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Ediane Ribeiro vem ganhando espaço no Instagram por sua forma leve, carismática e esclarecedora de falar sobre saúde mental Uma psicóloga que se dedica profundamente a estudar e a tratar os mais diferentes tipos de trauma, Ediane Ribeiro vem ganhando espaço no Instagram por sua forma leve, carismática e esclarecedora de falar sobre saúde mental. “As redes sociais, a medida que fomos nos isolando na arquitetura das grandes cidades, surgiram como uma cópia mal acabada da dinâmica de apego e vínculo. Eu teoricamente me relaciono com pessoas que teoricamente me curtem, mas que preciso alimentar um personagem para que essa conexão continue”, diz ela. A experiência atendendo pacientes, sobretudo mulher negras, atrelada às habilidades que desenvolveu como comunicadora e palestrante, conta ela, a proporcionou refletir nas redes sociais também sobre racismo. “Quando a gente pensa a questão do racismo no Brasil, é preciso saber que ele está muito ligado a leitura social que essa pessoa tem como negra. Então quanto mais preta, mais desigual. O fato de eu ser uma mulher negra de pele clara me leva a vários níveis de passabilidade dentro da nossa sociedade, o que me levou também a uma dificuldade de compreensão das microviolências do racismo que vivi.” Na conversa com o Trip FM, a psicóloga ainda falou sobre a importância do contato com a natureza, a substituição de vínculo real pela atenção passageira nas redes sociais e, principalmente, sobre como o universo corporativo derruba a população do Brasil e do mundo como peças de um tabuleiro. “No mundo corporativo, as pessoas estão adoecendo cada vez mais. Os índices de burnout, depressão e ansiedade nos mostram que as pessoas estão caindo como peças de um tabuleiro. De alguma forma, o mundo do trabalho descobriu que um pouco de estresse aumenta o desempenho. O problema é que essa curva não sobe ao infinito. Esse desempenho sobe até a pessoa colapsar.” Confira o programa completo no play aqui em cima ou no Spotify. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/04/6622c0ee773e8/ediane-ribeiro-psicoloca-tripfm-mh.jpg; CREDITS=Divulgação; LEGEND=Ediane Ribeiro; ALT_TEXT=Ediane Ribeiro] Trip. Como você lidou com as questões raciais no desenvolvimento da sua profissão? E quais nuances esse desafio toma ao ser uma pessoa negra de pele mais clara? Ediane Ribeiro. Quando a gente pensa a questão do racismo no Brasil, é preciso saber que ele está muito ligado à leitura social que essa pessoa tem como negra. Então quanto mais preta, mais desigual. O fato de eu ser uma mulher negra de pele clara me leva a vários níveis de passabilidade dentro da nossa sociedade, o que me trouxe também a uma dificuldade de compreensão das microviolências do racismo que vivi. Entendi como racismo algumas coisas que vivi apenas na vida adulta. De que forma enxerga o crescente adoecimento das pessoas dentro das grandes corporações? No mundo corporativo, as pessoas estão adoecendo cada vez mais. Os índices de burnout, depressão e ansiedade como causas principais de afastamento do trabalho, além de uma série de adoecimentos que vejo na minha prática clínica, nos mostram que chegamos em um ponto em que as pessoas estão caindo como peças de um tabuleiro. Esse cenário foi arduamente construído por décadas. De alguma forma, o mundo do trabalho descobriu que um pouco de estresse aumenta o desempenho. O problema é que essa curva não sobe ao infinito. Esse desempenho sobe até a pessoa colapsar. Estresse por si só é um auxílio para darmos conta dos desafios da vida, mas no longo prazo causa dano. A forma como fomos associando realização profissional à identidade pessoal, despersonalizando as pessoas das outras esferas importantes da vida, tudo isso em um ambiente que não incentiva a colaboração, nos trouxe a esse cenário. Para sair dele vamos precisar trabalhar muito: grandes problemas exigem grandes soluções. Faz diferença amar a profissão? O estresse, mesmo advindo de uma situação prazerosa, como um trabalho que eu gosto, se chega a uma sobrecarga do sistema nervoso, vai ser tão danoso quanto o estresse daquela situação que eu não acredito e não gosto. Porém, quando eu gosto da situação, eu tenho elementos para mitigar o estresse, fazer uma regulação dele. Essa é a diferença. Mas o fato de eu gostar do meu trabalho não me protege de ter uma sobrecarga que vai me adoecer. A busca excessiva do esporte como uma solução para esse estresse do trabalho pode ser danosa também? Quando a gente olha de perto, qualquer excesso funciona como uma tentativa de esconder algum vazio, alguma dor. Estresse sustentado no tempo é trauma. Na atividade física, o que inicialmente foi usado como um alívio pode se tornar causador. O discurso de que você precisa ser forte e imbatível dá sustentação a esse excesso. Isso coloca as pessoas a testar os limites sem proteção. Às vezes o mais saudável é respeitar os nossos limites. Pensar em saúde é pensar em equilíbrio dinâmico.
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Ediane Ribeiro vem ganhando espaço no Instagram por sua forma leve, carismática e esclarecedora de falar sobre saúde mental Uma psicóloga que se dedica profundamente a estudar e a tratar os mais diferentes tipos de trauma, Ediane Ribeiro vem ganhando espaço no Instagram por sua forma leve, carismática e esclarecedora de falar sobre saúde mental. “As redes sociais, a medida que fomos nos isolando na arquitetura das grandes cidades, surgiram como uma cópia mal acabada da dinâmica de apego e vínculo. Eu teoricamente me relaciono com pessoas que teoricamente me curtem, mas que preciso alimentar um personagem para que essa conexão continue”, diz ela. A experiência atendendo pacientes, sobretudo mulher negras, atrelada às habilidades que desenvolveu como comunicadora e palestrante, conta ela, a proporcionou refletir nas redes sociais também sobre racismo. “Quando a gente pensa a questão do racismo no Brasil, é preciso saber que ele está muito ligado a leitura social que essa pessoa tem como negra. Então quanto mais preta, mais desigual. O fato de eu ser uma mulher negra de pele clara me leva a vários níveis de passabilidade dentro da nossa sociedade, o que me levou também a uma dificuldade de compreensão das microviolências do racismo que vivi.” Na conversa com o Trip FM, a psicóloga ainda falou sobre a importância do contato com a natureza, a substituição de vínculo real pela atenção passageira nas redes sociais e, principalmente, sobre como o universo corporativo derruba a população do Brasil e do mundo como peças de um tabuleiro. “No mundo corporativo, as pessoas estão adoecendo cada vez mais. Os índices de burnout, depressão e ansiedade nos mostram que as pessoas estão caindo como peças de um tabuleiro. De alguma forma, o mundo do trabalho descobriu que um pouco de estresse aumenta o desempenho. O problema é que essa curva não sobe ao infinito. Esse desempenho sobe até a pessoa colapsar.” Confira o programa completo no play aqui em cima ou no Spotify. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/04/6622c0ee773e8/ediane-ribeiro-psicoloca-tripfm-mh.jpg; CREDITS=Divulgação; LEGEND=Ediane Ribeiro; ALT_TEXT=Ediane Ribeiro] Trip. Como você lidou com as questões raciais no desenvolvimento da sua profissão? E quais nuances esse desafio toma ao ser uma pessoa negra de pele mais clara? Ediane Ribeiro. Quando a gente pensa a questão do racismo no Brasil, é preciso saber que ele está muito ligado à leitura social que essa pessoa tem como negra. Então quanto mais preta, mais desigual. O fato de eu ser uma mulher negra de pele clara me leva a vários níveis de passabilidade dentro da nossa sociedade, o que me trouxe também a uma dificuldade de compreensão das microviolências do racismo que vivi. Entendi como racismo algumas coisas que vivi apenas na vida adulta. De que forma enxerga o crescente adoecimento das pessoas dentro das grandes corporações? No mundo corporativo, as pessoas estão adoecendo cada vez mais. Os índices de burnout, depressão e ansiedade como causas principais de afastamento do trabalho, além de uma série de adoecimentos que vejo na minha prática clínica, nos mostram que chegamos em um ponto em que as pessoas estão caindo como peças de um tabuleiro. Esse cenário foi arduamente construído por décadas. De alguma forma, o mundo do trabalho descobriu que um pouco de estresse aumenta o desempenho. O problema é que essa curva não sobe ao infinito. Esse desempenho sobe até a pessoa colapsar. Estresse por si só é um auxílio para darmos conta dos desafios da vida, mas no longo prazo causa dano. A forma como fomos associando realização profissional à identidade pessoal, despersonalizando as pessoas das outras esferas importantes da vida, tudo isso em um ambiente que não incentiva a colaboração, nos trouxe a esse cenário. Para sair dele vamos precisar trabalhar muito: grandes problemas exigem grandes soluções. Faz diferença amar a profissão? O estresse, mesmo advindo de uma situação prazerosa, como um trabalho que eu gosto, se chega a uma sobrecarga do sistema nervoso, vai ser tão danoso quanto o estresse daquela situação que eu não acredito e não gosto. Porém, quando eu gosto da situação, eu tenho elementos para mitigar o estresse, fazer uma regulação dele. Essa é a diferença. Mas o fato de eu gostar do meu trabalho não me protege de ter uma sobrecarga que vai me adoecer. A busca excessiva do esporte como uma solução para esse estresse do trabalho pode ser danosa também? Quando a gente olha de perto, qualquer excesso funciona como uma tentativa de esconder algum vazio, alguma dor. Estresse sustentado no tempo é trauma. Na atividade física, o que inicialmente foi usado como um alívio pode se tornar causador. O discurso de que você precisa ser forte e imbatível dá sustentação a esse excesso. Isso coloca as pessoas a testar os limites sem proteção. Às vezes o mais saudável é respeitar os nossos limites. Pensar em saúde é pensar em equilíbrio dinâmico.
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