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Estudantes mobilizados na França querem que Israel responda por crimes de guerra em Gaza

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O movimento de estudantes pró-palestinos, críticos da ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, está se propagando nas universidades francesas. Esta sexta-feira (3) foi marcada por operações policiais para desalojar alunos que ocupavam prédios de faculdades em Paris e outras regiões e manifestações pela paz no território palestino.

Durante a manhã, a polícia francesa interveio em quatro universidades ocupadas: o prédio central da Sciences Po, em Paris – uma escola de elite no ensino de ciências políticas, relações internacionais e finanças –, primeira faculdade a aderir ao movimento que começou nos Estados Unidos.

Acompanhados por policiais, 91 estudantes que tinham passado a noite no prédio da Sciences Po deixaram o local, sem incidentes, mas gritando palavras de ordem em defesa da população de Gaza e denunciando o que chamam de massacres e até genocídio por parte de Israel no território palestino. A Sciences Po tem sete câmpus espalhados pela França. São os estudantes mais mobilizados no país e dez deles, de diferentes unidades, fazem greve de fome por um cessar-fogo em Gaza.

A polícia francesa ainda desalojou estudantes do Instituto de Ciências Políticas de Lyon e de uma universidade vizinha, na cidade de Saint-Etienne (sudeste). No norte da França, policiais tentaram mas não conseguiram liberar a Escola de Jornalismo de Lille, considerada uma das melhores do país, que aderiu ao movimento no meio da semana. Ao todo, 23 prédios universitários tiveram aulas perturbadas ou suspensas, nesta sexta-feira, por causa do movimento pró-Palestina.

Durante a tarde, alunos da Sorbonne e de várias associações estudantis convocaram um protesto na praça em frente à entrada principal da universidade para denunciar o "autoritarismo" do governo francês, que tem impedido manifestações de solidariedade aos palestinos. Cartazes também pediam a paz em Gaza.

Na segunda-feira, a polícia entrou na Sorbonne e removeu barracas que os estudantes tinham instalado num pátio interno, com a intenção de passar vários dias no local. O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, e a ministra do Ensino Superior têm recomendado aos reitores para chamar a polícia para restabelecer a ordem, em caso de bloqueio das aulas. O discurso oficial é que o debate é tolerado e normal nas faculdades, mas impedir todos os estudantes de ter aulas não será aceito. Os alunos da Sorbonne ficaram revoltados que o reitor tenha deixado a polícia entrar dentro do campus, o que só aconteceu, segundo eles, duas vezes em 150 anos de existência da instituição.

Judeus abertos ao diálogo

A União dos Estudantes Judeus também reuniu 200 pessoas na praça do Panthéon, perto da Sorbonne, para um debate pacífico sobre o conflito. Com quipás nas cabeças, os jovens instalaram uma mesa debaixo de uma árvore e convidaram outros estudantes e pedestres a dialogar sobre o conflito. Políticos e intelectuais foram até o local apoiar essa iniciativa.

Algumas atitudes antissemitas por parte de alguns estudantes franceses têm sido relatadas, mas não representam a maioria dos ativistas pró-palestinos. Há alguns dias, uma estudante judia foi expulsa de um anfiteatro que recebeu o nome de Gaza, na Sciences Po. Já houve uma reunião entre os estudantes mobilizados, professores e o diretor da escola e ficou acertado que os envolvidos nesse caso receberão sanções disciplinares.

Estudantes querem levar Israel a tribunais internacionais

Os alunos de ciências políticas não acreditam que irão conseguir um cessar-fogo em Gaza. Mas alegam que de acordo com o que aprendem nas aulas de direito internacional, Israel comete crimes de guerra nos territórios palestinos e deve responder por isso diante de instâncias internacionais.

As reivindicações dos estudantes na França são globalmente as mesmas vistas nos câmpus americanos. Os alunos da Sciences Po exigem da direção da escola a suspensão dos contratos de intercâmbio com universidades e institutos israelenses e o fim do que chamam de "massacres em Gaza", como fazem os americanos. A grande diferença é o número de faculdades e estudantes envolvidos, muito maior nos Estados Unidos do que na França.

Em conversas com estudantes que não estão envolvidos nos protestos, alguns reclamam de sofrer pressão dos colegas para definir de que lado estão no conflito. Se não defendem os palestinos, são considerados pró-Israel. A polarização é evidente. Mas o que mais caracteriza o movimento na França é a solidariedade com os moradores de Gaza, uma população descrita como "vítima da opressão colonial israelense".

Contexto eleitoral

Nos Estados Unidos, os universitários criticam abertamente o presidente Joe Biden por continuar a enviar armas para Israel. A mobilização lembra os protestos contra a guerra do Vietnã, nos anos 1960.

Na França, o contexto é diferente. O presidente Emmanuel Macron tem condenado a estratégia militar do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanhyahu, e defende um cessar-fogo. Mas nos cartazes vistos hoje na rua o Estado francês era apontado como "tendo sangue nas mãos".

O partido de extrema esquerda França Insubmissa (LFI), mal posicionado nas pesquisas de intenção de voto para as eleições do Parlamento Europeu, em junho, é acusado de atiçar os estudantes na Sciences Po para ações mais radicais. Políticos desse partido têm ido às faculdades apoiar o movimento. O líder de extrema esquerda Jean-Luc-Mélenchon acusou várias vezes Israel de "genocídio" em Gaza.

Por ser um assunto complexo e internacional, a guerra afeta particularmente os estudantes de ciências políticas e relações internacionais.

A Sciences Po é uma escola privada e cara. Em Paris, conta com cerca de 5 mil ou 6 mil estudantes, a metade estrangeiros – britânicos, americanos, brasileiros, enfim, de várias nacionalidades. O estabelecimento tem convênio de intercâmbio com a Columbia em Nova York, uma das universidades mais mobilizadas nos Estados Unidos. A comunicação entre os estudantes de Nova York e Paris foi muito rápida.

Com a dimensão que o movimento ganhou nos Estados Unidos, os protestos se espalharam para universidades na Espanha, Suíça, México e Austrália.

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Durante a manhã, a polícia francesa interveio em quatro universidades ocupadas: o prédio central da Sciences Po, em Paris – uma escola de elite no ensino de ciências políticas, relações internacionais e finanças –, primeira faculdade a aderir ao movimento que começou nos Estados Unidos.

Acompanhados por policiais, 91 estudantes que tinham passado a noite no prédio da Sciences Po deixaram o local, sem incidentes, mas gritando palavras de ordem em defesa da população de Gaza e denunciando o que chamam de massacres e até genocídio por parte de Israel no território palestino. A Sciences Po tem sete câmpus espalhados pela França. São os estudantes mais mobilizados no país e dez deles, de diferentes unidades, fazem greve de fome por um cessar-fogo em Gaza.

A polícia francesa ainda desalojou estudantes do Instituto de Ciências Políticas de Lyon e de uma universidade vizinha, na cidade de Saint-Etienne (sudeste). No norte da França, policiais tentaram mas não conseguiram liberar a Escola de Jornalismo de Lille, considerada uma das melhores do país, que aderiu ao movimento no meio da semana. Ao todo, 23 prédios universitários tiveram aulas perturbadas ou suspensas, nesta sexta-feira, por causa do movimento pró-Palestina.

Durante a tarde, alunos da Sorbonne e de várias associações estudantis convocaram um protesto na praça em frente à entrada principal da universidade para denunciar o "autoritarismo" do governo francês, que tem impedido manifestações de solidariedade aos palestinos. Cartazes também pediam a paz em Gaza.

Na segunda-feira, a polícia entrou na Sorbonne e removeu barracas que os estudantes tinham instalado num pátio interno, com a intenção de passar vários dias no local. O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, e a ministra do Ensino Superior têm recomendado aos reitores para chamar a polícia para restabelecer a ordem, em caso de bloqueio das aulas. O discurso oficial é que o debate é tolerado e normal nas faculdades, mas impedir todos os estudantes de ter aulas não será aceito. Os alunos da Sorbonne ficaram revoltados que o reitor tenha deixado a polícia entrar dentro do campus, o que só aconteceu, segundo eles, duas vezes em 150 anos de existência da instituição.

Judeus abertos ao diálogo

A União dos Estudantes Judeus também reuniu 200 pessoas na praça do Panthéon, perto da Sorbonne, para um debate pacífico sobre o conflito. Com quipás nas cabeças, os jovens instalaram uma mesa debaixo de uma árvore e convidaram outros estudantes e pedestres a dialogar sobre o conflito. Políticos e intelectuais foram até o local apoiar essa iniciativa.

Algumas atitudes antissemitas por parte de alguns estudantes franceses têm sido relatadas, mas não representam a maioria dos ativistas pró-palestinos. Há alguns dias, uma estudante judia foi expulsa de um anfiteatro que recebeu o nome de Gaza, na Sciences Po. Já houve uma reunião entre os estudantes mobilizados, professores e o diretor da escola e ficou acertado que os envolvidos nesse caso receberão sanções disciplinares.

Estudantes querem levar Israel a tribunais internacionais

Os alunos de ciências políticas não acreditam que irão conseguir um cessar-fogo em Gaza. Mas alegam que de acordo com o que aprendem nas aulas de direito internacional, Israel comete crimes de guerra nos territórios palestinos e deve responder por isso diante de instâncias internacionais.

As reivindicações dos estudantes na França são globalmente as mesmas vistas nos câmpus americanos. Os alunos da Sciences Po exigem da direção da escola a suspensão dos contratos de intercâmbio com universidades e institutos israelenses e o fim do que chamam de "massacres em Gaza", como fazem os americanos. A grande diferença é o número de faculdades e estudantes envolvidos, muito maior nos Estados Unidos do que na França.

Em conversas com estudantes que não estão envolvidos nos protestos, alguns reclamam de sofrer pressão dos colegas para definir de que lado estão no conflito. Se não defendem os palestinos, são considerados pró-Israel. A polarização é evidente. Mas o que mais caracteriza o movimento na França é a solidariedade com os moradores de Gaza, uma população descrita como "vítima da opressão colonial israelense".

Contexto eleitoral

Nos Estados Unidos, os universitários criticam abertamente o presidente Joe Biden por continuar a enviar armas para Israel. A mobilização lembra os protestos contra a guerra do Vietnã, nos anos 1960.

Na França, o contexto é diferente. O presidente Emmanuel Macron tem condenado a estratégia militar do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanhyahu, e defende um cessar-fogo. Mas nos cartazes vistos hoje na rua o Estado francês era apontado como "tendo sangue nas mãos".

O partido de extrema esquerda França Insubmissa (LFI), mal posicionado nas pesquisas de intenção de voto para as eleições do Parlamento Europeu, em junho, é acusado de atiçar os estudantes na Sciences Po para ações mais radicais. Políticos desse partido têm ido às faculdades apoiar o movimento. O líder de extrema esquerda Jean-Luc-Mélenchon acusou várias vezes Israel de "genocídio" em Gaza.

Por ser um assunto complexo e internacional, a guerra afeta particularmente os estudantes de ciências políticas e relações internacionais.

A Sciences Po é uma escola privada e cara. Em Paris, conta com cerca de 5 mil ou 6 mil estudantes, a metade estrangeiros – britânicos, americanos, brasileiros, enfim, de várias nacionalidades. O estabelecimento tem convênio de intercâmbio com a Columbia em Nova York, uma das universidades mais mobilizadas nos Estados Unidos. A comunicação entre os estudantes de Nova York e Paris foi muito rápida.

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