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Historiador destaca troca de experências entre intelectuais brasileiros e franceses desde criação da USP

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A história da criação da Universidade de São Paulo (USP) está ligada à participação de intelectuais franceses como Claude Lévi-Strauss, Fernand Braudel, Roger Bastide e outros. O historiador Ian Merkel se interessou pelo lado B dessa colaboração, ou seja, a importâcia que a vinda para o Brasil trouxe ao trabalho subsequente desses pensadores.

O livro “Termos de Troca – Intelectuais Brasileiros e as Ciências Sociais Francesas”, originalmente publicado em inglês e agora em francês, traz uma nova luz para o intercâmbio internacional entre pensadores brasileiros e franceses entre 1930 e 1960, a partir da criação da USP.

Trocas afetivas e intelectuais marcaram profundamente ambos os lados, como Merkel constatou. Através das obras e contato com Mario de Andrade, Caio Prado Jr., Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, entre outros, os franceses tiveram uma imersão privilegiada em questões como colonialismo, sincretismo religioso e fundamentos das estruturas sociais.

“Este livro é uma examinação, uma exploração das trocas entre os intelectuais brasileiros e grandes figuras das ciências sociais francesas, sobretudo Fernand Braudel e Claude Lévi-Strauss, mas também outros como Roger Bastide, que fundaram a Universidade de São Paulo nos anos 30", explica. "Existe uma grande historiografia sobre este tema do ponto de vista da recepção destes intelectuais no Brasil. Mas a inovação deste livro é de mostrar o outro lado da moeda, como a experiência brasileira e como os interlocutores brasileiros contribuíram ao que a gente pensa que são as ciências sociais francesas”.

Jovens inovadores

“Então vemos o jovem Lévi-Strauss ou o jovem Braudel, antes que eles se tornassem as personagens que conhecemos hoje”. Merkel explica que foi “um momento em que puderam inovar, com pesquisas de campo, que era uma coisa muito difícil naquela época, fora das colônias francesas e, sobretudo, com o novo meio intelectual brasileiro que acabou de passar pelo modernismo nos anos 20”.

“O que eu mostro no livro é que os fundadoros de pensamento social brasileiro, ou seja, Caio Prado Júnior, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque da Holanda, Mário de Andrade, eram não somente contemporâneos dessas grandes figuras europeias, mas estávamos em contato, estávamos em diálogo”, salienta o pesquisador.

Para iniciar a pesquisa, Ian Merkel estudou os arquivos no Instituto de Estudos Brasileiros na USP, que abriga, entre outros materiais, correspondências de Mário de Andrade, Pierre Monbeig e Roger Bastide. Dali ele foi expandindo as possibilidades, como os arquivos pessoais de Fernand Braudel e Lévi-Strauss, em Paris.

"Cluster" de intelectuais

“Eu comecei a ver quem estava falando com quem, sobre o quê, etc. E isso foi se multiplicando. Tinha o arquivo de Florestan Fernandes em São Carlos (SP), de Gilberto Freyre, em Apipucos (PE). E então eu construí esta base enorme de correspondência de várias pessoas. Eu identifiquei o que eu chamo de um núcleo ou de um cluster de intelectuais que cuja correspondência e trocas intelectuais era particularmente forte”, relata o pesquisador americano.

“Era preciso um historiador, um pouco antropólogo, para ver essa troca com uma certa distância”, alguém que conhecesse bem as duas línguas, mas que não fosse brasileiro ou francês, “porque cada um dos lados tem uma visão, uma maneira de conceber esta história própria”, opina.

Merkel iniciou a vida acadêmica estudando a história do império francês, tendo vivido no Mali. O mundo colonial francês despertou sua curiosidade para as duas missões francesas ao Brasil – a primeira, da corte de Dom Pedro I no início do século XIX e das missões universitárias no século 20.

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O livro “Termos de Troca – Intelectuais Brasileiros e as Ciências Sociais Francesas”, originalmente publicado em inglês e agora em francês, traz uma nova luz para o intercâmbio internacional entre pensadores brasileiros e franceses entre 1930 e 1960, a partir da criação da USP.

Trocas afetivas e intelectuais marcaram profundamente ambos os lados, como Merkel constatou. Através das obras e contato com Mario de Andrade, Caio Prado Jr., Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, entre outros, os franceses tiveram uma imersão privilegiada em questões como colonialismo, sincretismo religioso e fundamentos das estruturas sociais.

“Este livro é uma examinação, uma exploração das trocas entre os intelectuais brasileiros e grandes figuras das ciências sociais francesas, sobretudo Fernand Braudel e Claude Lévi-Strauss, mas também outros como Roger Bastide, que fundaram a Universidade de São Paulo nos anos 30", explica. "Existe uma grande historiografia sobre este tema do ponto de vista da recepção destes intelectuais no Brasil. Mas a inovação deste livro é de mostrar o outro lado da moeda, como a experiência brasileira e como os interlocutores brasileiros contribuíram ao que a gente pensa que são as ciências sociais francesas”.

Jovens inovadores

“Então vemos o jovem Lévi-Strauss ou o jovem Braudel, antes que eles se tornassem as personagens que conhecemos hoje”. Merkel explica que foi “um momento em que puderam inovar, com pesquisas de campo, que era uma coisa muito difícil naquela época, fora das colônias francesas e, sobretudo, com o novo meio intelectual brasileiro que acabou de passar pelo modernismo nos anos 20”.

“O que eu mostro no livro é que os fundadoros de pensamento social brasileiro, ou seja, Caio Prado Júnior, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque da Holanda, Mário de Andrade, eram não somente contemporâneos dessas grandes figuras europeias, mas estávamos em contato, estávamos em diálogo”, salienta o pesquisador.

Para iniciar a pesquisa, Ian Merkel estudou os arquivos no Instituto de Estudos Brasileiros na USP, que abriga, entre outros materiais, correspondências de Mário de Andrade, Pierre Monbeig e Roger Bastide. Dali ele foi expandindo as possibilidades, como os arquivos pessoais de Fernand Braudel e Lévi-Strauss, em Paris.

"Cluster" de intelectuais

“Eu comecei a ver quem estava falando com quem, sobre o quê, etc. E isso foi se multiplicando. Tinha o arquivo de Florestan Fernandes em São Carlos (SP), de Gilberto Freyre, em Apipucos (PE). E então eu construí esta base enorme de correspondência de várias pessoas. Eu identifiquei o que eu chamo de um núcleo ou de um cluster de intelectuais que cuja correspondência e trocas intelectuais era particularmente forte”, relata o pesquisador americano.

“Era preciso um historiador, um pouco antropólogo, para ver essa troca com uma certa distância”, alguém que conhecesse bem as duas línguas, mas que não fosse brasileiro ou francês, “porque cada um dos lados tem uma visão, uma maneira de conceber esta história própria”, opina.

Merkel iniciou a vida acadêmica estudando a história do império francês, tendo vivido no Mali. O mundo colonial francês despertou sua curiosidade para as duas missões francesas ao Brasil – a primeira, da corte de Dom Pedro I no início do século XIX e das missões universitárias no século 20.

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