pais de Stéphane, Charb, que descrevem "um filho dedicado ao desenho, desde a escola primária".

Passados dez anos, o director do jornal, Riss, conta ao vespertino Le Monde que é diariamente "confrontado à ausência dos amigos", descreve o quanto o atentado afectou a sua percepção da vida e o ambiente de trabalho no jornal. Desde Janeiro de 2015, Riss vive sob escolta policial, tenta manter viva a chama do jornal satírico, apesar das adversidades, e procura transmitir o "espírito Charlie" às gerações mais jovens.

"Eles eram Charlie", titula L'Humanité. "Não esquecemos" Cabu, Charb, Tignous, Wolinski, Honoré, Elsa Cayat, eles morreram "por desenhar". Os estereótipos não têm espaço no combate contra o terrorismo e contra o ódio. É necessário "continuar de pé, escolher o caminho da paz e da fraternidade", conclui.

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No dia 7 de janeiro de 2015, doze pessoas morreram no ataque terrorista à redação do Charlie Hebdo, dez anos depois o jornal satírico francês continua vivo. Continua vivo e a prova são as 32 páginas que podemos folhear esta terça-feira, 7 de Janeiro de 2025, numa edição histórica.

Na primeira página, um fundo amarelo e duas datas: 2015 - 2025. Dez anos separam o dia em que dois terroristas tentaram calar a publicação satírica e mataram doze pessoas. Dez anos depois, "Charlie Hebdo é indestrutível". No editorial, Riss lembra que, decorridos dez anos: "Charlie Hebdo existe, as causas do drama também, bem como as convicções dos membros do jornal".

A situação política evoluiu, agravou-se até. "Os regimes autoritários russo e chinês deixaram de esconder as suas ambições de combater os valores democráticos, com o mesmo fanatismo que carregam organizações terroristas islamitas como o auto-proclamado Estado Islâmico ou a Al-Qaeda", afirma Riss, que é hoje director do jornal e que questiona o que fazer para combater estas forças hostis? Responde:"manter-se vivo". E se no dia que seguiu o atentado, o Charlie Hebdo tivesse desaparecido, os terroristas sairiam vencedores. Por isso, conclui o director, "publicar o jornal é provar que as ideias pelas quais lutamos há anos, por via de textos e desenhos, não foram apenas ideias soltas, mas a expressão de convicções profundas".

O Charlie Hebdo publica uma reportagem sobre a Nigéria: um dos países mais perigosos do mundo para os ateus. É também o país mais perigoso do mundo para os cristãos, sobretudo no norte do país, cercado entre jihadistas do Boko Haram e a sharia, que condena à morte a blasfémia.

Mesmo neste país hostil, as pessoas reivindicam o espírito Charlie: como fazem militantes da sociedade dos ateus da Nigéria, que lutam contra o obscurantismo, pondo a própria vida em risco. É o caso de Nigel Hope, condenado por blasfémia ao profeta. O engenheiro de 40 anos publicou em 2020 no Facebook o seguinte texto: "não existem diferenças entre o profeta Joshua de Lagos e Maomé da Arábia Saudita, não esquecendo que o nosso não é terrorista". O homem foi condenado a 24 anos de prisão. Quatro anos depois, o tribunal considerou a pena excessiva e saiu em liberdade a 19 de agosto do ano passado.

O Charlie Hebdo lançou um concurso intitulado: "rir de Deus": um concurso de caricaturas de Deus. Charlie Hebdo escolheu 28 desenhos de autores com nacionalidades diferentes. Nos desenhos, vemos o cão do inferno com três cabeças: um cardeal, um imã e um rabino... ou ainda Jesus vestido de guarda-redes com a legenda "Jesus salva". O pai de Jesus, Deus, sentado no divã de Freud, que admite: "nem eu acredito em mim próprio".

Na primeira página do jornal de esquerda Libération, a cartoonista Corinne Rey - Coco - desenha um boneco saindo do turbante de um imã ou até do profeta, o boneco segura um cartaz "libertem Charlie" – um dos pedaços do turbante partido cai no olho de Jesus – o cristianismo como estrago colateral da sobrevivência de Charlie Hebdo, que jihadistas queriam ter matado a 7 de Janeiro de 2015.

No editorial, Paul Quinio escreve sobre a importância de preservar a memória das vítimas. "É preciso escrever os seus nomes", como forma de resistência ao "ódio" semeado pelos terroristas. "Lembrar os mortos é uma forma de "não deixar o tempo que passa fazer o seu trabalho", ou seja, "esquecer".

O editorialista critica a crescente "auto-censura" e a "intolerância", e alerta que, apesar da resistência em 2015, o "sim, mas" tem "corrompido a liberdade de expressão". "Morrer por um desenho é insuportável", e preservar essa liberdade "é mais do que nunca uma luta".

"Sou Charlie, sou judeu, sou polícia", gritavam a 11 de Janeiro de 2025 milhões de franceses na Praça da República. Uma década depois, a França continua a ser ameaçada pelo terrorismo islâmico. "Desde o assassinato de Mohammed Merah, em 2012, e até hoje, houve mais de 300 mortes", lembra o conservado Le Figaro.

Dez anos depois, Charlie: "A ameaça terrorista nunca esteve tão presente", titula o popular Aujourd'hui en France – a afirmação é do ministro do Interior, e Bruno Retailleau, contando que a França travou nove atentados em 2024. Ainda neste jornal, o testemunho de Denise e Michel Charbonnier, pais de Stéphane, Charb, que descrevem "um filho dedicado ao desenho, desde a escola primária".

Passados dez anos, o director do jornal, Riss, conta ao vespertino Le Monde que é diariamente "confrontado à ausência dos amigos", descreve o quanto o atentado afectou a sua percepção da vida e o ambiente de trabalho no jornal. Desde Janeiro de 2015, Riss vive sob escolta policial, tenta manter viva a chama do jornal satírico, apesar das adversidades, e procura transmitir o "espírito Charlie" às gerações mais jovens.

"Eles eram Charlie", titula L'Humanité. "Não esquecemos" Cabu, Charb, Tignous, Wolinski, Honoré, Elsa Cayat, eles morreram "por desenhar". Os estereótipos não têm espaço no combate contra o terrorismo e contra o ódio. É necessário "continuar de pé, escolher o caminho da paz e da fraternidade", conclui.

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